quinta-feira, 8 de novembro de 2012

«Quando Nietzsche chorou» de Irvin D. Yalom :: Opinião


Let's face the facts!


Best-seller em  20 países!
Francamente aclamado pela critica de inúmeros periódicos internacionalmente de destaque.
Referido pelas altas patentes na área da psicanálise, psiquiatria e psicologia, como uma obra excêntrica, fascinante e intelectualmente poderosa.

"Fascinante como uma história de detectives, o romance de Yalom lida com personagens que mudaram o curso da intelectualidade Ocidental... um feito maravilhoso."
DIANE WOOD MIDDLEBROOK


«Um homem tem que estar preparado para se queimar na sua própria chama: como se pode renovar sem primeiro se transformar em cinzas?»


Aliás quem lê a sinopse, percebe logo que terá de ser preparar para uma obra intelectualmente inquietante, ora vejam:

Sinopse - Quando Nietzsche Chorou - Irvin D. Yalom - Saída de Emergência

Este livro tem como pano de fundo o fermento intelectual da Viena do século XIX às vésperas do nascimento da psicanálise. Friedrich Nietzsche, o maior filósofo da Europa... Josef Breuer, um dos pais da psicanálise... um pacto secreto... um jovem médico interno de hospital chamado Sigmund Freud - esses elementos se combinam para criar a saga de um relacionamento imaginário entre um extraordinário paciente e um terapeuta talentoso. Na abertura deste romance, a inatingível Lou Salomé roga a Breuer que ajude a tratar o desespero suicida de Nietzsche mediante a sua experimental terapia através da conversa. Ao aceitar relutante a tarefa, o eminente médico realiza uma grande descoberta - somente encarando seus próprios demónios internos poderá começar a ajudar seu paciente. Assim, dois homens brilhantes e enigmáticos mergulham nas profundezas de suas próprias obsessões românticas e descobrem o poder redentor da amizade.

Quem redigiu esta sinopse deve, sem sombra de dúvida ter amado a leitura desta tão aclamada e suposta conversa e amizade entre Nietzsche e Breuer, dois grandes intelectos que em tanto contribuíram para a compreensão da psique humana. No entanto, tendo a discordar unicamente num detalhe, daí que dê destaque apenas a «obsessões» e não à totalidade: «obsessões românticas», pois não acho que só o amor, a paixão ou o romance sejam a causa das obsessões de ambos os personagens, diria talvez o amor próprio, a auto-estima, o ego e o núcleo duro da nossa formação como pessoa, a família - será que quem já leu, entende assim também?

No meio de todos estes destaques que tomei a liberdade de fazer perante tão rica sinopse, não quero esquecer a questão da saúde periclitante, da qual fazem parte as dores de cabeça tenebrosas e as insónias ansiosas de Nietzsche, bem como de Breuer. E aqui deparo-me com a questão, até que ponto é libertador conversar!? Até que ponto poderão as conversas entre amigos tornar-se um elixir para os confins do nosso inconsciente que ajudem a resolver as cavidades e meandros do nosso cérebro, oferecendo a este algum descanso e conforto na hora de repousar?
Será assim tão forte a nossa capacidade da metacognição que em mentes tão inquietas como as aqui em causa lhes possam causar distúrbios!? Serão as ideias sobre e para a humanidade, o pensamento sobre os pensamentos que os outros têm ou deveriam ter assim tão pesados que por vezes a mente de quem tanto pensa caia perante dores de cabeça alucinantes e ânsias provocadoras e ladras das tão necessárias horas de sono?
Sono esse, entenda-se, altamente reparador para que o cérebro absorva ainda mais conhecimento! Que poder querem eles deter? Que poder queremos nós para nós mesmos? E você já se colocou perante tais questões?

Não é novidade que os temas da psicologia, psiquiatria e psicanálise me interessam. Tais leituras são reflectidas na esperança de compreender os fenómenos intrigantes da mente humana, mesmo que para tal precise igualmente de excogitar as profundezas das minhas próprias obsessões, dúvidas, medos, indecisões e... oh quanto eu queria poder entrar numa conversa com mentes tão pensantes e desafiantes como estas deste magnífico livro.

Confesso que a frase que mais prendeu a minha atenção, foi: «a saga de um relacionamento imaginário», ora: quão importante é aquilo em que a gente acredita? 
Podem direccionar para Deus, podem direccionar para a família, o amor ou até ideias sobre nós mesmos, mas no final, serão essas nossas crenças realmente verdadeiras? 

E a verdade a quem importa? 
Importa-lhe a si, ter um relacionamento directo comigo ou importa antes absorver o que o nosso relacionamento lhe/nos traz? 
Como poderá algo ser verdadeiramente verdade se não depender só de mim? Será a verdade, a razão, o poder, a determinação, inatingíveis!?


Mesmo com coisas, aparentemente, inatingíveis, não é motivo para não as desejarmos, certo?

"Que tristes os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas!"
Mario Quintana


E por último...
Um aviso a quem leia este livro: espere elevadas horas de pensamentos questionantes, converse consigo mesmo, tente conhecer o seu lado negro, assuma que tem dúvidas, reflicta, salte horas de sono. Este livro vale um certo desespero de nos questionarmos: Se eu for capaz de me pensar a mim próprio serei capaz de nascer de novo!? Entenda-se nascer melhor.
E já agora pergunte-se: o que o faz ser melhor e «limpe a chaminé»... !?!!?


1 comentário :

FLAMES (Mariana e Roberta) disse...

Óptimo post. Estamos no início mas já sentimos algumas das coisas que aqui refere. Muito bom livro e gostámos imenso da forma como expoem as coisas no blog :) parabéns :)