quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Opinião "A Célula Adormecida"

Nestes últimos meses, quantas vezes ficaste pregado à tv a seguir atentamente as notícias sobre um novo ataque terrorista?
Quantas vezes sentiste o pânico por ver os ataques acontecer em cidades que te são familiares, em sítios cada vez mais perto de casa?
Quanto tempo achas que vai demorar até Lisboa aparecer no final da frase "atentado terrorista em..."?


Foi com esse pensamento que mergulhei de cabeça no tijolo literário que Nuno Nepomuceno nos traz com este "A Célula Adormecida"​
Pela sinopse sabia que o palco seria a cidade que me recebe todos os dias pela manhã, para mais um dia de trabalho. O que não estava à espera era de conseguir visualizar ruas, movimentos, sombras e todos os detalhes de uma história que sobe ao palco em Lisboa e começa com um ataque terrorista em pleno Marquês do Pombal. Acreditem que nunca mais vou olhar para um autocarro da CARRIS com os mesmos olhos.

No mesmo dia em que um homem se faz explodir em pleno centro de Lisboa, uma bandeira do auto proclamado Estado Islâmico é hasteada no cimo do Parque Eduardo VII e como uma desgraça nunca vem só, nessa mesma altura aparece morto o recém eleito primeiro ministro.
Este dia negro para o país é ponto de partida para o mundo de "A Célula Adormecida", um livro que me deixou mais elucidada em termos políticos, que me deu a conhecer aspectos da cultura muçulmana que me eram desconhecidos e que me fez devorar umas centenas de páginas em meia dúzia de dias.

O professor com uma ferida aberta no seu passado, a jornalista da fachada cuidada com o interior que se desmorona, uma família sobrevivente com um pai comedido, uma filha inocente e um filho catalisador.
A visão pelos olhos destes interveniente permite-nos um exercício que acho que não fazemos vezes suficientes, o de nos colocarmos no lugar dos outros. É fácil julgar, tomar decisões precipitadas, alimentar preconceitos com base na ignorância e no medo mas o que é muito difícil é vermos as coisas de um outro ponto de vista que não o nosso.

"A célula adormecida" tem todos os ingredientes para continuar a gerar novas edições. Uma lição de história, actualidade, aceitação, revolta e um sem numero de sentimentos que nos povoam ao longo da leitura. 
Não descansei enquanto não o terminei.
E não vou descansar enquanto não levar mais gente a conhecer o mais recente livro do Nuno Nepomuceno.

Hoje é o lançamento oficial do livro.
Fica o convite

Uma aposta

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Novidade Coolbooks :: "O Escultor"

Um thriller tão obscuro quanto inesperadamente romântico 


O Escultor, de Carina Rosa, é a segunda obra da autora a ser publicada pela Coolbooks  

O Escultor, de Carina Rosa, é a mais recente novidade da Coolbooks e está disponível, a partir de hoje (em formato físico e digital), na livraria virtual Wook. Depois de ter publicado A sombra de um passado, em 2014, a chancela da Porto Editora dá agora a conhecer a incursão desta jovem autora pelo thriller.  A vida de Mariana, uma galerista de sucesso, é radicalmente alterada após receber vários bilhetes ameaçadores que culminam com o desaparecimento da sua companheira de casa às mãos de O Escultor, um assassino em série. Tudo indica, porém, que este é apenas primeiro e macabro incidente de uma perseguição incessante. Neste thriller, tão obscuro quanto romântico, desenha-se a história dos delírios de um fanático e de uma mulher e de um homem que, unidos pelas circunstâncias, terão de o travar.  

Uma novidade

Opinião "Viveram, riram e viram que era bom"


Quando vi o título e a sinopse do mais recente livro de David Arnold dei comigo a pensar "hã? Não percebi!" Mas depois de 281 páginas de homenagens tocantes, amores transcendentes, laços de amizade inquebráveis, primeiros beijos ribombantes, divagações de mentes pesarosas e músicas com flores que brotam do coração, o meu entendimento é total quando olho e leio "eles VIVERAM, eles RIRAM E eles VIRAM QUE ERA BOM"

Conhecemos Vic na esquadra da Polícia. Não seria um bom sinal não fosse toda a jornada e a lição de vida que Vic absorveu nos últimos dias e que o levou até ali.
Órfão de um progenitor digno de citação, Vic sente um vazio enorme com a ausência do pai e vê-se em falta para com a sua memória, em especial quando a mãe começa a seguir em frente e Vic teima em manter a ferida aberta por mais tempo.
Disposto a dar resposta aos últimos desejos do pai e a dar sentido aos pensamentos dispersos na sua cabeça, Vic parte sem no entanto ir muito longe e não sem antes ser "adoptado" pelo grupo mais curioso, genuíno e coração aberto que algum dia poderia encontrar.
Mad, Baz, Zuz e Coco....tudo histórias pessoais que se envolvem num plano superior e que, nos seus jeitos e personalidades especiais, vão influenciar a jornada de Vic.

(parte da capa original do livro em inglês - Kids of Appetite)

E se a sinopse, como eu disse anteriormente, possa não fazer combinar nada com nada ao início, garanto-vos anuncia um mundo abstracto, de inclinar a cabeça e apreciar uma obra de arte.
Desafio-vos a testar o vosso apetite por algo diferente, a olharem para as coisas de um outro ponto de vista e de, acima de tudo inserirem no vosso dia algo que li aqui e que gostava que fosse uma máxima do mundo 
"A forma como vivemos não tem nada a ver com a forma que tratamos os outros"

Se "Viagem à procura de mim" não me apanhou, este "Viveram, riram e viram que era bom" apanhou-me na curva, levou-me para casa e não me larga desde então.
Ainda há uma parte de mim, num dos muitos diagramas de Venn que caracterizam a minha pessoa, que encontra a junção perfeita para apreciar em pleno este livro


Até lá, ao momento em que temo perder a capacidade de apreciar um bom livro YA quando tenho o dobro da idade do público alvo, deixo-vos com outra música com flores no titulo e que me mete mais à direita daquele diagrama mas que sempre constou da minha playlist pessoal.


