O encontro promovido pela Editora rapidamente tomou os contornos de um agradável encontro entre amigos, onde a conversa fluiu informalmente e Andrea Hirata se revelou um habilidoso contador de estórias e uma pessoa simples, cordial e afectuosa.
Ao longo de mais de uma hora de conversa, o autor, contou-nos a história real por detrás do livro. A missão de homenagear seres humanos tão especiais como os que compartilharam com ele a sua infância.
«Os Guerreiros do Arco-Íris» é um presente, é uma homenagem a Bu Mus, professora e companheira na missão da amizade, da partilha e de um bem maior, a Educação.
Andrea Hirata pareceu ser uma pessoa bastante atenta e pouco deslumbrada com o sucesso. As suas preocupações são reais e muito actuais. A vida no limiar da pobreza, a recusa dos direitos humanos em muitos locais do Planeta, as dificuldades com que os professores se debatem - uns pela falta de condições, já outros pela falta de motivação. Há também a preocupação com as políticas internacionais e a exploração de recursos em locais paradisíacos e o consequente abandono, desrespeitando os locais e a sua cultura... entre tantos outros que o autor foi referindo enquanto respondia às questões colocadas.
Na introdução que fez à sua obra e à sua história, Andrea fez questão de salientar que a Indonésia é actualmente um país mais democrático e com mais progresso no que respeita à Educação, no entanto, também referiu que permitiu e achou por bem a adaptação do seu relato e das aventuras dos pequenos guerreiros à sétima arte, já que o acesso a livros e à leitura ainda não é uma realidade tão vasta no seu país. Aliás, um dos seus actuais projectos é uma escola e um museu que têm também uma biblioteca - onde por sinal - ao início os empréstimos de livros foram alvo de conturbadas devoluções!? Ou seja, a população tão pouco habituada à leitura e a ter livros, queriam deter os da bibliotecas, achando-os seus. Actualmente, uma das dinâmicas da biblioteca são os contadores de histórias, que fomentam a leitura e o gosto pelos livros, num povo bem mais virado e disponível para as facilidades de acesso à sétima arte.
Andrea Hirata acredita que o seu trabalho e a sua história contribuem para uma missão e o saber ler e interpretar os sinais que o tempo, a vida, os acontecimentos... nos vão dando!
"É preciso saber ver os sinais!" E claro, acreditar no destino - "Eu acredito no destino."
Hirata acredita assim que a sua forma pura, simples e quase crua de escrever é um dom, um traço do destino, uma coisa boa. O autor afirmou escrever porque lhe faz bem, escreve para se sentir melhor - e, se "te sentires bem, farás o bem - serás melhor!"
"Writting is my mission"
Se escrever é então a missão deste indonésio, vindo dos confins da paradisíaca Belintog ficámos a saber que as tropas do arco-íris poderão ter continuação e que o autor tem outros futuros livros na calha.
Um autor para quem "virar páginas" é uma motivação e um prazer, para quem James Herriot é uma inspiração e a frase de John Lennon uma sentença.
"A vida é aquilo que nos acontece enquanto estamos ocupados a fazer planos."
Para o autor que acredita no poder dos sonhos e na importância de sonhar quando quase não se tem mais nada, este livro é bem real e a sua presença foi igualmente uma viagem, uma descoberta e uma inspiração.
Mais uma vez muito obrigada à Editorial Presença pelo convite e o reconhecimento do nosso trabalho e claro ao autor pela conversa tão próxima e amistosa, revelando um sorriso contagiante.
Para conhecer mais sobre Andrea Hirata:
Visitem o site www.andrea-hirata.com
ou o blog www.museumandreahirata.blogspot.com.
E quem gostar de adaptação, veja também o filme:
viste o filme?
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