segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Leituras de 2015 - Balanço

Livro a livro se faz mais um ano de leituras.


Aqui fica um balanço com todas as leituras deste ano, ficando apenas a faltar os textos de alguns que foram lidos, mas ainda não foram comentados.

*

Os meus livros do ano:

"Acredito que esta qualidade de partilhar o sofrimento é fundamental para o que significa ser um ser humano."

«Esta distante proximidade» de Rebecca Solnit :: Opinião



"Não estou a falar de um mero jogo de combinações e articulações, à maneira de um puzzle, e sim da literatura como experiência limite, porque a literatura é uma experiência sobre aquilo a que chamamos limites (...)"


"Não sei se arrancar amor a um homem requer mais força hoje do que antes, mas por acaso até sei: requer. É horrível. É uma provação inenarrável."

«ACASALAMENTO» de Norman Rush :: Opinião



"A natureza está constantemente a misturar-se com a arte."


"Alguém me disse uma vez que a morte é um parto de si mesmo. Uma consumação, uma onda que nos varre até ao cabo de nós mesmos (...)"


"Bater naquilo que não se sabe bem o que é chega a ser um exercício cruel, espécie de planeamento a frio de um assassínio. A bondade é condição da inteligência no que toca à crítica do outro (...)"
http://efeitodoslivros.blogspot.pt/2015/03/a-manha-do-mundo-de-pedro-guilherme.html


Pertence também ao Top, o livro de contos «Meninas» de Maria Teresa Horta, do qual não me saiu um texto de opinião (ainda!), mas antes um conto (para a gaveta!).

Livros para pensar a família:

"Mas por vezes parecia-me muito claro que um irmão tem pouco espaço na vida de um irmão (...)"

"O Meu Irmão" - Afonso Reis Cabral - Opinião

http://efeitodoslivros.blogspot.pt/2015/01/o-meu-irmao-afonso-reis-cabral-opiniao.html


"O rancor é uma boa forma de garantir companhia, o poder de lançar à cara de alguém, todos os dias, o mal que nos fez: isso cria estabilidade. As pessoas pensam: que hei-de fazer? Ficar sozinho? (...)

«Na Margem» de Rafael Chirbes :: Opinião



"Quem parte é alguém que desaparece, se aniquila, já não existe. Vive exclusivamente como lembrança (...)"

Cotovia de Dezsö Kosztolányi - Opinião





"Nas famílias predomina essa virtude de admitir a extravagância quotidiana como normalidade."

"Aberto toda a noite" de David Trueba - Opinião



A terapia do amor por Mary MacCracken 


Pretendo voltar sempre à escrita de Sándor Márai

Livros para se ler de uma dentada:



Um livro que é uma pérola.
"Fez uma pausa:
- Com a idade, desisti de tentar reformar a estupidez do mundo."


Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.


Thriller à martelada e alguma facada. M. J. Arlidge é garantido.


O marginal ameno de Nuno Costa Santos


Trilogia do Espião Português

Livros Puzzle:

Numa estreia com Davanzati, fiquei fã de Faciolince e decididamente é para voltar em 2016.


Há uma certa geografia muito própria de Gonçalo M. Tavares que me fará voltar constantemente. 


"Flaubert aconselhava a ter cuidado com a tristeza. Cuidado com a tristeza, dizia ele, pode tornar-se um vício. Percebo bem o que queria dizer."


"De um momento para o outro aquela história tinha a ver comigo. Nunca me aconteceu, é certo, mas algum dia podia ser o primeiro."

Livros donos de uma geografia particular:

O mundo anda faminto de qualquer coisa que não sabe o que é. Mãos estendidas, estômagos vazios, gente que morre à espera. 


"A literatura é a mais horrenda das artes, porque é feita da mesma matéria com que falamos e nos enganamos a nós e aos outros."


