segunda-feira, 28 de abril de 2014

"A Informacionista" :: Opinião


Conheçam Vanessa, Michael ou Munroe! Seja qual for o nome que usa ou aspecto que apresenta, é a personagem mais recente a entrar no meu top de preferências. A sua capacidade de magicar e executar planos, aliada a uma personalidade marcante e uma história que prendeu da capa à contra capa, Munroe é uma força da natureza, por vezes certeira e eficaz, outras capaz de destruir tudo à sua volta com uma brutalidade nuclear.
"A Informacionista" tem a capacidade inegável de nos prender à narrativa, de nos arrastar pelos cabelos até ao continente Africano para acompanhar Munroe na busca de Emily, a filha do magnata texano desaparecida anos antes algures entre​ a Guiné Equatorial e o Gabão​.
E que missão de salvamento! São momentos de tensão, descobertas surpreendentes, traições, dor, reviravoltas e vingança.

Dei por mim mais que uma vez a perder o norte de tão embrenhada que estava na leitura e para mim, quase falhar ou perder por completo a saída do metro é um bom indicativo para um livro de qualidade. Fazia-me falta ler um livro que me deixasse renitente de o fechar, tanto por querer saber o que se passa a seguir quer por ter aquele receio idiota de que o tempo que perco entre os períodos de leitura é bem capaz de ser o suficiente para algo se passar na narrativa que me faça perder o fio à meada, como se a história fosse mudar só porque eu não a estou a ler de seguida. Sim estúpido, eu sei mas para mim é sinal de que a história além de interessante, tem um ritmo acelerado e carregado de emoção.
 
Nota: Sei que faz menção na capa mas as referências dadas por outros sobre Lisbeth Salander ou a trilogia
Millenium de Stieg Larsson​ passam-me completamente ao lado visto que apenas conheço a versão Filme e os três livros ainda aguardam senha de leitura na estante. Já li muitos comentários que comparam as duas protagonistas, eu por ignorância ou desinteresse, não tenho qualquer ideia de fazer referências ou achar uma melhor ou pior que a outra. Se for para comprar Munroe a alguém seria à própria autora que, pelo que li, teve um passado complicado como parte de um culto religioso e embora negue que estamos perante acontecimentos autobiográficos, não me tira da cabeça que, "toda a ficção tem uma certa quantidade de factos reais." 
Será Munroe inspirada em alguém que lhe é/era próximo e que conheceu durante a sua estada na Guiné Equatorial e outros países vizinhos?
Curiosamente, depois de ler esta entrevista compreendo as semelhanças e todos os detalhes culturais que são referenciados no livros.
Seja como for, aqui vai a minha opinião sobre A informacionista

Michael ou Munroe, como prefere ser tratada (por tudo menos Vanessa) é uma Bad Ass​, é um trunfo quando está no nosso lado mas a pior pessoa para ter como inimigo​. As circunstâncias em que cresceu, enquanto filha de missionários americanos nos Camarões​ que com todos se importavam menos com a filha que amadurecia entre os locais, ​permitiram-lhe ​absorv​er​ as culturas e os dialectos dos diferentes locais por onde passou. Essa capacidade tornou-a num bem indispensável para quem a treinou​ e moldou no que hoje ficamos a conhecer como Vanessa "Michael" Munroe, a informacionista, uma perita em obter informação nos locais mais recônditos e inacessiveis do mundo em troca de avolumadas quantias de dinheiro. Munroe é igualmente uma "killing machine" eficaz, calculista e precisa que faz tudo o que é necessário para sobreviver e que por vezes tem de reprimir os instintos assassinos que surgem no seu intimo, não hesitando em dar uso às competências letais que apreendeu nos seus anos de adolescência.
O facto de ter nascido em África e ter crescido entre o mais variado tipo de gente proporcionou-lhe as características que a fazem uma lenda, quer na sua terra natal quer nas funções que exerce "legalmente".
​A profissão em que hoje é mestre deve-se à capacidade inacta de se inserir em qualquer lado e aos anos de treino em grupos de estrategas, traficantes e mercenários que viviam de e para negócios ilícitos nos mais variados países da África central e nos quais Munroe era parte integrante.​ Os anos que passou definiram-na e marcaram para sempre a sua personalidade. Os demónios que carrega tornam-na a máquina perfeita mas é ser humano complexo, com um nº mínimo de confidentes em quem deposita parte do seu passado, presente e futuro.
Quando lhe é feito um pedido completamente estranho à sua linha habitual de negócio, no qual a necessidade de voltar ao local onde deixou parte do seu passado é obrigatória, Munroe pondera os prós e contras, especialmente sobre a possibilidade de ficar uns milhões mais rica mas não voltar viva de África para aproveitar essa riqueza.
Uma família que perdeu a filha num pais distante e inatengivel faz 4 anos, tenta por uma última vez encontrar uma resposta para o misterioso desaparecimento de Emily. E se Munroe não a conseguir encontrar então ninguém irá conseguir.

Desde o momento em que começa a delinear o plano de busca, sabemos que a jornada de volta ao continente africano será uma aventura, repleta de momentos de cortar a respiração e algumas gargantas. Ao partir nesta missão tem como companhia, indesejada e autoimposta, alguém em quem não confia mas que pode ser em igual medida a sua salvação ou a razão para ter a sua vida em risco. Ao fim de pouco dias no terreno, Munroe vê os seus planos alterarem-se a cada curva, como se tudo e todos lutassem para que esta missão não tivesse sucesso.

Mais que um trabalho, a missão de encontrar Emily torna-se um assunto pessoal, uma vendetta de Munroe quando a sua segurança física fica presa por um fio. Atentar contra a sua vida é o limite e quem ultrapassou essa linha terá de pagar. Para mexer os cordelinhos certos e atingir os seus objectivos, Munroe recorre a alguém do passado, que foi deixado para trás muitos anos antes quando deixou África e que pode ser muito mais que apenas uma pessoa que pertence ao seu passado. Mas será que pode confiar nele?
Num mundo de interesses, onde o poder e dinheiro são soberanos, haverá alguém a quem possa chamar colega, amigo ou amante?
Quando o passado e presente se mistura, o resultado é explosivo ​e a única pessoa em que Munroe confia é nela mesma.

​Um livro que me surpreendeu pela personagem principal, uma heroína auto suficiente, capaz e extraordinária que é capaz de desligar tudo e entrar em modo "killing machine" como ainda ceder às emoções perante as lágrimas e a promessa feita a uma mãe chorosa ou às palavras e toque de confidente do passado.​

Gostei tanto de ler este livro que sei não ser possível resistir ao seguinte!

​No entanto, é​ óptimo terminar o livro e ser imediatamente aliciada com o 3 ou 4 páginas de fazer crescer água na boca ​ao ler a continuação da história de Vanessa em "Os Inocentes", cujo lançamento já está agendado para Setembro deste ano. (Nice move Topseller - Gosto deste pequeno doce no final do livro, deixa-nos completamente presos à continuação mas igualmente sossegados/satisfeitos por saber a data do próximo lançamento)
"A Informacionista" é ​primeiro de uma série Vanessa Michael Munroe. Em Setembro sai " Os inocentes" e depois, lá para 2015 provavelmente, será lançado "A boneca" . No entanto estive a verficar no goodreads e já lá aparece referencia a um 4º livro, "The Catch" .
Topseller, Queremos todos!!

Até lá, Boas leituras!

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