Boas leituras e boas vidas.

 

sábado, 26 de novembro de 2016

Opinião "Too Late" de Colleen Hoover

Quando se pensa que Colleen Hoover não consegue prender-nos a uma história depois da última que lemos é porque continuamos a ser ingénuas e tontas por a subestimar.


Fiquei a conhecer "Too Late" um pouco tarde de mais (sim, podia ter feito piadinha aqui com o título, como fiz com o "It ends with us"). Lá para meios de Setembro vi qualquer coisa na página de Facebook da autora sobre um livro (grátis e disponível online) onde descarregava uns pensamentos e o seu writer's block. Por isso "Too Late" é uma poderosa história, marcante desde o primeiro capítulo (teve uns 50 que foram sendo publicados ao longo dos meses) e que, diz a autora e digo eu, é do mais gráfico, rude e revoltante que escreveu.
Sabem, ingredientes que nos prendem, amassam e que nos deixam em pedaços? São esses. 
Clássico Colleen 😉

Em "Too Late" conhecemos Sloane. Gostaria de a conseguir definir sem mencionar o quanto ser namorada de Asa Jackson condiciona e define a sua vida mas tal é impossível.
Asa é....como colocar em palavras adequadas a um espaço como este?!
Aquele tipo de pessoa que os nossos pais sempre caracterizaram como "má companhia" e do qual nos aconselharam a ficar afastados.
Mas Sloane cometeu o maior erro de todos, envolveu-se de corpo e alma com o diabo e muitas são as razões que não a deixam sair de uma relação que a prende e de uma casa que a destrói a pouco e pouco.
E tudo parecia um suplício até Carter aparecer....
Mas o que traz ele de novo?

Tudo e nada. Será algo que vão ter de descobrir, capítulo a capítulo. Imagino o quanto foi difícil para quem andou a ler os capítulos à medida que eram publicados. A dor, a espera, os momentos de suspense....
Eu adorei.
Sim é violento, gráfico, marado da cabeça até ao último capítulo mas epah, esperem um cadinho que ele fica disponível em formato de papel a preços acessíveis.

Acreditem que é uma bomba a explodir na vossas mãos mas uma que vale a pena apanhar os bocados para ler.
Deixou-me com o travo amargo na boca mas não posso deixar de vos sugerir a leitura deste "Too Late"


Boas leituras
COLLEEN FOR PRESIDENT!

«Nem todas as baleias voam» de Afonso Cruz :: Opinião



ABERTURA 



"A realidade é apenas uma fantasia exageradamente bem penteada, disse o escritor sérvio Goran Petrovic. O que me agrada particularmente nos blues é precisamente a recusa em pentear a realidade (...). Nos blues há uma denúncia constante da opressão, da injustiça, do racismo, da miséria."

*

A genialidade, a desordem, a excitação e a entrega que visualizei neste vídeo de Glenn Gould foi exactamente o que fui sentido ao longo da leitura deste «Nem todas as baleias voam», por isso fez-me todo o sentido unir esta peça de Bach, tocada por um outro Gould ao Gould que Afonso Cruz criou, oferecendo ao leitor um enredo carregado de blues e de frases com dotes de pugilismo, tal como esta, presente na abertura deste livro, que eu diria que encerra em si mesmo um género de caixinha de sapatos para doentes terminais, coleccionadores de dores, mas também de muitos pequenos momentos de magia.

"Traço mapas com histórias obscuras, que iluminam becos, atalhos, lugares que ninguém se lembraria de percorrer."

Desde cedo percebemos que há aqui uma ode ao belo dentro da maldade e do mal, aliás somos logo avisados para essa maneira sórdida e até perversa de alimentar esse engenho do mal, do medo e do aberrante como solução para nos mantermos à tona, à superfície da sobrevivência. 
Parece estranho? Se não o fosse é que seria de estranhar. Estamos novamente perante um livro intenso e imenso de Afonso Cruz, onde as personagens e as histórias se cruzam de tal forma que, mesmo a muitos quilómetros de distância, ganham uma intimidade que chega a fazer doer. 

"Depois abria os olhos, concentrava-se nas fotografias do atlas correspondentes ao território escolhido pela ponta do dedo (as fotografias ficavam sempre com a marca da unha do indicador, porque Tristan, ansioso e triste, deixava que alguma violência lhe saísse pelo dedo ao pressionar o lugar onde estaria a mãe.
(...)
- Onde estava ela?
- No mar.
Naquela manhã não lhe apeteciam frases compridas, foi só isso, mar, que é uma das palavras mais profundas e o lugar onde o dedo se espetara, uma marca de unha de indicador no meio da água."


RELATÓRIO GOULD




Julgo que o leitor vai entrando lentamente e vai sendo atraído para esta espécie de improvisação que pauta a estratégia do autor em nos encher os sentidos e nos explorar as emoções, apelando à palavra escrita, à cantada ou até àquela que não se ouve, mas está lá, saindo pela ponta de uns dedos que exprimem afecto e sentimentos profundos, tocando melodias que são autênticos relatórios das marcas que o tempo deixa. 

"(...) uma lesão incurável. 
- Vês?
- Não há pomadas?
- Dizem que o tempo cura.
- O tempo é uma pomada?
- Uma espécie de pomada.
- Não tem funcionado, pois não?
- Não. É que também vamos criando afecto pela dor, ela diz-nos que estamos vivos (...)"

