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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

"Cidades de Papel" - Opinião

 Ai o Efeito John Green, abala-me sempre!

 (foto elsar)

A minha opinião:
Quando iniciei este livro dei comigo a pensar "outra história de jovem acanhado apaixonado por miúda rebelde" mas ao contrario de "À procura de Alaska" este livro é mais que uma paixoneta, é sobre o quebrar de mitos que acompanham o nosso crescimento, que nos dão um olhar incompleto sobre o mundo e sobre os outros, especialmente as pessoas de que gostamos muitos, das que amamos e julgamos ser perfeitas mas que nunca vimos realmente como são quando estão sozinhas.
Este livro fez-me pensar que passamos uma grande parte do tempo a olhar para as fachadas dos edifícios que são as pessoas que nos rodeiam. Vemos o que está à mostra, temos oportunidade de espreitar por uma ou outra janela mas nunca conhecemos realmente o interior de alguém. Quando finalmente tal acontece, nem sempre sabemos lidar com o conhecimento e existe uma parte de nós que se sente defraudada por nem tudo ser como idealizamos. A questão é que ninguém é perfeito, nem Margo Roth Spiegelman.

Aos olhos de Quentin, que idolatra Margo desde a infância, esta é A rapariga, o monumento à beleza, à aventura, à perfeição que ele contempla ao longe e só a poucas semanas do fim do secundário, quando esta o suga para uma noite de aventura e vingança, é que Q (como os amigos o tratam) sente o seu calmo mundo abanar. Esta noite muda o seu presente e o seu futuro. E o dia seguinte também, quando se verifica que Margo desapareceu, uma vez mais, por livre e espontânea vontade, no que os pais chamam de "mais uma maneira de chamar a atenção"

Com base na grande aventura vivida na noite anterior e toda a bagagem de sentimentos que Quentin carrega por Margo, inicia-se assim uma caça ao tesouro, sendo o grande prémio encontrar Margo, esperamos sempre mais viva do que morta.
Uma aventura, com muitos momentos de coração na mão intercalados com outros totalmente hilariantes, é o que Quentin e alguns dos seus amigos mais chegados vivem para encontrar e descortinar as pistas necessárias para seguir o rastro de Margo. Vivem, quem sabem, uma das grandes histórias das suas vidas.

Não me interessa que os livros de John Green sejam para adolescentes, eu cá acho que ele escreve para pessoas que o queiram ler, que sejam capazes de olhar para cada história, cada diálogo ou possível citação como algo que remexe com o passado e presente, como elementos que nos faz pensar e acima de tudo, nos fazem sorrir.
Este livro mostra-nos o quanto podemos ser estúpidos durante a nossa adolescência, um tempo que, assim como na idade adulta, todas as nossas acções têm consequências e causam impacto em nós e nos outros. 
No entanto, mostra-nos o quanto podemos ser felizes com a dose certa de loucura e uma boa companhia.

O final :) o final fez-me sorrir. Por vezes o que mais queremos fazer não é o mais certo. É sem dúvida o que nos sabia bem no momento mas não a longo prazo. Quando conseguimos tomar uma decisão consciente sabemos que estamos prontos para a viagem, cada um para a sua, seja lá qual for o nosso destino.

Boa viagem e boas leituras!


Agora, vou ali esperar que An Abundance of Katherines seja publicado cá. Só assim fecho o círculo John Green.
E o filme de A culpa é das Estrelas está a caminho. Vamos lá ver o que sai dali.


1 comentário:

  1. A minha filha adolescente recomendou-me o livro e adorei. Vou ver a ante-estreia hoje!
    Desconhecia o significado de Cidades de Papel.
    Muitas vezes somos nós próprios pessoas de papel, pessoas-fantasma, criadas para que os outros vejam em nós aquilo que nós queremos que vejam... ou então sou eu a delirar.
    O A culpa é das Estrelas é ainda melhor!

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