A Porto Editora orgulha-se de publicar, no dia 10 de novembro, o mais recente e aguardado romance de Gonçalo M. Tavares.
Sinopse
Uma menina está perdida no seu século à procura do pai. Nesta história de busca, viagem e reflexão sobre o século XX, Marius encontra uma menina perdida à procura do pai. Hanna, rapariga, cabelos castanhos, olhos pretos, catorze anos, fala com dificuldades, entende mal o que lhe acontece, não percebe o raciocínio dos outros. Marius está com pressa mas muda o seu percurso, acompanha-a. A sua busca leva-os até Berlim, a um hotel com corredores que lembram fantasmas da guerra — e os dois circulam entre as obsessões e os escombros do seu século.
EXCERTO
– E vocês? De onde vêm? Tentei explicar-lhe que não era um homem falador. Gosto de ouvir, disse-lhe, não tenho muito para dizer. Ele perguntou, virado para Hanna:
– Como te chamas?
Hanna respondeu. Ele não percebeu. Hanna repetiu, ele continuou sem perceber. Eu repeti:
– Chama-se Hanna.
– Hanna – disse Fried. – Bom.
– Que idade tens?
– Catorze – respondeu, e agora percebeu-se.
Fried sorriu para ela, simpaticamente. Ela disse:
– Olhos: pretos. Cabelo: castanho.
Eu disse: – Ela aprendeu assim.
Depois ela disse:
– Estou à procura do meu pai.
Neste mês, a Caminho, apresenta também mais um livro do autor.
"Os Velhos Também Querem Viver" tem um pé na tragédia Alceste, de Eurípedes, de onde parte, e outro no cerco de Sarajevo nos anos de 1992-1996.
Deste cruzamento de duas realidades separadas por cerca de 2.500 anos Gonçalo M. Tavares extrai uma obra literária que nos prende da primeira à última linha porque não perdemos nunca a sensação de estarmos a tocar um dos grandes dramas da Humanidade, que no livro se pode exprimir assim:
"Em Sarajevo e em redor de Sarajevo, no século XX, a regra particular é igual à regra geral: os mortos estão mortos, os vivos é que ainda não".
Sinopse
De 5 de Abril de 1992 a 29 de Fevereiro de 1996 Sarajevo esteve cercada pelo exército sérvio muitos fugiram; 12.ooo mortos, 50.ooo feridos; a população da cidade desceu para metade. E metade é muito; é muitíssimo. Um sniper atingiu Admeto; Admeto está a morrer. Sabe que poderá ser salvo apenas se alguém morrer em sua vez; todos recusam excepto a mulher, Alceste. Alceste morrerá para que Admeto possa ficar vivo. É esta a história. A partir da peça Alceste de Eurípedes.
Prólogo
"De 5 de Abril de 1992 a 29 de Fevereiro de 1996
Sarajevo esteve cercada pelo exército sérvio
muitos fugiram; 12.ooo mortos, 50.ooo feridos;
a população da cidade desceu para metade.
E metade é muito; é muitíssimo.
Um sniper atingiu Admeto; Admeto está a morrer.
Sabe que poderá ser salvo apenas
se alguém morrer em sua vez; todos recusam
excepto a mulher, Alceste.
Alceste morrerá para que Admeto possa ficar vivo.
É esta a história."
A partir da peça Alceste de Eurípedes
Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970. Desde 2001 publicou livros em diferentes géneros literários. Os seus livros receberam vários prémios em Portugal e no estrangeiro. Com Aprender a rezar na Era da Técnica recebeu o Prix du Meilleur Livre Étranger 2010 (França). Alguns outros prémios internacionais: Prémio Portugal Telecom 2007 e 2011 (Brasil) Premio Internazionale Trieste Poesia 2008 (Itália) com 1. Prémio Belgrado 2009 (Sérvia). Grand Prix Littéraire du Web – Culture 2010 (França) com Aprender a rezar na Era da Técnica. O Senhor Kraus recebeu o Prix Littéraire Européen 2011 (França). O seu recente livro Uma Viagem à Índia recebeu, entre outros, o Grande Prémio de Romance e Novela APE 2011. Em 2013 Atlas do Corpo e da Imaginação integrou a seleção de melhores livros do ano do jornal Público e da revista Visão. Os seus livros deram origem, em diferentes países, a diversos trabalhos artísticos e académicos. Está a ser traduzido em cerca de 45 países.
IMPRENSA
Artigo no Diário Digital: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=744795
Um Kafka português. Irá Gonçalo M. Tavares tornar-se tão exportado como o vinho do Porto ou a saudade?
Le Figaro Magazine
Tavares criou algo atraente, sombriamente belo e inspirado, e totalmente original.
The Independent
Gonçalo M. Tavares vale por uma literatura inteira.
António Guerreiro, Expresso
Hoje, Gonçalo M. Tavares tem uma projeção e um impacto internacionais só comparáveis, entre os autores portugueses, aos do Nobel José Saramago e, postumamente, de Fernando Pessoa.
Filipa Melo, SOL
depois de ler o excelente jerusalém este autor ficou sempre na minha lista de "livros pedidos"... vou continuar a pedir...pode ser que o pai natal me ouça!
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