terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Opinião "Já te disse que te amo?"

Há verões que mudam a nossa vida para sempre.
Para Eden, a mudança começou no dia em que meteu os pés na Califórnia.


Habituada a viver em Portland com a mãe, Eden suspeita do convite para ir passar o verão à Califórnia com o pai e a sua nova família. Se nos últimos anos o pai não lhe ligou nenhuma, o que mudou agora? Será que quer compensar o tempo perdido? Ou pensa aproveitar a visita de Eden para que ela seja babysitter dos filhos da sua nova mulher?
Uma coisa é verdade, Eden pode adorar a sua cidade natal mas quer alguma distância de tudo e afinal, a Califórnia tem fama de ser espectacular.
Na realidade, o que é que tem a perder?
Munida de uma lista de sítios a visitar e com umas quantas semanas de férias pela frente, Eden vê as coisas complicarem-se desde o primeiro momento. A ligação com o pai é inexistente, a nova mulher do pai parece demasiado simpática para ser real e afinal os três filhos não são miúdos pequenos mas sim adolescentes. Pior, o mais velho parece ser detestável e isso, aliado ao facto de não conhecer ninguém só torna as coisas mais chatas para Eden.
Mesmo quando é emparelhada com a vizinha da frente e arrastada para coisas que não são bem a sua praia, Eden começa a duvidar da sua decisão.
O que que a California tem para lhe dar? 
Em que mundo entra Eden ao se juntar ao grupo que acompanha o "meio-irmão" Tyler?
E estando ele numa espiral de autodestruição, o que pode Eden fazer para se impedir de ir abaixo com ele?
Eden embarca em meia dúzia de semanas que transformam a sua vida, o seu coração e a sua cabeça.
Quem disse que não se escolhe quem se ama, estava certo.

Curiosamente fluído e interessante, "Já te disse que te amo?" (Frase nunca dita no livro) consegue apresentar-nos uma história YA com romance, amizade, enganos, pressão dos amigos, dramas familiares, álcool, drogas, sexo e um sem número de coisas comuns à adolescência em Los Angeles, em Lisboa ou noutra qualquer cidade. Mudam os intervenientes, os ambientes e uma ou outra característica mas qualquer um de nós consegue encontrar aquele ponto de referência que toca na nossa vida (ou aquela que tínhamos aos 16 anos).

Ao contrário de After, com o qual este livro é comparado, pelo menos não tive vontade de matar o personagem masculino mas continuamos a perpetuar a ideia do "gajo badboy inconsequente rude e impossível de resistir". Até quando? Porque continuamos a passar a ideia, a miúdas e graúdas, que temos de salvar o príncipe da destruição? 
Pior...quando é que me vou deixar de ler história para pessoal com metade da minha idade? :P hahaha pois é !

Curiosamente só acho que o livro pecou por um ou dois detalhes na história mas tenho de dar valor à Estelle que escreveu este livro estando ela própria na adolescência.
Ah e a tradução das expressões. Algumas têm lógica ficarem originais mas depois não traduzir certas expressões é simplesmente tolo. Talvez sejam pequenos detalhes que incomodam esta leitora com o dobro da idade das personagens :P

Que venha o próximo porque "Já te disse que te amo?" deixou-me curiosa para saber como é que se vai descalçar a bota de gostar de alguém que só podemos apresentar como meio-irmão.

E curiosamente quando comecei a ler este livro a minha mente viajou até aos tempos em que via THE O.C e automaticamente comecei a cantar "Californiaaaaaa here we comeeeee"

"Já te disse que te amo?" é uma novidade
Para mais informações visitem o site Editorial Presença

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