EPÍLOGO



"O corpo dela cheirava agora a sabão, mas não disfarçava o odor intenso a uma certa solidão que lhe dava um ar quase etéreo, de quem vive acima do lodo do quotidiano (...)"

É neste acima do lodo do quotidiano que a história vai avançando, orientando-se na geografia do que é estranho, mas se intromete nas vidas, pejadas de dor e de solidão, mas também abertas à esperança que desponta aqui ou ali, como uma música que passa por uma frincha, uma brecha e nos entra na cabeça e permite a redenção que todos procuramos, corrigindo diferenças e tratando-nos do coração. 


MENSAGEM ARQUIVADA




*
Este texto estará igualmente publicado no Deus me Livro e na
Comunidade de Leitores Roda dos Livros.

Uma leitura com o apoio da ALFAGUARA.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Novidade Planeta :: "O Governo de Bilderberg"


A investigação mais completa e exaustiva alguma vez publicada sobre a presença e participação de Portugal e de portugueses nesta organização, que desde os anos 80 conta com dois ex-primeiros-ministros portugueses na lista dos membros permanentes.
O autor e jornalista Frederico Duarte Carvalho sustenta a sua investigação em documentos oficiais, muitos deles inéditos, para traçar a história deste grupo desde o seu aparecimento, em 1954, até à actualidade.
Um livro que será fundamental e incontornável para quem quiser saber mais, ou aprofundar, a história, a influência e a responsabilidade do Clube Bilderberg no rumo que o mundo tem. 

A partir de dia 30 de Novembro nas livrarias.
Uma novidade

Novidade Topseller :: "As Desaparecidas" de Megan Miranda

UMA HISTÓRIA TÃO ORIGINAL COMO PERTURBADORA


NICOLETTE PENSA QUE ESCAPOU...

Já se passaram dez anos desde que Nicolette Farrell abandonou a sua cidade natal. Não resistiu ao misterioso desaparecimento da sua melhor amiga, Corinne, e abandonou tudo: pai, irmão, namorado, toda uma vida.

O DESTINO TROUXE-A DE VOLTA...

Agora, obrigada a regressar ao seu passado para cuidar do pai doente, Nicolette vê-se afundada em segredos chocantes, mentiras e aquele caso que ficou por resolver, abrindo feridas antigas há muito dormentes.

MAS AS DÍVIDAS TÊM DE SER PAGAS...

Um novo desaparecimento, o da atual companheira do ex-namorado de Nicolette, irá adensar a teia de mistério e precipitar os acontecimentos.

O QUE REALMENTE ACONTECEU HÁ DEZ ANOS?

«Muitíssimo cativante. Um livro que poderia ser descrito como hitchcockiano.» The New York Times Book Review

Uma novidade

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Novidade Topseller :: "Descobre-me" (Série Slow Burn)

Andamos fora desta série e é sempre bom relembrar que um livro nunca vem só. A mais recente novidade da autora Maya Banks, publicada pela Topseller, é o terceiro livro da série Slow Burn.
Para não se perderem, como nós, aqui ficam os três livros até agora editados.

Quem tem andado a ler esta série?


Sinopses:

Uma aposta

Novidade ASA :: "A Rainha do Sul"

Acho que há sonhos que matam... Mais ainda do que as pessoas, a doença ou o tempo.


Teresa Mendoza sabe do que fala. Em tempos, foi a namorada submissa de um narcotraficante. Pobre, analfabeta e a correr risco de vida, seria obrigada a fugir do México com apenas um revólver e um bloco de notas cuja leitura lhe estava interdita. Nessa altura, ela estava longe de imaginar que se converteria numa lenda do narcotráfico espanhol. Contra todas as expectativas, esta mulher solitária constrói um império a partir do nada, num mundo implacável inteiramente dominado por homens. Agora, doze anos após a fuga, Teresa está de regresso à sua terra natal. E quer ajustar contas com o passado.

Arturo Pérez-Reverte, o "mestre do thriller intelectual" (Chicago Tribune), criou Teresa Mendoza, a Mexicana, heroína improvável de uma saga que abarca décadas e continentes - do México à costa de Marrocos, a Gibraltar e Espanha. Uma história onde não há bons nem maus, em que cada gesto encerra um mundo. De amor ou traição. De vida ou morte.

Uma novidade

Novidade Topseller :: "O Crime do Vencedor"

Ora então, fiquem a saber que o segundo volume já se encontra disponível.


DOIS POVOS EM CONFLITO
UMA ALIANÇA PERIGOSA
UM AMOR DIVIDIDO

Após dez anos, os Herrani, liderados por Arin, tomaram a sua terra de volta. Para impedir que a poderosa armada valoriana invadisse Herran e provocasse um banho de sangue, Kestrel aceitou casar com o príncipe herdeiro de Valoria.

O noivado causa sensação no reino, mas Kestrel sente-se uma prisioneira no palácio, sob a vigilância apertada do imperador que não confia totalmente nela. E com razão: Kestrel encontrou uma forma de passar informações secretas para ajudar o povo herrani, e está perto de descobrir um segredo chocante.

A paz com Valoria tem um preço demasiado alto e Arin procura novos aliados além-fronteiras. Ao mesmo tempo, ele debate-se com a decisão de Kestrel em se casar com o príncipe. Sem saber que ela é a espia que o está a ajudar no esforço de guerra, Arin decide arriscar tudo e tentar desvendar a verdade, mas esta poderá ser muito mais perigosa do que ele imagina.

