quinta-feira, 6 de junho de 2013

«A Confissão da Parteira» de Diane Chamberlain - Opinião




Não sou perdida por capas ou por sinopses bem elaboradas ou espicaçantes, mas perco-me por um bom começo, com duas ou três páginas que prendem a atenção. Assim aconteceu com este livro.
Um livro com um enredo tão deliciado como a capa, mas muito menos colorido.

Noelle é uma mulher única, talvez excêntrica, de certeza misteriosa, apaixonada e apaixonante.
Emmerson e Tara, ambas amigas inseparáveis e dedicadas a Noelle e apoiantes das suas causas e ideias, desde os tempo de faculdade. Mas agora, Noelle está morta, Sam (marido de Tara) também e ambas as amigas se deparam com o maior mistério - porque motivo Noelle se suicidou? 

Um enredo com a corda ao pescoço, mas a maternidade e a vida nas mãos. Um enredo profundo, muito bem engendrado, quase ao género de um policial. Uma personagem, Noelle que é um mistério omnipresente, um misto de sentimentos e sensações. Um despertar de consciências.

É pelo caminho do mistério, da mentira e da traição (assim aparenta) que as amigas de longa data percorrem  os últimos dez, doze ou mais anos da vida de Noelle, sempre com uma revelação mais intrigante que a anteriormente descoberta. 

Diane Chamberlain é perita em nos prender à leitura, pois gostemos ou não do género literário é impossível passar indiferente a cada episódio, a cada capítulo que avança e nos puxa, nos apela ao sentimento e quase nos faz verter uma lágrima. Afinal, somos todos humanos e permeáveis ao sofrimento alheio, que de repente nos pode surgir ao virar de uma esquina ou num cruzamento azarado.
Uma narrativa que chega a ser um barril de pólvora, ou não fosse ela apelar aos segredos do passado, às relações conjugais, aos laços fortes da amizade ou às relações entre pais e filhos adolescentes.

Todo o livro é cativante e recheado de dinâmicas familiares credíveis, que dão realismo e contexto aos dramas, ou não fosse o livro explorar assuntos polémicos e sempre actuais, tais como, suicídio, doenças terminais ou ainda, barrigas de aluguer ... ainda assim, não achei um livro melodramático ou "cor de rosa" (como a capa evidencia), tal deve-se ao facto de Diane Chamberlain ter uma escrita coerente, precisa e inteligente.

No fim do livro, resta-nos uma dúvida: como pode alguém amar em surdina toda uma vida e esconder tão tenebroso segredo, punindo-se e sacrificando-se em prol da felicidade dos outros?
Terminada a leitura, só fica um único aspecto negativo e que nada acrescentou à narrativa e só fez, a quem já leu Jodi Picault, relembrar «Para a minha irmã». Se Diane se aproxima de Jodi, ambas são diferentes, essencialmente na intensidade e na facilidade de leitura.

Uma leitura recomendada para quem gosta de um enredo labiríntico, com contornes de um drama quase policial!

*

Uma leitura com o apoio da PRESENÇA
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3 comentários :

Maria disse...

Excelente "review"! Os pontos essenciais foram aqui contemplados! Nao ha duvida q se trata dum livro q nos cativa desde a primeira pagina , envolvendo-nos numa arrebatora teia de sucessivos misterios!
Um livro a nao perder para os apreciadores da boa literatura!...

Maria disse...

E . A proposito de enredos labirinticos com um drama policial gostava de recomendar um outro livro tb da Presenca: "no canto mais escuro" de Elisabeth Haynes
Trata-se duma leitura igualmente viciante e arrebatadora desde a primeira pagina q nos mostra sobretudo como a fronteira amor/odio pode revelar-se fina e flexivel! E' sem duvida mais outra obra de 5 estrelas!

Anónimo disse...

Obrigada

anotado: "no canto mais escuro" de Elisabeth Haynes

obg
efeito dos livros