sexta-feira, 13 de setembro de 2013

«Morte com vista para o mar», um thriller de Pedro Garcia Rosado

«Estamos a construir uma coisa. E desde o nada. Todas as peças são importantes.»



É com esta citação que começamos a ler «Morte com vista para o mar» e nos deparamos com a cena de um primeiro crime. O cenário é Lisboa.
"Patrícia dir-lhe-á depois, ainda nessa noite, que foram ambas vítimas dele. Foi nessa noite que tudo mudou."

Conhecemos o inspector Gabriel Ponte, ex-inspector.
Conhecemos também Patrícia Ponte, actual inspectora coordenadora, ex-mulher do inspector.
Despedaçado à machadada temos Alberto Morgado, actualmente morte e ex de várias coisas e ai é que tudo se complica.

"Houve uma altura em que os mortos não largavam Gabriel (...) Talvez tivesse sido o convívio com esses fantasmas que o tornou insensível..."

Sensibilidade e amor, ternura ou compaixão são sensações pouco experimentadas neste enredo. Apesar de podermos começar a pensar que algures a história toma esse rumo, a violência e o cenário da morte de Alberto Morgado não deixam dúvidas, as palavras são cruas e deixam transparecer um certo aperto. É claro que para quem já leu ou vai começar a ler «Morte na Arena» encontrará, eu diria, mais macabro, também logo nas primeiras páginas.

Pedro Garcia Rosado não se coloca com meias medidas, nem palavras mansas para dizer aquilo que é feio, sanguinário e criminoso, esteja ele a descrever um homicídio, esteja ele a enveredar pelos meandros labirínticos dos embustes politico-económicos.

Mais do que afirmar uma ideia ou apresentar um facto, as investigações de Gabriel Ponte levantam o véu para a realidade nacional, permitindo assim uma leitura de entrelinhas, que por vezes diz mais que as palavras estratégicas e hábeis que conferem ritmo e adrenalina à leitura.

Dizer muito mais é resolver o enigma, se bem que, das primeiras páginas às últimas, fica sempre uma dúvida, será Gabriel Ponte o homem que julgamos conhecer?


Paralelo à leitura veio-me à ideia e se adaptassem esta série de thrillers à ficção televisiva portuguesa!?
Se me derem o casting a mim...
Optaria por Albano Jerónimo ou Ivo Canelas, se bem que de semblante... mas creio que escolheria por essa ordem o Gabriel e o Pedroso. Já os corruptos poderiam ser alguns da velha guarda, entre o Nicolau e o Joaquim de Almeida, fariam uma dose de peso para a política, se bem que a Berta tinha de ser bem escolhida, mas de certeza que o Pedro Garcia Rosado terá uma palavra a dizer ;)

Se ainda puder dar uma ajuda na selecção feminina, escolheria a Sandra Barata Belo para a interpretação de Patrícia, que acredito vir a revelar-se uma personagem forte, já a jornalista Filomena, teria de ser alguém muito específico, gosto muito da Dalila Carmo, creio que tem esses dois aspectos que o autor descreve, mas o ar mais aciganado... teria de ser muito bem trabalhado.

Mas isto já sou eu a divagar, leiam!!!


A nossa leitura contou com o apoio da Topseller


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