O Crime do Vencedor está recheado de encontros e desencontros, revelações perigosas e reviravoltas emocionantes, elevando o suspense até ao derradeiro capítulo.

«Envolvente, intenso, arrebatador!» 
 KIRKUS REVIEWS

Uma novidade

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A Metade Colorida e a Dieta do Chá

Quem me conhece sabe que eu não alinho em dietas.
Onde é que eu encaixava o meu pão matinal, o meu doce ocasional e o meu copo de vinho preferencial? :) ahah 
Mas a Dieta do Chá captou a minha atenção. Com este tempo outono/inverno, o chá é sempre um fiel companheiro durante o dia de trabalho, seja como aquecimento ou desculpa para fazer uma pausa nas tarefas diárias.
Mas a questão é...em que é que o chá me pode ajudar?
A Dieta do Chá de Kelly Choi dá-nos algumas respostas se soubermos quais as perguntas certas a colocar.


Mas se é a dieta do chá, quer dizer que não posso comer?
Não. A ideia é incorporar o chá certo no nosso dia a dia e nas alturas indicadas.
Além do chá há um plano a seguir. Eu vou começar com passos pequeninos. 
Primeiro vou começar por me habituar a beber os chás certos, nas alturas certas.
Depois penso em como é que vou deixar de comer as minhas torradas matinais.

Mas a ideia é beber chá, um chá qualquer?
Não. Cada momento diário em que devemos consumir chá tem uma mão cheia de sugestões . Eu por exemplo não sou grande fã de chá verde, no entanto, a autora sugere pelo menos mais uns cinco tipos de chás em alternativa.

Na capa diz que podemos perder até 4kg em 7 dias? Será verdade?
Não tenho bola de cristal mas se seguirem o plano é bem provável que esses 4kg voem pela janela fora numa semana. Eu aceitei o desafio por uma questão de saúde, pelas muitas vantagens que o consumo de chá tem para o nosso bem estar físico e mental. Se já têm por costume beber chá, porque não aceitam o desafio?

Vais publicar a tua perda de peso?
Não. Podem esperar sentados se acham que vou publicar aqui o que a balança grita cada vez que meto os meus pés em cima dela. :P
No entanto, vou fazer o registo interno. Daqui a 7 dias, mesmo sem estar a seguir o plano à risca, vou ver se a balança grita menos comigo.

E por último, mas não menos importante...
 tenho de deixar de beber o meu copinho de vinho de vez em quando?
NÃO!
Embora o vinho tenha calorias e essas coisas todas más ahah um copo de vinho por dia não sabe o bem que lhe fazia.

Agora fora de brincadeiras. 
Vamos lá beber uns cházinhos e a pouco e pouco pensar como integrar os outros pontos abordados pela autora no meu dia a dia.

Boas leituras e bons cházinhos.

"A Dieta do Chá" de Kelly Choi é uma aposta Arte Plural Edições

Novidade Porto Editora :: "As Raparigas"


Califórnia. Verão de 1969. Evie, uma adolescente insegura e solitária, avista um grupo de raparigas no parque e fica fascinada com a aura de abandono que as envolve: vestem-se de forma descuidada, andam descalças e parecem levar uma existência feliz à margem das convenções. Dias depois, Suzanne, uma das raparigas, convida Evie a acompanhá-la até às montanhas, ao rancho isolado onde vive numa comunidade organizada em torno de Russell, músico frustrado e líder carismático. Desesperada por ser aceite, Evie mergulha numa espiral de drogas e amor livre. Porém, à medida que se vai afastando da mãe e das rotinas da vida, e à medida que a sua obsessão por Suzanne se intensifica, Evie não se apercebe de que está a um passo de uma violência inimaginável, a caminho daquele momento na vida de uma rapariga em que uma simples escolha pode determinar o futuro.

Um retrato excecional da fragilidade adolescente, uma reflexão sobre as decisões que nos marcarão toda a vida e uma evocação daqueles anos de paz e amor em que germinava um lado obscuro…

Uma novidade

Novidade Editorial Presença :: "Destinos e Fúrias"


À primeira vista, Mathilde é a mulher perfeita. Porém, todos os casamentos têm dois lados. Leia o bestseller do New York Times que conquistou o mundo. Todas as histórias têm duas versões. Todas as relações têm dois pontos de vista. Contudo, às vezes, a chave para um bom casamento não está na honestidade mas nos seus segredos. Lotto e Mathilde, jovens altos e bonitos de 22 anos, estão perdidamente apaixonados e destinados aos maiores sucessos. Uma década mais tarde, o casamento ainda é alvo das invejas dos amigos, mas a realidade afigura-se mais complexa e extraordinária do que as aparências dão a entender.

Uma novidade

Novidade Relógio de Água : "Breve História de Sete Assassinatos"

Marlon James foi o vencedor do Man Booker Prize 2015


A partir da tentativa de assassínio de Bob Marley, o autor jamaicano Marlon James propõe um romance tão ambicioso como inteligente.

«"Breve História de Sete Assassinatos" é uma obra-prima.» 
Chris Salewicz

«É como um remake de Tarantino de The Harder They Come, mas com uma banda sonora de Bob Marley e um guião de Oliver Stone e William Faulkner. (…) Épico em todos os sentidos da palavra.»
New York Times

Uma novidade com data de lançamento para dia 29 de Novembro da

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Novidade Chiado Editora :: "Promete-me" de C. M. Cruz

A minha vida era completa e perfeita. 
Era feliz, amada e protegida.
Até que tudo mudou, quando fui raptada.
Após quase 7 anos como escrava, encontrei a minha liberdade.
Mas até que ponto eu estava realmente livre?