"(...) era isso que eu mais desejava: cancelar as palavras que, em liberdade, sussurravam às palavras seguintes, até formarem uma teia que se urdia em meu redor, cada palavra segregando, na sua esteira, o fio que a unia à palavra seguinte (...)"

"Por maior que seja a insistência, de nada disto se falará aqui, porque foram acontecimentos menores, passados numa freguesia pequena, onde uma mulher, que carrega um Dom, viveu rodeada de seres passados (...)"

"Viagem ao coração dos pássaros" - Opinião



"Também era essa a sensação que tinha de mim própria - dissociação. Aquele «eu» lido não era eu, mas quem lia também não. Afinal onde estava eu? Quem se lembraria do meu verdadeiro eu?


"Posso afirmar que o sofrimento agudo é como um assomo de loucura."

Livros que vamos querer ver no cinema (ou em série):

Dará um excelente filme, se adaptado com os actores certos. A história autista de Don e o amor.


Trilogia viciante.


"É aqui que os manequins articulados com quem travei conhecimento começam a bocejar e a espreguiçar-se, a ganhar vida própria."


"(...) Muitas poucas pessoas vivem verdadeiramente as suas fantasias. As que o fazem encontraram a chave."


Tal como ocorreu enquanto lia, espero que seja adaptado ao cinema:


Um dos livros do Ano!


"Se não estiveres sentado à mesa, então é porque fazes parte da ementa."


Depois de True Detective (T1) pela mão de Nic Pizzolatto, gostaria muito de ver este Galveston.


"A velocidade é um direito do homem."
Por muito que ache que a velocidade de Kushner se poderia perder no cinema, talvez adaptado de forma adequado fosse brilhante, quem sabe por Paul Thomas Anderson.

Livros terapia:

Impossível contornar um livro de Afonso Cruz


"Vive e inventa" como escreve Malone em «Malone está a morrer" de Beckett ou "Creio profundamente no poder do trabalho inacabado para nos manter vivos" frase brilhante de Bellow em Ravelstein







Livros surpresa:

"O conhecimento humano tendo, por definição, para o infinito, até uma coisa falsa ou um disparate que acabámos de inventar é conhecimento à sua maneira. Sabemos lá se um dia não é verdade."


"Amanhã manda a Ruth me telefonar que eu explico pra ela que um patrimônio que nem você tem que ser dividido com o resto da humanidade."


"As janelas descascavam ao sabor dos elementos, e nos recantos teias urdidas por aranhas que há muito tinham morrido, mas continuavam a acumular presas (...)"


"Arrancar a vida ao dia-a-dia, será isso a poesia."

Livros de outro planeta:

Da Nigéria até nós, pelas palavras lúcidas de Teju Cole



Tóquio será mesmo outro planeta. 


Um livro sensibilizante e revoltante.

«Escravas do poder» de Lydia Cacho :: Opinião



O outro lado da violência extremista.




"Um fragmento de uma nuvem rápida estilhaça o prato de porcelana da lua."

O livro que menos gostei de ler:


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Por comentar ficaram estes da foto, mas não ficarão por comentar.



Mais vergonhosa é a pilha dos que ainda estão por ler, mas ... ainda agora começou um novo ano ;)




3 comentários :

Ofélia disse...

Há muitos livros nesta lista que não li, alguns não pretendo ler, mas mais são os que estão na minha pilha vergonhosa dos que ainda não foram lidos. Fica também o conselho, para quem ainda não leu A História Secreta da Donna Tartt, 2016 é o ano obrigatório para tal! ;) Bom ano novo!

EfeitoCris disse...

Olha que li Ofélia e francamente não foi dos meus favoritos. Estava bem mais inclinada para esse quando saiu o Pintassilgo, daí que o tenha lido, mas não me convenceu na totalidade.

magarça disse...

Estou a adorar o "flores". E não me canso de elogiar os livros do Karl Ove Knausgård, de que vários autores falam neste texto:
http://observador.pt/especiais/os-livros-do-desassossego/