Conheci este livro quando foi lançada a mais recente obra da autora, “Delirium”. Ambos captaram a minha atenção com uma frase na capa.
"E se este fosse o último dia da tua vida?"
Enquanto fui lendo, tomei consciência do fatídico destino que nos toca a todos e nos quanto as nossas acções pesam na vida de todos os que nos rodeiam.
Faz-nos pensar um pouco, não faz? Se fosse possível mudar alguma coisa coisa, qual seria a diferença no final?
O efeito borboleta tem um poder devastador e na vida de Sam há 7 novas oportunidades de o bater de asas não ser completamente catastrófico.
Mas será possível salvar toda a gente ou duras escolhas terão de ser feitas no final?
Conhecemos Sam, a Miss Popular parte de um quarteto muito a género Mean Girls e que pensa apenas nela, no seu círculo de amigas e na brilhante reputação que usufrui por ser a namorada de alguém tão popular como ela. As pessoas fora do seu grupinho não existem ou são alvos a abater por serem diferentes ou simplesmente porque um dia alguém decidiu embirrar com elas.
Fortemente influenciada pela abelha maia do grupo, começamos por não conseguir nutrir grande apreço por Sam mas desde o momento fatídico no final do primeiro diz que iniciamos uma jornada de perdão pelas suas atitudes até ao momento enquanto Sam embarca nos cinco estágios de luto por si e pelo caminho em que empurrou a sua vida E é ao ver Sam passar por fases de negação, raiva, negociação, depressão e aceitação que percebemos o quanto estamos impotentes para mudar certas coisas na nossa vida.
Digam-me “o que fariam se soubessem que têm apenas 24horas de vida?”
Pior, tendo em conta a vida que levamos até agora, haveria alguma coisa ao nosso alcance que alterasse o destino de quem quer que vive connosco e nos sobrevive todos os dias?
Sam sente a areia a cair no relógio do tempo em cada novo acordar, consciente de que está na suas mãos alterar o destino e é ai que um torrente de sentimentos nos invade perante a impotência de Sam em controlar todas as vertentes com influência no dia que teima em se repetir.
Ao longo do livro somos sugados para a mente de Sam, sentimos-nos tentados em culpabiliza-la do sucedido mas acabamos igualmente por sorrir consigo quando pequenos momentos de pura felicidade se fazem sentir no meio do caos.
Lauren Oliver bem se pode ter inspirado no “Feitiço do Tempo” mas trouxe às nossas mãos uma personagem que tem um pouco de todos nós especialmente quando recordamos os tempos de escola e o quanto eles nos afectaram.
“Antes de vos deixar” é uma chapada na cara, um livro que nos obriga a parar para pensar o que andamos a fazer com a nossa vida. Era bom que fosse possível que toda a gente mudasse o que está mal na sua vida, não por lhes resta pouco tempo e estão arrependidos de como fizeram as coisas mas porque perceberam que não vivem isolados e que tudo o que dizem e fazem se repercute nos outros.
Caso contrário, não haverá tempo nem poções mágicas que resolvam tudo o que correu mal antes de deixarem este mundo para sempre.
Lauren Oliver, tem oficialmente um lugar na minha estante. Quer com este livro, quer com Delirium a autora aborda temas que me agradam muito e de uma forma cativante. A sua escrita é fluída e faz-nos mergulhar de cabeça na mente da personagem. E para mim, quando um livro me faz ponderar "o que fazia eu nesta situação" é sempre um bom sinal.
Obrigada Editorial Presença pelo miminho :)
E obrigada Neusa pelas magníficas fotos
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