"Amargo mas inacreditável
afiado" é como o INDEPENDENT descreve o primeiro romance de Gillian Flynn.
Para mim, é o arrastar de uma lâmina pela pele, com pressão suficiente para
arder e marcar até fazer sangue, até ficarmos estupefactos a olhar para o que
lemos. "Objectos cortantes" pauta pela escuridão, pelos momentos
negros das personagens, das circunstâncias e do nosso pensamento que acompanha
a leitura "que segredos obscuros escondem as pessoas que nos
rodeiam?". Pior, acho que nunca mais vou olhar para um adolescente da
mesma maneira!
(foto elsar)
(foto elsar)
A minha opinião:
Com o desaparecimento de mais uma
jovem em Wind Gap, Camille é enviada em reportagem pelo seu editor para a
cidade que a viu crescer e a marcou, física e emocionalmente, para toda a vida.
No decorrer do livro assistimos ao levantar da cortina sob uma cidade cheia de
segredos, onde os locais tem todos a sua cota parte de malvadez e onde é
constante acontecerem episódios de violência sem que existam grandes
consequências ou consequências ao real culpado. Conhecemos igualmente Camille, a
nossa conturbada personagem principal, que sofre o tormento de voltar à sua
terra natal, à família disfuncional (mas socialmente perfeita) que a tornou a
adulta imperfeita que sente ser e que nada fazem para apaziguar os tumultos
internos da sua mente, que sabemos se traduzirem ao longo de todo o seu corpo.
Os cantos escuros de onde saem mãos
que nos arrastam e nos espancam com a verdade, é o que mais me assusta na
escrita de Gillian Flynn. A sua mente deve ser um local bem interessante e em
parte terrivelmente sombrio, para criar uma Wind Gap tão desprovida de
normalidade, com personagens com um interior tão negro, que acabam por arrastar
os que as rodeiam para o mesmo buraco, no qual acabam por sufocar.
Na corrida de personagem mais
arrepiante, há quase um empate entre a mãe e a irmã de Camille. Aparentemente
perfeitas, são donas de uma malvadez extrema, cada uma à sua maneira e com
tamanha mestria em mandar abaixo quem, na sua mente conturbada, as limita e
perturba.
No entanto, no meio de tanta malícia,
encontrei o meu momento preferido na cena mais íntima, sendo de tal modo grande
a exposição para a personagem que me comoveu. Abrir a alma a alguém é das
coisas mais difíceis de fazer, abri o corpo e alma a outra pessoa e sermos
compreendidos é como atingir o nirvana, nem que seja apenas naquele momento. No
meio de uma história negra este foi o único sorriso. Camille merecia um momento
assim como compensação pelo seu passado e presente, quer na presença da família
quer nos períodos em que vagueava sozinha na sua mente difusa.
Quantos aos outros livros da autora,
Em Parte Incerta e Cantos escuros, estão na wishlist e no topo dos livros que
mais quero ler este ano.
Lembrem-se de mim, meu aniversário e
natal está quase à porta :D
Boas leituras!!
foto chocante my friend
ResponderEliminarSó agora li este livro! :o
ResponderEliminarGostei, mas desde o início que desconfiava de 2 ou 3 personagens para serem o assassino e, apesar da últimas páginas me terem feito duvidar, a minha principal teoria sempre estava certa! XD
Também achei que protagonista demasiado susceptível às vontades dos outros, tendo em conta a sua idade , profissão e historial..