Desde que soube da saída deste livro que tinha um enorme desejo de o ler, além de ser quase um viciado em livros sobre a segunda guerra mundial, adoro ler sobre a temática da guerra em geral, ainda por cima contada na primeira pessoa.
Gosto de tentar perceber se o que aconteceu no passado se pode repetir e tentar estabelecer comparações entre as épocas, perceber se o povo, com mais ou menos manipulação aceitará tudo o que lhe é dito, e se fará tudo para manter o seu nível de vida, independentemente de ter de eliminar, encarcerar ou fazer desaparecer todos aqueles que por alguma ideia diferente possam meter em risco as suas vidas.
No fim desta leitura penso que tudo seria possível hoje outra vez, em qualquer lado do mundo, bastando para isso haver algum pequeno rastilho, que seja alimentado por uma nação, religião ou etnia....
«Diário de Guantánamo» mostra-nos como o suposto país mais democrático do mundo, pode e faz o que quer, com supostos terroristas, um povo que tenta ser o policia do mundo não hesita em usar e abusar do poder para obter aquilo que quer.
É difícil falar de um livro destes sem colocar os nossos ideais na critica, por isso vou tentar não me alargar muito sobre os meus pensamentos e falar mais sobre o livro em si.
Este relato verídico revela os acontecimentos vividos na prisão por Mohamedou Ould Slahi. Contada na primeira pessoa, Mohamedou narra uma viajem de mais de uma década de cativeiro, entre episódios de brutalidade, tortura, humilhação e total perda dos seus direitos, entre as prisões da Mauritânia até chegar a Cuba.
Uma história de terror onde Mohamedou se encontra detido sem qualquer acusação formal por parte dos seus carcereiros e as alegadas provas, até agora, só mostram que conhecia alguns elementos indiciados aos atentados do 11 de Setembro de 2012. Preso desde 2002 (Guantánamo, Cuba), a sua libertação foi declarada em 2010, sendo ilibado de acusações e mesmo assim o governo dos Estados Unidos mantêm-o preso até hoje.
Este manuscrito será um dia, quem sabe, uma obra de leitura obrigatória como sendo um manual das atrocidades cometidas em pleno século XXI. Mostrando que a tortura e humilhação não regrediu com o avançar de tudo o que supostamente nos torna numa sociedade melhor e mais humana. No entanto, o livro de Mohamedou Quild Slahi já é obrigatório por ser um relato do cativeiro enquanto ainda está preso.
Gostei da estrutura geral da narrativa, da maneira simples como é escrito, a nota negativa vai mesmo para os cortes, a censura que não deixa toda a verdade sair a público, aqueles borrões de tinta negra deixam muito por saber tornando muitas vezes a leitura cansativa. Quem sabe um dia o poderei ler sem cortes.
Nota: em cima disse que não me ia alargar nas opiniões, mas tenho de deixar aqui a minha:
Não sou a favor da tortura e das prisões como são descritas neste livro, mas abomino o terrorismo como arma de matar inocentes só para fazer passar um ideal... quero com isto dizer que as verdades podem ser muitas.
Uma leitura com o apoio:
Sem comentários:
Enviar um comentário