Ando há mais de uma semana com O Diplomata dentro e fora da mala, ora na mão, em cima da secretária, ora em casa ou no escritório. Há como que uma força que o prende a mim, talvez por não saber como possa e deva fazer esta review. Conhecer o Vasco não ajudou, ou melhor ajudou a conhecer melhor o autor e a perceber um pouco da forma como sente e vê o mundo com os seus olhos de espião, os seus sentimentos de alma maior e a sua capacidade criativa de olhar a envolvente à sua maneira, à moda do Porto ou talvez antes à moda de um porto sentido, um porto de abrigo que é a escrita.
Vasco Ricardo é como que um espião dos sentimentos, mas fá-lo de uma forma pragmática e em uníssono com a frieza e a exactidão de um assassino profissional, é dono de um tiro certeiro! O Diplomata é um grito pela liberdade, é uma luz para as causas que se julgam perdidas.
"Foi horrível. Nunca pensei que o desespero pudesse fazer-se sentir de forma audível e clara."
Mas é isso mesmo, Vasco Ricardo consegue dar vida à dor, desmistificando a velha frase - as dores não se vêem - mentira! E Malik é a prova disso!
"... E quando já ninguém chorava, dei por mim a verter lágrimas que cheiravam e sabiam a sangue..."
Quando é que uma lágrima é de amor ou de desespero?
E o sangue? Quando é que dá vida ou simboliza a morte?
"... nem água para lágrimas o meu corpo possuía. Duvidei até, que sangue corresse nas minhas veias."
"O padecimento era o meu verdadeiro alimento, o responsável pela minha resiliência"
Em «O Diplomata» somos acorrentados às histórias de guerra e violência num livro que não tem palavras violentas nem nos agride com cenas chocantes. No entanto, são as palavras de Gabriel que espelham a dureza dos tiros, das violações, da opressão... da ditadura e o extremismo vivido mais a oriente.
Gabriel é a lagartixa-leopardo, com os sentidos em alerta para as incertezas do futuro e o perigo do desconhecido, atento a todos os ruídos, adivinhando ameaças, protegendo quem lhe dá a vida, o amor, o equilíbrio - a família.
Em «O Diplomata», Vasco Ricardo apresenta a família como um pólo de atracções fortes, o pequeno grande mundo onde gravitamos e que nos devolve ao sentido e ao centro das nossas decisões.
"O tecto da minha casa era como um arco-íris de cores mortas." Resta-nos a nós, lutar, abrilhantar e devolver a água, o elixir da vida às vidas que completam a nossa.
Vasco Ricardo escreve assim um thriller sobre a importância da vida, do amor, da família e dos valores pelos quais Gabriel pauta a sua vida.
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Passatempo O DIPLOMATA, de Vasco Ricardo
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Caso queiram ler mais, sigam as crónicas CRÓNICAS DE UM PORTUGAL DEMASIADO PORTUGUÊS
Agora venha a leitura de A Trama da Estrela
Boas Leituras
Jovem,mas ambicioso,estou certa que Vasco Ricardo vai dar que falar.
ResponderEliminarAdoro a sua maneira simples e fluida de escrever que nos prende e cativa até ao fim de cada obra.830