Elizabeth Collins tinha tudo o que sempre sonhou. O emprego para o qual estudou, uma família que a adorava e um namorado que a amava. 
Foi com o pensamento de um futuro promissor, que o mundo da Beth desabou aos seus pés.
Ela foi raptada, torturada e violada por 7 longos anos. Levada para um mundo de terror e sofrimento, foi forçada a anos de cativo, sem esperança. 
Mesmo tendo encontrado a sua liberdade, estará ela realmente livre? Irá ela conseguir viver num mundo onde os monstros de verdade existem? Ou será que o Alec Brenner a conseguirá salvar de seus demónios?
Uma promessa foi tudo o que ela pediu. Mas não era uma promessa qualquer. Será o Alec capaz de cumprir o prometido? Mesmo que isto signifique perder a Beth para sempre?

Um romance obscuro, com elementos ásperos, tais como linguagem forte, violência e conteúdo sexual forte. “Promete-me” contém temas sensíveis para algumas pessoas. 

Uma novidade

Novidade Manuscrito :: "As Escolhas do Casal Mistério"

As Escolhas do Casal Mistério
73 Receitas e 17 Dicas que vão revolucionar a sua vida à mesa


www.casalmisterio.com «Melhor Blog de Lazer e Culinária» 2016
(1ª gala dos Blogs do Ano, Media Capital)

O segredo é a alma deste casal. Ele e Ela criaram o blogue Casal Mistério e, desde então, dedicam-se à «árdua» tarefa de experimentar novos pratos e visitar anonimamente restaurantes de todo o país.

Este casal pode não partilhar a identidade consigo, mas partilha as suas valiosas e saborosas escolhas neste livro feito para quem gosta de comer.

«As escolhas do Casal Mistério» reúne as melhores receitas que eles provaram. São 73 pratos que vão revolucionar a sua vida na cozinha. Por um lado, as receitas que Ele e Ela fizeram em casa: pratos simples e saudáveis, sobremesas só com três ingredientes e refeições práticas e rápidas na caneca, feitas no micro-ondas. Por outro lado, os pratos mais deliciosos que comeram fora de casa: em tascas, restaurantes e pastelarias. São receitas únicas, partilhadas pelos próprios chefs, que agora poderá experimentar fazer para a sua família e amigos. E ainda… (sim, há mais!) 17 dicas e truques que o vão deixar de queixo caído…

Uma novidade

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

«O meu nome é Lucy Barton» de Elizabeth Strout :: Opinião


No outro dia lia sobre Etgar Keret e sobre o seu último livro publicado cá, «Sete anos bons» que são aqueles em que conseguiu ser em simultâneo, filho e pai para o seu filho. E inevitavelmente lembrei-me deste «O meu nome é Lucy Barton», leitura a qual ainda não tinha sido alvo de um texto aqui para o blogue. 
Lucy Barton pega num episódio da sua vida, um período em que esteve hospitalizada e fala de ser filha, mas também de ser mãe. Na monotonia da espera pela recuperação, a visita da mãe, fá-la também recuperar dores, lembranças e preocupações que pautam a relação mãe-filha e claro, as comparações comparações que tecem as histórias das famílias. 

"Se compreendo a dor que as minhas filhas sentem?
Acho que sim, embora elas possam afirmar o contrário. Mas creio que conheço muito bem a dor que nós, crianças, apertamos contra o nosso peito, como ela dura a totalidade das nossas vidas, com anseios tão desmesurados que não se consegue sequer chorar. Agarramo-la com força, nós, com cada espasmo do coração que bate: Isto é meu, isto é meu, isto e meu."

É esse tão seu que vamos lendo nestas páginas e pensando talvez em quantas coisas também são tão nossas e talvez por isso este livro tenha sido lido e pousado, sossegado, ali num canto, canto esse que por vezes chamava por mim e se continuar a apelar ao lado íntimo e familiar corro o risco de apelidar o livro de lamechas e não é nada disso que aqui se encontra. É antes o lado cruel da falta de amor, um amor sempre a saldo negativo, mas que encontra a desforra e o acerto de contas com o chegar do fim da vida. 

"(...) Esta é a história de uma mãe que ama a sua filha. De modo imperfeito. Porque todos nós amamos de forma imperfeita. (...)"

Podemos dizer que este é um livro que pode conter algumas lágrimas, a redenção está lá, espreita por todo o lado, apelando a que sejamos mais capazes de compaixão, nem que ela por vezes venha só assim, em doses contidas, em coisa pouca, de cem duzentas páginas. Importa é vir. É como o amor. 

"E nessa altura ele olhou para mim, com uma grande bondade no rosto, e vejo agora que reconheceu aquilo que não reconheci: que, apesar da minha plenitude, estava só. A solidão foi o primeiro sabor que provei na vida, e esteve sempre lá, escondida nas frestas da minha boca, para mo recordar. Ele viu isso naquele dia, parece-me. E foi generoso."

*

Resultado Passatempo "Eu Estive Aqui"


E no mesmo dia em que publicamos a opinião ao livro, damos também a conhecer o nome do/a vencedor/a que terá o prazer de receber uma prendinha de natal adiantada.
Sem mais demora, damos os parabéns a....

Bruna Martins
que foi a participação nº 531 num total de 746 participações.

A vencedora já foi notificada por email.

Um passatempo em parceria com a

Opinião "Eu Estive Aqui" de Gayle Forman

Quantos de nós temos amigos de longa data? 
Com sorte, quase todos temos pelo menos um ou dois.
Quantos de nós podem dizer que, aquela pessoa que tem estado na nossa vida nos últimos 10 ou 20 anos, nos é inteiramente conhecida? 
Até que ponto conhecemos bem os nossos melhores amigos?

