Sarah MacLean era uma autora desconhecida ao radar da metade colorida. Parece que agora aparece a piscar e em cores bem vistosas!
"O Marquês Irresistível" começa a série dos quatro aristocratas caídos em desgraça que fazem do submundo Londrino o seu Reino e não podia começar de melhor maneira.
Faz muitos anos que o Marquês de Bourne caiu em desgraça. Jovem arrogante e vidrado no jogo, perdeu toda a sua herança ficando apenas com a casa de família mas sem os luxuosos terrenos que a circundavam. Orientado pela vingança, Bourne tornou-se um homem poderoso, temido e taciturno mas mesmo com riquezas sem fim, a grande peça que falta na sua vida, além de fazer justiça contra quem o enganou é reaver as suas terras e no dia em que estas se tornam no avolumado dote de uma das solteirona mais conhecidas de Londres, Bourne não hesita em colocar o seu plano em marcha. Nem passar por cima de Lady Penélope, a detentora do dote e sua amiga de infância, será motivo suficientemente forte para o parar.
Ou será?
Ao contrário dos muitos romances do género que eu já li, este é capaz de ter sido aquele que não se encaixa na fórmula do "conheceram-se, ficaram loucos um pelo outro, viveram um amor proibido pela sociedade mas lutaram contra tudo e todos para ficar juntos". Embora "Um Marques Irresistível" tenha um pouco de tudo isso, incluindo o prestígio das classes e dos títulos, o escândalos das temporadas, os clubes dos prazeres decadentes e a desvalorização da mulher como indivíduo, tem também uma coisa que me agradou e que me deu uma gana desgraçada durante a leitura. Este dois são ossos duros de roer, ele fixo na vingança, chega a ser frio e maldoso grande parte do tempo e ela apaga o fogo que reside no seu íntimo cada vez que as expectativas não correspondem à realidade mas não deixa de ser um bálsamo poderoso para a mente irada de Bourne.
Mas não é só isso, "Um Marques Irresistível", embora com o seu título tão típico de romance sensual de época, é bem mais complexo e mesmo tendo os seus momentos escaldantes é o tipo de historia que nos faz sofrer com as personagens (enquanto secretamente lhes damos palmadas por serem obstinados ou se vitimizarem a todo o instante).
Este Marquês é irresistível mas igualmente irritante, interesseiro e irascível. Quando digo o marquês, falo dele não do livro.
Fico com a pulga atrás da orelha para ler os livros dos três companheiros de Bourne na gerência d'Anjo. Chase, Cross e Temple. Olha que quatro! E o próximo, só pelas últimas linhas que vislumbramos vai ser ainda melhor que este.
"Um Conde Apaixonante" tem data de lançamento para o mês de novembro. ADORO!
Sarah MacLean é uma aposta
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