Como é que eu cheguei a esta leitura? Praia, sol, fim de semana e a minha Cris a partilhar algumas partes da sua leitura comigo e a instigar-me a conhecer a escrita de James Patterson.
"Patterson lê-se de um fôlego, sem cenários macabros de dar a volta ao estômago, mas com uma boa dose de fantasmas e demónios próprios de cada personagem, caracterizada q.b., deixando assim a mente navegar, mas não para muito longe que o ritmo da acção é viciante."
E é isso mesmo, para mim faltam essencialmente esses cenários macabros, talvez por ter visto e conhecer o assassino de «Alex Cross», espera-se algumas cenas mais arrepiantes.
Este é um daqueles livros que tem tudo para ser muito bom, mas no fim acho que falta qualquer coisa aqui ou ali.
Se por um lado tem umas personagens muito bem construídas como o dono da Private e o seu irmão gémeo maléfico, ou todos os elementos que trabalham para a Agência, por outro lado estas personagens são tão perfeitas que soam a falso, e são. Todas elas têm algo de falso e é ai que a história se apimenta.
Arriscaria que Private pode ganhar audiências para se transformar numa série policial, como muitas exibidas actualmente, onde agentes, criminosos e mulheres sedutoras, são todos personagens belos, sexys, super inteligentes, enfim a nata da nata, tentando esconder nos brilhantes das jóias e dos carros de luxo, os podres da sociedade.
Quanto ao crime, ou melhor aos crimes, temos três histórias diferentes que de vez em quando se roçam (e saliento o roçam) umas nas outras, sem se chegarem mesmo a tocar, o que a meu ver não faz sentido visto que temos tantas voltas e reviravoltas nelas que em alguma parte podiam e deviam interligar-se e ai sim, eu teria adorado o livro, nem que fosse porque as conjecturas obscuras que eu formulei, tinham dado certo!
Era o lado obscuro e a teia de histórias paralelas, quase invisíveis, que eu queria ver... basicamente era evoluir das qualidades de escrita cuidada, de enredo eficaz e quase que rápido que o autor apresenta e a acção estrategicamente bem construída e que nos prende, página a página. O desfecho deveria ser mais detalhado, pois as páginas que dedicou às história paralelas poderiam ter sido canalizadas para este final ser algo de estrondoso, mas talvez fugisse à sua escrita fluída e viciante, de leitura à velocidade dos carros de alta cilindrada que desfilam e nos fazem uma certa inveja.
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