Este é o pensamento que assombra Cody.
Conhece-mo-la após a morte da sua melhor amiga Meg. Depois de uns meses a viver longe de casa, no primeiro ano de faculdade, Meg decide acabar com a sua vida de uma maneira fria e planeada ao mais ínfimo detalhe. À família e amigos deixou um bilhete de despedida. À família e aos amigos deixou uma dor profunda e uma incompreensão dos motivos que a levaram a esse fim, especialmente à sua melhor amiga Cody, que a via como a sua outra metade, por tão próximas que foram a vida toda.

Mas a questão é, até que ponto conhecemos bem todos os aspectos das pessoas que nos são próximas?
Quantos de nós conseguimos descortinar o que se passa na cabeça delas?
Será que elas conseguem perceber o que se passa na nossa cabeça pelas palavras que não dizemos e pelas acções que não fazemos ?

É neste "Eu Estive Aqui" que embarcamos no dia a dia de Cody, que ficou para trás na vilazinha que a conheceu toda a sua vida e que agora quer dar sentido à partida da amiga.
Partimos numa busca pela pessoa que Meg era, pelo que se tornou com a mudança para a faculdade, pelos segredos encerrados no seu passado e pelo que despoletou a decisão para se encaminhar para o fim.
Partimos igualmente por uma viagem à mente de Cody, à sua história e pela sua incapacidade de se perdoar por achar que devia ter reparado no sofrimento da amiga.

"Tiveste um monte de pedragulhos, mas limpaste-os e fizeste com eles um colar. A Meg tinha joias, e matou-se com elas"

Embarquei na leitura sem expectativas. Gostei de todos os outros livros que li de Gayle Forman mas a temática deste livro fez-me entrar meio a medo, meio de braços abertos para que o me fosse oferecido. Para quem ainda não sabe, este livro fala e descreve um suicídio e até me deu muita informação que eu, inocentemente, desconhecia.
Em suma, não sabia o que esperar deste livro. Sabia que entre encontrar respostas e começar a sarar as feridas, alguma coisa iria acontecer mas sinto que algo ficou a faltar, especialmente à dinâmica do dueto Meg e Cody.
O quão próximas eram realmente?
Será que a sua amizade ainda era assim tão forte nesta idade, como fora quando eram mais novas?
Sinto essa ligação em falta, de resto, com um principio, meio e fim, "Eu estive aqui" é um ciclo de culpa e obsessão que se prevê infinito mas que, no final, tem uma aberta para uma planície de perdão e calma, porque tudo passa, tudo um dia passará.

Fica o booktrailer que encontrei online e que caracteriza muito bem este último livro da autora.

Que venha o próximo livro da Gayle. Para quando o Leave Me?

"Eu estive aqui" é uma novidade

Para mais informações visitem o site Editorial Presença

sábado, 19 de novembro de 2016

Novidades Topseller :: "Um desejo Inevitável"


Nascido nas ruas mas educado na aristocracia, Drake Darling não consegue fugir das suas origens humildes, sobretudo porque Lady Ophelia Lyttleton lhas relembra constantemente. Para ela, Darling nunca será um verdadeiro nobre.

Até ao dia em que Darling salva Lady Ophelia de se afogar nas águas do Tamisa e descobre que ela sofre de uma inexplicável perda de memória. Aproveitando essa oportunidade, ele decide castigar Lady Ophelia, convencendo-a de que ela é sua criada Contudo, enquanto brinca a este malicioso jogo, Darling fica inevitavelmente rendido ao charme de Lady Ophelia.

Ophelia parece corresponder aos seus sentimentos, mas está inquieta. Sente que algo na história dele não bate certo. E quando recupera finalmente a memória, fica devastada e aterrorizada com a traição de Darling. Agora, ele terá de provar que merece a confiança dela para reconquistar o seu coração.

Poderá a paixão ser mais forte que o preconceito?

Uma novidade


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

«Desde a sombra» de Juan José Millás :: Opinião


Perante mais uma leitura a um livro de Juan José Millás, tenho vontade de começar este texto exactamente com a mesma frase com que caracterizei o anteriormente lido, «A Mulher Louca», no entanto, basta acrescentar que a arquitectura deste enredo torna-se inquestionável, pois o autor não esqueceu nenhum detalhe. Quanto à criatividade, que parece pautar todos os seus livros, Millás volta a tecer uma barreira muito fina que filtra a realidade de forma muito pertinente, fazendo sempre a acção evoluir. Já os rasgos de loucura que pautam este «Desde a Sombra» remetem a lugares do imaginário comum, o dos fantasmas ou dos esqueletos no armário. 

"Ali estava ele, incrivelmente, a fazer-se passar por um fantasma enquanto lá fora a vida seguia um curso de que se retirara como quem se apeia de um autocarro."

Um armário é o mote para um indivíduo desprovido de vida própria, Damián Lobo, entrar numa casa e nas vidas de uma família que se alimenta de problemas usuais e estabelece com o armário uma relação de amor/ódio. Ainda assim, sentimos essa tensão muito ténue, eu diria que é quase inexistente ao início, mas a forma como o armário penetra na vida daquele casal, faz crescer todo o delírio de quem lá se esconde. E cresce no leitor a curiosidade por saber se ele será ou não apanhado em deambulações domésticas.

Se em «A mulher louca» tivemos um Millás de lá e um de cá, neste temos um armário que cria com a sua presença, lados e perspectivas também de lá e de cá, para um casal com inúmeras dificuldades de comunicação e só por essa falha abrem espaço para essa sombra, que com o tempo ganha corpo e um lugar entre eles. Mas não só. Há mais lados a considerar, pois Damián tem vozes a quem responde como se estivesse a ser entrevistado e seguido por um apresentação, Sergio O'Kane, com quem tece avaliações quase sociológicas.

