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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Entrevista :: Agnés Martin-Lugan

Agnés Martin-Lugand, até há pouco tempo um nome desconhecido do grande público, é neste momento a autora do romance sensação desta temporada no mercado editorial Francês.
Inicialmente auto-publicado online, "Les Gens heureux lisent et boivent du café", ou "As pessoas felizes lêem e bebem café", como foi publicado em Portugal, vendeu mais de 8500 exemplares na Amazon. Uma vez caçada pelo grupo editorial Michel Lafon, que viu no romance de estreia de Agnés um potencial best-seller, os direitos de autor já foram vendidos para mais de 18 países e a adaptação ao cinema é uma realidade.

Com o lançamento do livro em Portugal, tivemos oportunidade de conhecer a autora e falar com a ela no dia em que apresenta o seu primeiro romance ao público português.
Aproveito para agradecer a valiosa ajuda de Rui Santana Brito, responsável pela tradução do livro e pela ponte luso-francesa necessária nesta entrevista (já que o meu francês é terrible).

Como nasceu a ideia para o livro?
Um certo dia, enquanto via um programa na televisão sobre uma vila inglesa isolada e hostil junto à costa, deu por si a pensar que se algum dia acontecesse algo à sua família iria com certeza se refugiar num sítio desse género para viver reclusa da sua perda. Foi assim que surgiu a ideia de criar a história de Diane, alguém que perdeu o marido e filha e que decidi fugir para um local remoto para superar a sua perda.
A autora confidenciou que a sua escolha para a localização da história de Diane existe mesmo. Mulranny, como podem ver no MAPA, é mesmo uma pequena vila costeira da Irlanda e segundo a autora, as duas cabanas de frente para o mar, habitadas no romance por Diane e o seu terrível vizinho Edward, são reais (parece que já se sabe onde pode vir a ser filmada a adaptação cinematografica)

Como se sentiu ao ver o seu livro se tornar um best seller depois de 4 editoras a terem recusado?
Feliz, sortuda, encantada....foram tantas as palavras e emoções transmitidas pela autora. Sente-te verdadeiramente uma felizarda por ter tido a oportunidade de ver o seu romance ser editado em França (pela Michel Lafon), estar a ter uma muito boa aceitação por parte do público (150.000 exemplares vendidos) e por ter sido convidada para estar em Portugal para falar sobre o seu livro.
Recordamos que o livro "As pessoas felizes lêem e bebem café" já tem os seus direitos vendidos para 18 países.

Sabemos que o seu livro será adaptado ao cinema. Parabéns!
Como se sente com esta novidade? Quais os actores que gostaria de ver nos principais papéis?​
Como em tudo o que envolve o livro, a felicidade é tremenda mas confessa que nunca pensou quem seriam os actores indicados para os diversos papéis. Mesmo relatativamente a Diane, que acaba por ser a personagem com quem criamos uma maior ligação, a autora diz que basta ser alguém que crie empatia com a personagem, que seja capaz de transmitir as emoções inerentes à história e ao yo-yo emocional pelo qual ela passa ao longo do livro.

No entanto, a autora não estará ligada à produção do filme mas quando os direitos foram vendidos, teve oportunidade de acertar alguns detalhes com os produtores (esperemos que seja para que o fim se mantenha inalterado)

Já se fala num segundo livro. Será uma continuação deste ou uma história nova?
Correcção à Elsa - Não se fala de um segundo livro, ele está mesmo quase a sair.
Dentro de duas semanas sai em França o seu segundo romance -
Entre mes mains le bonheur se faufile ​ - GOODREADS​
​Este não será uma continuação do livro já editado em Portugal no entanto, não coloca de parte a possibilidade de o continuar e promete que um dia, talvez, possamos ler o resto da história de Diane (e Edward).
​Para mim, que reclamei com a falta de uma conclusão (na minha crítica), tive oportunidade de ouvir, durante a apresentação, algo que a autora disse que me fez mudar de opinião (e lembrar algo que aprendi à custa da experiência). Deixem o fim estar como está, nem tudo na vida é romance e as pessoas têm de saber ser um indivíduo antes de serem parte de um par.

Claro que a minha pequena entrevista apenas ficou completa com a divertida mas igualmente comovente apresentação pelas palavras de Antonieta Lopes da Costa, onde o pequeno público que estava presente teve oportunidade de ficar o mundo de "As pessoas felizes lêem e bebem café".

Revi-me nas palavras da jornalista quando refere que este é um livro que quando se começa a ler não o conseguimos largar até às últimas páginas. Sentimos que estamos perante um filme que se desenrola na nossa cabeça (daí não ser surpresa que já esteja a ser preparada a adaptação para o cinema, que segundo Antonieta, podia ser toda filmada nos Açores por tantas serem as semelhanças com os cenários descritos da pequena vila irlandesa)

Gostei igualmente da pausa para questionar à autora se ela fumava, visto que a personagem principal é aquilo a que habitualmente chamamos de chaminé. Eu como fumadora, também tive vontade de puxar mais do que uma vez de um cigarro durante a leitura.

Numa última nota, a jornalista referiu ainda que, com a leitura deste romance, teve a oportunidade de encerrar um processo de luto pesaroso de dois membros da sua família. Uma prova que os livros (o café e o tabaco!) nos acompanham em diversas jornadas da vida.
Como referi na minha opinião divulgada no próprio dia da apresentação, estes elementos estão presentes na alegria e na tristeza (agora que digo isto, mais parece que estou a proferir votos num casamento!)

​A autora, emocionada com o convite mas igualmente perdida perante tudo o que tinham dito até então (a própria admitiu com um sorriso!), agradeceu a oportunidade de vir até Portugal apresentar o seu livro, o seu primeiro bebe literário, que lhe dá tantas alegrias com todo o sucesso que tem tido em França e agora em Portugal.
Confessa que nunca pensou atingir um nº de leitores tão elevado e espera que os leitores portugueses gostem história de Diane e que criem empatia com ela.

Aproveito para incluir o booktrailer que tem passado na SIC.
Já o viram?


​Nós gostaríamos de agradecer à Guerra e Paz a oportunidade de ler este livro e o convite para ficar a conhecer a autora.​
Que venha o filme e o segundo livro :)

Boas leituras!

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