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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Opinião :: "Os livros do final da tua vida"

"O que estás a ler?"
Quantas vezes já fizemos essa pergunta?
Quantas vezes ao longo da nossa vida fomos fazendo essa pergunta a familiares, amigos e conhecidos?
Se têm por hábito colocar esta questão, sabem que podem desencadear conversas sobre umas das coisas que mais gostamos, os livros, mas abrimos igualmente o precedente para conversas sobre os mais variadíssimos temas e o quanto esses livros e a suas histórias tocam cada um de nós.

Se não têm por hábito colocar esta questão e se ler não faz parte do vosso dia a dia, então devo dizer que a vossa vida terá sempre um pedaço em falta. A minha estaria incompleta se não tivesse livros, independente do seu género, autor ou apreciação por parte das outras pessoas. Os livros são, desde há meia dúzia de anos, uma presença constante na minha vida, um amigo, uma companhia, uma fonte de entretenimento e inspiração. Ao ler "Os livros do final da tua vida" percebi que este se encaixava nesta última referência. Este é um livro inspirador, um relato capaz de nos fazer olhar para as pessoas, para o mundo e para nós mesmos de maneira diferente.

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Quando a minha irmã me sugeriu este livro não sabia o que esperar, ou melhor, não sabia qual seria a minha reacção ao que iria encontrar. Li a sinopse e pensei "bem, pelo menos não há surpresas inesperadas, já sei como será o fim". Saber esse detalhe fez-me apreciar a leitura de outro modo, fez-me aproveitar os preciosos momentos em que fiquei a conhecer o presente e o passado de Mary Anne Schwalbe. É curioso que logo nas primeiras páginas ficamos a saber um detalhe sobre Mary Anne e os seus métodos de leitura. Ela lia sempre o final primeiro, dizia que assim não haviam surpresas e podia apreciar o livro da melhor maneira.
Acho que foi nesse momento que comecei a gostar dela, porque encarei a leitura de um livro sobre os seus últimos meses de vida como uma oportunidade única de conhecer uma mulher espantosa, uma sábia mãe e um ser humano excelente, independentemente de saber que o seu fim estaria perto.
Mary Anne Schwalbe seria uma daquelas pessoas que gostaríamos de ter a oportunidade de conhecer em qualquer altura da nossa vida, seria uma pessoa que causaria impacto, assim como aconteceu com centenas de pessoas que a conheceram ao longo dos anos

Conhecer toda a actividade de Mary Anne mesmo após o diagnóstico, o seu trabalho com refugiados, a sua amabilidade para com toda e qualquer pessoa que se cruzasse no seu caminho, faz-me pensar no quanto andamos demasiado ocupados a olhar para o nosso próprio umbigo, em como eu própria podia fazer mais e melhor, por mim, pelos meus e pelos outros.
A ideia que não temos capacidade para fazer um grande acto, para mudar o mundo é apenas uma desculpa para não começar a fazer algo já, a nível local, dentro do nosso alcance e com as ferramentas que temos disponíveis.
Por vezes, uma saudação, um sorriso ou um gesto de simpatia são capazes de fazer diferença, na nossa e na vida de outras pessoas. Quão egocêntricos somos por achar que não devemos nada a ninguém? Mesmo os momentos mais simples fazem a diferença e por vezes, os detalhes minha ínfimos da nossa vida, nada dependem de nós e no entanto, influenciam a larga escala o nosso dia.
Mas vá, estou a divagar!!

Confesso que quando iniciei a leitura, comecei o esboço desta opinião e o que escrevi focava-se maioritariamente nos hábitos de leitura da família Schwalbe (que a minha nunca teve), sobre a herança riquíssima que é tornar os nossos filhos leitores desde a tenra idade e em como é curioso nos ser tão dificil falar sobre a morte.
Ignorei tudo o que escrevi porque com o fim do livro, apetece-me falar apenas de Marry Anne e de livros. Falar de livros é actualmente, e tem sido faz já alguns meses, um dos meus temas preferidos. No entanto, reconheci-me nesta citação e sei que tenho de aprender a escutar os outros e as suas opiniões. No que toca a livros, tenho de perceber que estes não nos tocam a todos de igual forma e não deverei, acima de tudo, deixar-me levar por críticas depreciativas quando eu própria gostei do que li.

"Esqueço-me...que as histórias dos outros não são apenas introduções para os meus relatos mais cativantes, mais emocionantes...mais bem narrados...a minha mãe, por outro lado, quase nunca interrompia a outra pessoa"

Há medida que fui lendo este livro, muitas foram as coisas que me apeteceu partilhar convosco mas cedo percebi que não estando todos na mesma página, as citações que tanto me marcaram, não surtiriam o mesmo efeito em outras pessoas. Optei por as marcar, não dobrando os cantos, mas sublinhando e apontado o que mais me tocou, o que me fez sorrir, as passagens que me fizeram parar e reflectir na minha vida como mulher, mãe, filha, irmã, leitora, cidadã do mundo e ser humano.

Curiosamente, talvez por me sentir um pouco envergonhada de não reconhecer a grande maioria dos títulos
mencionados no livro e por não ter lido nenhum, tenho em vista a aquisição de um ou dois títulos que mais me suscitaram interesse quando referidos e debatidos no "clube de leitura de duas pessoas que afinal com ofertas e referências, abrangia muito mais gente".
Vá, não querendo ser dura comigo própria, tenho um livro, apenas um livro das dezenas que são mencionadas em "Os livros do fim da tua vida" mas não me importo, sei que as minhas actuais leituras são o quero ler agora, e que o tempo irá moldar os meus gostos, irei com certeza crescer literariamente e a minha estante ficará preenchida por livros mais sérios que os que hoje lá fazem casa.

A todos os que gostam de ler, seja qual for o género que vos enche a alma, o meu bem haja! :)
:)


Tenho a lista de livros mencionados em "Os Livros do final da tua vida" mas acho que fora do contexto e sem conhecer a razão que levou Will e a mãe a lê-los, esta não passe de uma simples lista.
Agora vou passar o testemunho à minha irmã :) que com toda a certeza se identificará muito mais que eu nos títulos debatidos.

Boas leituras :)

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