"Viu toda aquela vida que ainda estava a tempo de recuperar, mas que lhe parecia alheia. Podia apropriar-se dela sem dificuldade, pois dispunha da documentação necessária, mas não se via lá apesar do momento de pânico por que passara cá."

Toda a beleza desta narrativa passa por, tanto rirmos como reflectirmos, com uma sombra que é um facilitador da felicidades alheia, um fantasma bebedor de água e com dotes de fada do lar que se incrustou na vida de Lucia e Fede, ganhando uma corporeidade insólita que até a esfera virtual chegou. Parece estranho e sem sentido? Pode ser, mas ainda assim não é tudo, pois Millás tem em pouco mais de cem páginas um universo próprio pejado de detalhes que são de todos nós.

"(...)
- As pessoas - respondeu, visivelmente incomodado com a ironia do apresentador - já eu conhecia. Ia a Marte para não ter de aturá-las. 
- É pouco sociável?
- Digamos que sou esquisito.
- Esquisito em que sentido?
- No sentido de ser uma boa pessoa. Eu sou uma boa pessoa, nunca fiz mal a ninguém, e isso afastou-me do mundo."

Toda esta paranormalidade do real que Millás vai construindo à frente do leitor, aproximando o sórdido ao belo, o anormal ao usual ou a paranóia como aceitável e talvez até saudável, faz-nos querer continuar a lê-lo sempre com imensa curiosidade. 

*

Opinião "Viagem à procura de mim"

 
MIM admite que não está bem. Detesta o sítio onde vive, apelida-o de mosquitolândia, não compreende o pai, não aceitaa madrasta, não se conforma com o silêncio da mãe nem com os pensamentos divergentes que lhe surgem na mente.


"Viagem à procura de mim" não é um livro de auto-ajuda, como me perguntaram enquanto o andava a ler. Também não é um livro sobre viagens.
É um livro sobre a MIM, assim acronomizada pela própria personagem, Mary Iris Malone.
No entanto, é um livro sobre a viagem de MIM em busca de respostas, dentro da sua cabeça e na sua vida.
Porque quando não estamos bem e nos sentimos perdidos, é normal que partamos em busca de nós próprios e do sentido para as partes que cada vez menos fazem sentido.
Confuso?  
É assim o nosso cérebro e ainda mais o de MIM.


Então MIM parte, parte em busca de MIM, de si, de respostas, da mãe, de um sentido para a desconexão que sente dentro de si.

Um livro que pode ser grandioso, com as suas personagens peculiares ou soar como um daqueles filmes de culto que toda a gente diz ser espectacular mas que deixa muitos de nós com aquela ideia do "que raio estou a ver?".

"Viagem à procura de mim" é daqueles livros que apelam à miúda de 16 anos que há em mim e que se lamenta não ter lidos certos livros na idade correcto mas que ao lê-los agora, com o dobro da idade, entende que talvez tenha chegado tarde de mais.
Por aqui "Viagem à procura de MIM" não funcionou :(
Por vezes nestas viagens à procura de algo, nem sempre encontramos o que buscamos.
Eu procurava algo que não sei bem o que era. O que me foi apresentado, embora diferente e inovador, não me conquistou. 
Digam-me....o que me passou ao lado neste livro?
Aguardo novidades.

Até lá, deixo ficar música que me passou pelos estreitos a meio da viagem de MIM

No entanto, estou curiosa para terminar a leitura do recente livro de David Arnold.


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Opinião "Deixa-me odiar-te"

Entre o interesse e o desdém, há sempre algo que nos convém.
E o ódio, por mais oposto que possa ser do amor, deriva de sentimentos fortes. A questão agora é....quais?


Conhecemos Jennifer Percy, controlada e experimente advogada fiscal, num dos piores dias da sua vida profissional. Está mega atrasada para uma reunião com um cliente importantíssimo e a última coisa que quer é ter de se cruzar com o seu arqui-inimigo, o bonitinho e playboyzeco de meia tigela Lord Ian St John. Sim, nos dias que correm as famílias aristocratas continuam a povoar o mundo, em especial Londres mas Jenny não podia ser mais indiferente ao seu título, beleza ou presença. Na realidade ela só queria mesmo é que ele não...respirasse!
Nascida e criada numa família anti muita coisa, em especial carne e gente rica, Jenny tornou-se numa anomalia no seio dos Percy ao trabalhar para uma grande empresa que ajuda os ricos a gerir as suas propriedades e investimentos, ou seja, a ficarem mais ricos.
Tudo isso seriam pequenas pedras no sapato não fosse a velha animosidade criada entre Ian e Jenny desde os primeiros tempos de trabalho juntos vai já mais de sete anos. A razão da falha sísmica causada pela presença destes dois no mesmo espaço é algo que todos desconhecem...acho que até os próprios. 
Mas como o cliente tem sempre razão, a sua exigência é clara...Jennifer e Ian vão ter de trabalhar juntos. Chegou o tempo de resolver a questão que os afasta e estabelecer regras (e tréguas) para que estes dois casmurros se entendam pelo bem da empresa e das suas carreiras.


Mas quando um simples encontro profissional passa para o mundo como um romance que floresce entre dois colegas de trabalho, o quanto será que muda a vida de Jenny? 
E Ian, mesmo em vias de herdar um título, poderá ser aquilo que realmente gosta de ser ou terá de se reger pelas regras da família, assim como acontece com Jenny?
Quanto tempo irá durar o conflito uma vez que percebam que não sabem a razão porque mantém uma animosidade que é mais carregada de tensão sexual que de razões para desgostarem um do outro?

