quinta-feira, 18 de abril de 2013

«Lisboa no Ano 2000» 3ª parte - Opinião

«Lisboa no Ano 2000» 3ª parte


E a saga continua... 3ª parte e última antes da apreciação global.


Energia das Almas, de João Ventura

Talvez o conto que mais me impressionou e me fez pensar no paralelismo com a realidade que vivemos actualmente.
A necessidade de obter uma nova fonte de energia, custe o que custar. 
E aqui é paga ao peso da alma!
Os custos para a humanidade e os seus direitos... a educação... a sensibilização, ou até os riscos, são tudo factores muito bem metamorfoseados neste conto do submundo.
Cegam-se os olhos de um povo ávido de mudança - estupidifica-se e sacrifica-se o próximo.
Um conto altamente recomendado.


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Fuga, de Joel Puga

Umas das histórias que mais me marcou na forma como apela ao sentimento, parafraseando um amigo
Aqui fala-se de sonhos e do que, quase irreal, fazemos para os obter.
O sonho, o projecto... a ânsia de querer e possuir
É o querer ter amanhã, desvalorizando o hoje.
esta é uma história de sonhos...
Este é o sonho de Tércio
O programador que queria ser escritor
Escreverá ele o seu destino?


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Tratado das Paixões Mecânicas - João Barreiros 

Um conto que é uma verdadeira paixão.
João Barreiros dá continuidade ao texto inicial de abertura «O Turno da Noite»
Abandonamos o Metro, mas estaremos prontos para aceitar e ocupar as Fábricas!?
Ou sermos ocupados por elas?
A ocupação, a verdadeira hegemonia e a reprodução em massa de fábricas.
Dito assim é estranho, mas é isso mesmo!
Um conto cativante, de uma criatividade espectacular que nos mostra o quanto somos servos do consumo e do desenvolvimento exacerbado por uma pseudo-necessidade...
É a ode, é a exaltação à obsolescência programada.
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Taxidermia, de Guilherme Trindade
Amei este conto, não sei bem explicar porque!?
pois até é um conto bastante decadente - a extinção é uma ameaça total, é um facto!
A ansiedade de preservar e adiar a extinção total, pode criar motivações mais perversas 
poderemos nós encarar os animais e os homens no mesmo patamar?
Um conto recheado de detalhes e adornado com o mistério das dúvidas pessoais - aguçando a inteligência do leitor, levando-nos a questionar as nossas acções e a imaginar certos desfechos...
no fim a surpresa que já poderá ter passado pela cabeça do leitor.


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Quem Semeia no Tejo, de Pedro G. P. Martins

No reinado das maleitas desconhecidas
Reina a indecisão, entre médicos e curiosos
Vem o radical com a solução.
Ou não!


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Chamem-nos Legião, de João Barreiros 
Sem duvida o melhor conto do livro, para mim é claro!
João Barreiros acaba com nesta terceira parte os dois outros contos...
«Chamem-nos Legião» é a rasgo de criatividade, é a composição harmoniosa.
Com mestria, o autor traz-nos até ao seu mundo, unindo os mundos em que vivemos perante as suas palavras e enredos. É a conclusão de todos os acontecimentos.
Acontece o impossível, forças ocultas a bordo de uma embarcação, com freiras vampiras, capazes de exorcizar os efeitos eletromagno-maliciosos de uma sociedade obscura e dependente da vida dividida entre a luz e a escuridão.


Uma excelente leitura, com o apoio da 

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