Ai Valentina, Valentina...
Esta mulher é como uma noite calma mas carregada de energia, que de um momento para o outro e sem contarmos, cai sobre nós. Valentina é uma tempestade!
Uma mulher independente, determinada, bem sucedida e com um muro de fachada bem alto à volta dos seus sentimentos que emparedou aos longo dos anos, por a sucessiva desilusão com a mãe e um amor que a fez sofrer aos 19 anos.
Vive em Milão (cidade que quero visitar!), terra natal e famoso palco da área em que trabalha, Valentina é uma fotografa de Moda de sucesso, com particularidades únicas. Embora o sucesso tenha sido alcançado por mérito próprio, é indiscutivelmente associada à mãe, fotografa de renome na indústria. Pior que viver na sombra profissional da mãe, é saber o quanto são parecidas, ou o quanto a mãe teima em dizer que elas são "farinha do mesmo saco", emocionalmente desapegadas ao conceito romântico do amor, família e uma relação com um único homem.
E o que faz Valentina, vai exactamente contra aquilo que a mãe diz que ela é, ao convidar Theo (um romance que começou com um olhar no metro) a viver com ela ao fim de 6 meses de....romance?....não, aventuras absolutamente eróticas e esporádicas em hotéis espalhados pelo norte de Itália.
Quando este pede para que sejam algo mais que apenas duas pessoas que vivem e dormem juntas, pede que seja sua namorada, o sistema de autodefesa de Valentina fica em modo de alerta. Teme pela sua independência, teme que as palavras da mãe seja verdade e teme que realmente ame Theo e que acabe por ceder.
Em jeito de despedida para mais uma das ausências enigmáticas de Theo, este oferece um álbum com negativos a Valentina que vai alterar o rumo da sua história e leva-la a conhecer uma parte de si que estava adormecida, leva-a a conhecer um pedaço do passado que explica tanta coisa.
Ai ficamos a conhecer a parte de todo o livro que mais me cativou, a história que é contada em simultâneo à de Valentina, ficamos a conhecer Louise, mulher de respeito durante o dia e que à noite (ou quando consegue fugir às garras do marido) é prostituta em Veneza.
Quer uma história, quer outra, começam com a luta contra o desejo mas rapidamente sucumbem à tentação, ao prazer e à entrega total, ao seu lado mais obscuro.
Quer o passado, quer o presente está marcado por momentos de carácter erótico forte, por cenas de nos cortar a respiração e deixar com um sorriso nos lábios (um laranja com algumas tonalidades de vermelho na nossa classificação de romances eróticos).
Um livro que termina e me faz perguntar, "onde está o próximo?". Valentina - O lado Obscuro do desejo é um livro erótico capaz de cativar um número elevado de público, quer feminino ou masculino, quase baseado na clássica expressão "women want to be her, men want to have her". Quem é que não desejava, a certo ponto da sua vida, ter ou ser uma Valentina?
Eu adoro o título original - Valentina e la camera oscura, visto que remete para mais do que um significado.
Ao longo da leitura dei por mim a pensar, é interessante como se encontra pequenos pedaços de muitas mulheres que conheço (incluindo eu própria) em Valentina. Quem é que por despeito não fez exactamente aquilo que disseram que não combina connosco ou que não devíamos fazer?
Quem é que não foi mais longe do que devia ter ido?
Questão é, quem é que se arrepende disso?
;)
Vamos esperar que a Editorial Presença traga até nós a continuação da excitante história de Valentina.
Boas aventuras :) e óptimas leituras.
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