Um romance que traz os nossos lords dos romances de época para a Londres de hoje, com uma mulher independente, forte e trabalhadora ao seu lado e que lhe dá água pela barba.

E porque estes dois deram duplo sentido ao nome desta música, aqui vai...

Um romance leve, divertido e que por mais previsível que fosse o final, soube bem chegar até lá.

Boas leituras :D

terça-feira, 15 de novembro de 2016

«O Jantar» de Herman Koch :: Opinião



Menu:
- um restaurante difícil de reservar
- dois casais de meia idade
- uma pitada de mediatismo
- uma mão cheia trivialidades 
- violência verbal em temperatura controlada
- crimes q.b.
- uma boa dose de aparências para polvilhar 

*

Convêm que pegue neste Jantar logo com um bom digestivo, forte, caso contrário ficará empanturrado com tanto osso duro de roer e alguns condimentos mais abrasivos. Herman Koch não poupa as suas personagens e coloca-as de tal forma na ementa que faz com que o leitor se sinta indeciso, entre qual delas escolher para odiar mais. Digamos que este evento familiar está recheado de pratos de assinatura, mas com um sabor e conteúdos indigestos, ou não fossem eles família e todos a necessitar de manter as aparências. 

A tragédia familiar está na mesa ainda antes de qualquer aperitivo, de um lado Serge e Babette, do outro Paul e Marie Claire, no meio, um crime cometido pelos filhos de ambos os casais. Como resolver a situação será um assunto tão quente quanto a discussão gastronómica. 

"Se tivesse de definir felicidade, seria assim: a felicidade basta-se a si mesma, não precisa de testemunhas. «Todas as famílias se parecem; cada família infeliz é infeliz à sua maneira», é a primeira frase de Anna Karenina, de Tolstói. No máximo, acrescentaria que as famílias infelizes - e logo, dentro dessas famílias, os casais infelizes - nunca conseguem sê-lo sozinhos, por isso, quanto mais testemunhas, melhor. A infelicidade procura sempre companhia, não suporta o silêncio..."

Eu diria até que esse silêncio é insuportável, e o é mais ainda, quando uma família tem entre si aspectos dos quais se quer desenvencilhar, sem que disso sobrem feridas irreparáveis. No entanto, a complexidade das relações pode moldá-los para a indiferença e a falsidade, desde que isso garanta que todos saem ilesos. Contudo, os acontecimentos ganham contornos espinhosos e se a certa altura todos os questionamentos indicam uma só saída, o autor trabalha-a de uma forma doentia, provocadora e controversa que propõe dar resposta à questão inicial: até onde iria para proteger a sua família?

"(...) Partilhávamos algo. Algo que antes não existia. É certo que não partilhávamos os três o mesmo, mas talvez não fosse necessário. Não era preciso saber tudo de todos. Os segredos não impedem a felicidade."

Feitas as contas, pode sair sempre sem pagar a despesa, ainda assim há quem fique com uma parte mais pesada da factura, um lado mais invisível. Porém, quem é que não esconde para si, o seu lado mais negro!?

*
Uma outra leitura de Herman Koch «Casa de férias com piscina» - leia a opinião aqui.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Opinião "O Bicho-da-Seda"

Cormoran Strike regressou ao meu palco literário para a sua segunda aventura mesmo a tempo de a Editorial Presença lançar o terceiro livro, "A carreira do mal".


Depois do caso da misteriosa morte da modelo Lula Landry ter sido resolvido pela astúcia de um detective pouco conhecido, Cormoran viu-se subitamente nas luzes da ribalta e como persona non grata da Polícia Londrina.
Decidido em contrabalançar o saldo e manter a sua fiel assistente Robin (uma mulher detentora de fortes pretensões de side kick), Cormoran aceita uns quantos casos clássicos de detective para umas quantas carteiras cheias com mania da perseguição e dúvidas sobre a fidelidade dos seus cônjuges e amantes. 
Mas contra a sua jornada de salvação do seu pequeno gabinete de investigação Strike aceita o caso de uma mulher que só quer encontrar o seu excêntrico e por vezes imprevisível marido.
Owen Quine é um escritor com mais mania de grandeza que talento que tem por costume deixar a mulher, por si só uma personagem peculiar, sozinha com a filha enquanto se dedica à escrita e às suas namoradas/admiradoras mas desta vez há algo mais neste desaparecimento que faz a sua esposa contratar um detective e este iniciar a busca por respostas. O mais recente livro de Quine, ainda por publicar, levantou tantas ondas que é capaz de ter criado um tsunami com capacidade de acabar com as ligações editoriais do autor e até com o fio que o liga à vida.
Cabe a Cormoran, enquanto lida com os outros casos dos clientes desconfiados e os seus próprios dramas, descortinar o significado deste desaparecimento e as pistas que o fatídico "Bombyx mori", o livro de Quine, deixou.


O meu apreço por Cormoran mantém-se desde o primeiro livro. Salvo uma cena menos boa, não sei se devido ao excesso de asneiras ou à conduta perante o outro interveniente em cena, "O Bicho-da-Seda" vem cimentar o meu selo de aprovação à linha policial criada por J. K. Rowling sob o pseudónimo Robert Gailbraith.

Sólido, complexo e detalhado, "O bicho-da-seda" é para ser lido de rajada, sem desviar a atenção dos pormenores e sempre a torcer para que Robin ganhe mais protagonismo ao lado de Strike.

Esta leitura acaba por criar ainda mais interesse em ler a novidade.
Quem já colocou os olhos no mais recente livro da série, "A carreira do mal"?

 Para mais informações visitem o site Editorial Presença


Relembro a opinião ao primeiro livro da série
"Quando o Cuco Chama"