Uma mulher, uma cadela e uma praia algures na costa da Irlanda. É assim que começa!
Na realidade começa com um voo dos Estados Unidos para a Irlanda, um "exílio" existencial e emocional de Bruno, um americano que sai do seu pais a meio de uma crise económica, após ter perdido o emprego e porque não aguenta o impasse até ao resultado de uma das reviravoltas politicas de maior impacto dos últimos anos ( as eleições que levaram Barack Obama até à Casa Branca em 2008).
Bruno procura conhecer o passado, Addie faz os possíveis para o esquecer, pelo menos o mais recente, o que ainda a magoa a cada dia que passa. O seu actual refúgio é a casa do pai à beira mar, na praia que sente ser parte do seu ser desde o dia em que nasceu e na qual faz grandes passeios com Lola, a sua cadela. Quando não se tem um objectivo, os dias passam por nós, são todos iguais e vemo-nos invadidos pelo pensamento "quando será que a vida me sorri?".
A vida sorri para Addie no dia em que tropeça em Bruno. Se é amor à primeira vista, não sei, mas é amor. É abrir a bagagem, explicar que cada um carrega os seus próprios dramas e que se é para se aceitarem, terá
de ser assim, sem concessões, apenas como são. Dizem que "não há amor como o primeiro", no entanto, não imagino como será ser o último. Vai, não é spoiler nenhum, alguém morre neste livro caso contrário ele não teria este título, certo?
Romances assim, em que perdemos um personagem principal, deixa-me sempre pensativa com a pergunta: o que será pior, perder alguém e sentir um buraco no coração, ou sermos nós a partir e deixar cá a outra pessoa a sofrer?
Pior, se como diz a minha avó "a única coisa certa é a morte", iriam querer saber a vossa data de partida?
"A enormidade daquilo media-se pelo número de vezes que lhe atravessou a mente, pela sua frequência. Da mesma maneira que se mede a proximidade de uma tempestade pelo espaço entre o raio e o trovão. Por essa medida, aquela tempestade estava perto"
E este livro ensina-nos que quer esteja céu azul e nuvens brancas ou um dia com um espaço muito curto de tempo entre o raio e o trovão, devemos aproveitar, como se amanhã fosse o nosso último dia. Não digo inconscientemente mas com certeza de que somos felizes, de que estamos a dar o nosso melhor e de que mostramos aos outros o quanto eles significam para nós. Não negligenciem a vossa vida em prole da preguiça, da comodidade, do "amanhã logo se vê" ou do "fazemos isso para o ano que vem".
"E é assim que acaba" é uma lição, todos os livros têm uma e esta relembra-nos que a vida é curta, que o amor está algures, pode demorar a chegar e mesmo que chegue pertinho do fim, deve ser vivido com a intensidade máxima porque nunca se sabe quando vai terminar.
Bem que dizia a crítica do Observer "É impossível ficar indiferente a este livro"
Uma coisa que gostei neste livro foi a banda sonora. Sim, tem banda sonora. Bruno é mega fã de Bruce Springsteen e ao longo do livro consegue levar Addie a gostar do Boss.
Mais caricato é que há coisa de uns quantos dias entrei na papelaria a que vou todas as semanas registar o euromilhões e enquanto retirava o meu talão da carteira começa a dar "Streets of Philadelphia" e uma senhora, já na casa dos 70, diz "Ai tá o tocar o meu Bruce". Não resisti a sorrir perante a afirmação e a pensar "Olha outra!"
Curioso que oiço Bruce na rádio imensas vezes (sou fã da M80!) mas raramente lhe presto atenção. Talvez agora que terminei a leitura de "E é assim que acaba" isso mude e parta em descoberta de um Bruce Springsteen que me é desconhecido.
Ah, o Boss faz anos hoje, feliz 64º aniversário!
Ah, o Boss faz anos hoje, feliz 64º aniversário!
Lê mais sobre o livro aqui, no site da PRESENÇA.
Torna-te seguidor da Presença no Facebook
Uma leitura com apoio
E só para terminar, o meu agradecimento aos nossos modelos, a Elisabete e o Black
(e aos seus donos, Sara e Fábio)
:)
Boas leituras e bons passeios!
Não se esqueçam que está a decorrer o passatempo para ganhar este livro até ao final do mês. Participem!!
Sem comentários:
Enviar um comentário