«Esta é a definição de lei: algo que pode ser transgredido»*
Citando Gilbert Keith Chesterton* e dando-nos a conhecer inúmeros pensadores, escritores e poetas, Jesus Zarate começa a sua narrativa reflexiva e desafiadora sobre o que é a Liberdade!
Com uma escrita introspectiva que nos faz pensar sobre as coisas mais básicas da nossa vida, Zarate revela-nos Anton Castán, outrora nascido e nomeado de Antonio Castán, que por «mutilação verbal» deitou à «terra do esquecimento» as duas últimas letras do seu primeiro nome, consideradas inúteis, como tantas outras coisas na vida de um homem. Porém a sua personalidade não foi deformada pelo recorte de letras no seu nome, antes fosse só isso que lhe cortassem. A sua liberdade, essa sim, estava posta em causa, retalhada.
É no seu nome que Castán vê o "(...) o refúgio intimo (...) para conservar a certeza de que continuo a pertencer à raça humana".
Citando Giovanni Papini ou Ernest Hemingway, Zarate deixa-nos frases célebres para pensarmos e enquadrarmos o seu discurso, marcado pela incerteza cativante de se estamos certos quando pensamos em conceitos como liberdade, justiça, inocência, vítimas ou crime. A caracterização dos prisioneiros, dos carcereiros, da cela, do simples rato, tudo como uma metáfora gigante para a prisão em que todos vivemos, a da liberdade fictícia, de quem agrada o outro e pensa fazer o que quer.
Contudo, a vida, repleta de surpresas e reviravoltas, traz-nos mudanças que não foram pedidas, ou foram, só que inconscientemente e que vêm para nos libertar do marasmo e da conformidade em que nos abandonamos "confortavelmente" a viver!
Conforme nos diz Urbano Tavares Rodrigues - "Nenhum leitor inteligente, exigente e sensível deixará de amar A Prisão, de Jesús Zarate."
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