Posso começar já por dizer: que livro!
Quando o agarrei não sabia o que me esperava, não sabia que Tery Hayes tinha sido argumentista de cinema, e só descobri poucos minutos antes de começar a escrever esta opinião. Isto acontece visto que não gosto de ir ler opiniões ou de ir à procura de informação sobre o escritor, pois qualquer umas dessas coisas pode influenciar a minha opinião sobre o que vou ler. Mas por hábito faço-o depois, para confirmar ou confrontar a minha opinião sobre o que acabei de ler.
Assim sendo agarrei neste livro completamente às escuras. E surpreendeu-me desde as primeiras impressões. Estavam à minha frente mais de 600 páginas sobre um crime, a primeira reacção foi pensar que o livro teria muitas descrições, para dar corpo, contexto ou só detalhes que não contribuíssem para a acção, mas logo nas primeiras páginas perdemos essa sensação, somos completamente bombardeados com imagens que nos puxam para dentro do livro e Terry Hayes começa logo a construir personagens e cenas de crimes violentos de modo a fazer deste livro um autêntico page turner.
É indiscutível a velocidade de leitura que o livro imprime no leitor, refiro sempre isto, mas mais uma vez vou repetir, com a criação de capítulos curtos, com duas ou três paginas cada, faz com que fiquemos completamente agarrados ao livro. E acabamos por levá-lo (apesar do tamanho) para todo o lado, pois quaisquer 5 minutos permite a leitura de mais um capitulo... parei no trânsito: mais dois capítulos... fila nos correios: mais três capítulos... a mulher está demorada no dentista: mais dez capítulos...
Quanto à historia não vou, nem posso, contar muito, qualquer breve resumo pode dar spoillers e tirará muito do interesse. Vou antes aproveitar algumas frases que aparecem na sinopse e contracapa e acrescentar a minha opinião:
Bem ao estilo de James bond temos sempre a sensação mal entramos neste livro que estamos nUMA CORRIDA VERTIGINOSA CONTRA O TEMPO E UM INIMIGO IMPLACÁVEL.
Começamos com Uma jovem mulher brutalmente assassinada num hotel barato de Manhattan com pormenores muito bem conseguidos, que poderia ser o guião para qualquer umas das séries televisivas mais badaladas, um CSI ou um Mentes Criminosas, até mesmo um Dexter ou um Hannibal, contando com o peso das imagens para aumentar o sórdido dos crimes.
Um pai decapitado em praça pública sob o sol escaldante da Arábia Saudita, conseguimos mergulhar em factos de culturas diferentes das nossas, perceber como funciona a lei, como o povo vê essa lei a ser aplicada e conseguimos constatar as grandes diferenças culturais.
Os olhos de um homem roubados do seu corpo ainda vivo, são acontecimentos como estes que nos agarram no livro, fazem a nossa mente disparar para vários cenários, imaginamos o «porquê» e questionar «para quê» tal brutalidade!?
Até onde pode ir a capacidade de um ser humano para fazer mal ao próximo? Em função de que crenças? Restos humanos ardendo em fogo lento na montanha de uma cordilheira no Afeganistão.
Estes são alguns dos muitos motivos que viciam o leitor neste livro, juntamente com a promessa de uma acção à escala global. Uma conspiração para levar a cabo um crime terrível contra a Humanidade, uma trama que encaixa que nem uma luva nos tempos actuais, onde se começa a ver uma luta como nunca antes vista na nossa era, entre muçulmanos e ocidente. No entanto, não pensem que o autor nos coloca só de um dos lados, são várias as perspectivas, desafiando o leitor a tomar parte... e nem sempre do mesmo lado.
Já estão convencidos?
Preparem-se para conhecer o único homem capaz de descobrir o ponto preciso onde estas histórias se cruzam: Peregrino e Sarraceno, um representado a parte "boa" do livro e o outro, o único homem capaz de matutar um crime hediondo para a humanidade, respectivamente é claro!
Uma excelente aposta da TOPSELLER. Um excelente início de uma nova saga. Será?
Uma leitura (em avanço) com o apoio:
ADOREI. É tão intenso que me vi obrigada a lê-lo calmamente, sem pressas, estar atenta a todas as palavras.
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