Quando Jeff morre, a família e amigos ficam devastados mas duas mulheres choram inconsoláveis o seu desaparecimento.
A mulher, Claire, é normal que esteja de rastos mas até que ponto a colega de trabalho, Tish, tem direito de se sentir assim? Qual a natureza da sua relação com Jeff?
A morte de Jeff pode encerrar esse segredo sob sete palmos de terra ou fazê-lo ficar ao vista de todos os que o rodeiam.
Quando li a sinopse pela primeira vez fiquei curiosa com o que este livro nos poderia trazer de novo. A história é sobre um tema banal, mais comum do que se imagina e que afecta muita gente, talvez até alguém próximo de nós (e nem sequer sabemos!).
Quando conhecemos Jeff não temos razões para não engraçar com ele. Até ao fatídico momento em que a sua vida é ceifada e nos seguintes capítulos em que ele nos conta a história passada sob o seu ponto de vista, Jeff parece-nos alguém integro, um bom marido/pai e até um profissional consciente e inconformado com as injustiças de ter de despedir um colega de trabalho. Mas à superfície todos somos boas pessoas. Pronto, a grande maioria de nós é boa pessoa!
São os segredos que escondemos que nos moldam, que nos definem e que por vezes, nos roubam as características mais dignas.
Seremos realmente a mesma pessoa em todos os espectros da nossa vida? O Jeff de casa é o Jeff do trabalho? O Jeff perante a família é o mesmo que se apresenta aos amigos?
Assim como Jeff, quase ninguém o é e as pessoas que são sempre a mesma coisa, habitam aborrecidamente na sua concha ou então são daquelas que expõem as duas verdadeiras cores ao vento para todos à sua volta verem, muito ao género “sou assim, não tenho nada a esconder”.
O que Jeff esconde é algo que atormenta muito boa gente hoje em dia, a aproximação do nosso par a membros do sexo oposto com quem deviam ter uma relação estritamente profissional. Infelizmente é sabido como as “relações” entre colegas de trabalho podem ser voláteis. Algumas têm um alçapão em que muita gente inadvertidamente cai devido ao excesso de tempo e confiança partilhadas nas horas de expediente.
A questão, quer no livro quer na vida real, é a seguinte: São as relações profissionais que trepam pela nossa vida acima ou é a vida familliar/pessoal estagnada e insatisfeita que abre buracos que outros começam a ocupar?
Iniciei a leitura com expectativa de encontrar algo mais, algo diferente mas o que encontrei foi um drama comum dos dias que correm, sem grandes momentos uau mas com a característica de nos contar o passado e o presente sobre pontos de vista diferentes, porque a verdade é vista e analisada de modo muito próprio de cada interveniente. A nossa visão sobre a história de Jeff irá sempre incidir sobre o modo como vemos as relações e até que ponto estamos dispostos a perdoar ou a lidar com possíveis traições.
Ao chegar ao fim do livro, saliento as coisas que me agradaram: uma cena ou duas que me fizeram sorrir, a ideia de que por vezes encontramos a possibilidade de sermos genuínos na companhia da pessoa errada e o fim, a cena final. Que me desculpe quem não concorda comigo mas gostei do fim. Quem nunca pecou que atire a primeira pedra!
A mãe também leu “Em Segredo” e não encarou o fim com o mesmo à vontade que eu. Pessoas diferentes, opiniões diferentes.
E vocês? Já conhecem o segredo de Jeff?
E lá a meio do livro, na minha simpatia por cenas que podem irar outras pessoas, esta música apareceu....oldie!!
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