O novo livro do autor é protagonizado pelo incomparável inspector Jaime Ramos e a acção passa pelos quatro cantos do mundo, onde residem personagens peculiares como o próprio coleccionador de marijuana.
Com capítulos perdidos nos quatro cantos do mundo (entre Portugal, Rússia, Angola, Brasil ou Cabo Verde) O Coleccionador de Erva funciona como uma montagem cinematográfica.
Leia mais no excerto disponibilizado pela Porto Editora
O COLECIONADOR DE ERVA
Jaime Ramos, o investigador protagonista dos livros de Francisco
José Viegas, vê-se a braços com duas investigações paralelas: a do
assassínio de dois imigrantes russos (antigos militares soviéticos),
cujos corpos são encontrados no interior de um carro semicarbonizado, nos arredores do Porto – e o desaparecimento de
uma jovem de vinte anos, oriunda de uma família tradicional do Minho.
Se uma das investigações o transporta às suas memórias de militante
comunista e a uma velha paixão pela literatura russa, a outra leva-o a
um mundo onde coabitam velhas famílias do Minho ou do Porto, sexo,
marijuana, espionagem a políticos, venda de armas, negócios em
Angola e as memórias de um país que vive entre ruínas (as do império
e as das fortunas recentes e antigas), corrupção e luta pelo poder – e
que guarda os seus loucos nos armários, para não parecer mal.
Com capítulos perdidos nos quatro cantos do mundo (entre Portugal,
Rússia, Angola, Brasil ou Cabo Verde) O Colecionador de Erva
funciona como uma montagem cinematográfica sem princípio, meio ou
fim – onde vários crimes são cometidos sem nexo aparente, onde
personagens aparecem e desaparecem sem justificação, e onde a
solução nunca está à vista senão apelando à nossa imaginação, como
num road movie.
Sobre o autor (fonte: Autores, Porto Editora)
Francisco José Viegas é professor, jornalista e editor. Colaborou em vários jornais e revistas, e foi autor de vários programas na rádio (Antena Um) e televisão (Livro Aberto, Escrita em Dia, Ler para Crer entre outros.
Da sua obra destacam-se livros de poesia (Metade da Vida, O Puro e o Impuro, Se Me Comovesse o Amor) e os romances Regresso por um Rio, Morte no Estádio, As Duas Águas do Mar, Um Céu Demasiado Azul, Um Crime na Exposição, Lourenço Marques, Crime Capital, Longe de Manaus (que obteve o Grande Prémio de Romance e Novela, de 2005, da Associação Portuguesa de Escritores) e O Mar em Casablanca.
Estes últimos quatro editados pela Porto Editora e agora o mais recente O Colecionador de Erva.
Uma aposta
Contam-se pelos dedos (de uma mão?) os anti-heróis da ficção portuguesa que perduram, ganhando substância na memória dos leitores. Um desses anti-heróis é Jaime Ramos, personagem criado por Francisco José Viegas.
Visão
Viegas reinventa um género (o policial), e, acima de tudo, faz uma notável biografia de Portugal.
Expresso
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