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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CENTENÁRIO QUE FUGIU PELA JANELA E DESAPARECEU


CENTENÁRIO QUE FUGIU PELA JANELA E DESAPARECEU


Quando começo a escrever uma critica ou review de um livro, gosto sempre de procurar por uma ou várias imagens, seja da capa, contra-capa, ilustrações ou outras que me pareçam adequadas ao contexto. No entanto, raramente me surpreendo e acabo por colocar apenas a capa do livro ou o autor, mas para meu espanto hoje descobri as ilustrações de José Machado, de onde retirei a que faz as honras de abertura deste post. Aproveitem para conhecer o trabalho deste ilustrador português, aproveitem vocês e eu também, pois este foi o primeiro contacto com a sua arte.

Ainda assim, este título não param de me surpreender, já que juntamente com esta pesquisa de imagens, encontrei o booktrailer e não podia deixar de ser mais hilariante e apetecível. Mas para que saibam, pedi para ler este livro apenas pelo título, quando em grupo se mencionou, graças à Philipa e à Ana, li um dos livros absurdamente mais hilariantes deste ano.

É isso mesmo: hilariante.
Mas é ainda mais: absurdo. Isso mesmo, mas mesmo: absurdo!
CENTENÁRIO QUE FUGIU PELA JANELA E DESAPARECEU - e sim, não me canso de repetir o título - é extraordinariamente absurdo, deliciosamente hilariante e estupidamente paranormal.
Ao contrário do que o Luís Filipe Borges afirma, esta estória faz-me desejar ter uma avô assim, ou melhor um bisavô  que vivesse numa terrinha recondita, algures fora de Portugal, onde eu pudesse e tivesse de ir à sua procura, já que lá estaria para a festa dos seus 100 anos... não estão a entender nada!?
É provável. Mas não faz mal. O hilariante está mesmo nisso, nas tão absurdas possibilidades que este livro explora e que são verdadeiramente impensáveis para um velhote centenário.

Allan Karlsson não é um centenário qualquer ou um velhote decrépito com o qual alguém possa pensar, sequer em tirar partido da sua idade, já que nem as suas pernas o farão!?

Allan, faz 100 anos e deseja de tudo para si, menos terminar os dias no lar de Malmköping.

A aventura é vivida desde as primeiras dez páginas deste que se poderá considerar um álbum de memórias de um velho centenário que correu o mundo feito herói de guerra, espião, terrorista, iletrado, trabalhador, general, fosse na Rússia ou na China, ou será pela Ásia ou pela América!? Comunista ou fascista, vira casacas ou bombista, pois até com a bomba atómica Mrs. Karlsson contactou... ou fabricou!? A privar com Estaline, a dormitar num gulag, a viajar mundo fora, só faltou estar com Salazar!?

Mas nesta estória não há nada com que se baralhar, afinal são apenas cem anos, contados em episódios desconcertantes, no meio de assassinatos, elefantes, auto-caravanas e fugitivos e mais, muito mais.

No final, descobrimos que mesmo para quem tem 100 anos, pouco mais interessa do que um bom copo de vinho, uma boa refeição... e claro, companheiros e boas memórias, já que a vida, essa: será o que tiver que ser e tudo se resolverá!

Há uma frase que um grande amigo usa e de que gosto particularmente: só quem bebe tem a certeza que o mundo gira! e de certeza que este livro foi escrito nesse propósito, por isso vos deixo com um excerto:

"Allan aprendera desde muito jovem a não confiar em pessoas que recusam beber um copo. Deveria ter uns seis anos quando o pai lhe pusera a mão no ombro e lhe dissera:
- Meu filho, desconfia dos padres e das pessoas que não bebem álcool.
(...)
Fiel às suas convicções, o pai de Allan não estava sóbrio no dia que provocara a morte, por ataque cardíaco a um pobre passageiro inocente (...) o episódio dera ocasião a que a mão lhe oferecesse um conselho sábio:
- Desconfia dos bêbedos, Allan. Era o que eu deveria ter feito."


..."... mas Allan Karlsson nunca fora do género de reflectir muito tempo antes de agir."

e mais não posso contar!

Boas Leituras


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