Café, livros e cigarros são parte integrante da felicidade e da tristeza.
Conhecemos Diane em Paris, enlutada pela morte do marido e da filha, fechada no cofre de recordações que é a sua casa, quase inalterada desde o derradeiro dia em que a vida da sua família foi ceifada pelo destino. Revoltada com o destino cruel que lhe foi reservado, mantém contacto apenas com Félix, o seu melhor amigo e sócio no café literário que deixou ao abandono desde o fatídico dia.
Longe de ultrapassar a dor que a sobrecarrega todos os dias, Diane é incentivada por Félix a salvar-se da situação deplorável em que se encontra. Se em certos e determinados momentos da vida todos precisamos de uma boia de salvação, para Diane, este apoio surgiu na forma de um local afastado de Paris, perdido nas margens da costa Irlandesa, longe de tudo e todos, especialmente dos locais que mais lhe traziam memórias de quem já partiu.
Mais que um local, são as pessoas que lá encontrou que lhe deram a mão, que acabam por a salvar das maneiras mais inesperadas. Há quem a recebe com um abraço, quem a arraste para um bar ou a brinde com um gesto afectuoso quando até então só teve palavras de desdém e um comportamento completamente irascível perante a presença de Diane naquele local.
Edward, o vizinho insuportável, acaba por ter um papel mais activo na vida de Diane do que inicialmente qualquer um poderia supor. Determinados em se odiarem desde o primeiro momento, as conversas que encetam são crispadas, quase violentas. No entanto, um momento de fraqueza acaba por os aproximar.
Sem querer, acabam por se ajudar um ao outro. Cada um carrega os seus demónios e assim como a alegria, também a dor tem de ser sentida e partilhada.
Mas o que será que o futuro lhes reserva? Serão uma nova etapa ou apenas um ponto de viragem?
Um romance simples, sobre as provações a que a vida nos submete e a capacidade infindável do ser humano em encontrar alegria nas mais pequenas coisas e esperança num recomeço com sucesso.
Como se trata de um romance curto (lido em 2 horas), senti a falta de um epílogo, um "não se preocupem que esta história não termina aqui". Confesso que não termina mal, nem de longe, fiquei até francamente surpreendida por ter gostado imenso da história visto que este não é um romance típico "boy meets girl". Quando conhecemos Diane ela está mergulhada na profunda depressão de ter perdido o marido e a filha. Sabemos que qualquer passo em direcção a uma vida que se assemelhe à normalidade é bom sinal. Sair, trabalhar, dançar, sorrir, pensar sequer na possibilidade de se apaixonar. Mesmo quando a personagem principal não toma o caminho mais comum, sorrimos por saber que era exactamente disto que ela precisava para voltar a si própria.
Curiosamente, ler é coisa que ela faz pouco mas fumar e beber café, ora bem, faz a toda a hora :)
Afinal não me enganei, realmente faltava "e fumam cigarros" no título.
Sessão de lançamento hoje, na FNAC CHIADO, às 18h30.
Venham conhecer a autora e ouvir falar sobre o livro sensação em França.
Boas leituras!
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