"Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes
e calma."
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes
e calma."
de Sophia de Mello Breyner Andresen
A vida é um livro repleto de capítulos, uns mais negros ou mais longos que outros mas todos com características comuns. Nenhum capítulo pode ser apagado e todos servem de lição. A questão é saber que conclusão tiramos com os capítulos que preenchem as páginas do nosso livro.
O de Diane, depois de ter atingido toda a escala de cinzentos que existe em "As Pessoas felizes lêem e bebem café", chega a pouco e pouco, aos momentos mais felizes e que auguram um futuro melhor.
Não fosse o título algo como "A vida é fácil"!
E a vida é fácil, isto se a descomplicarmos onde nos é dada capacidade para isso.
Quando comecei a ler este "A vida é fácil, não te preocupes" estava completamente perdida já que a minha cabeça de tartaruga se recusava em tirar da caixa a história de Diane. Tive de recorrer à opinião do primeiro livro para que as memórias sobre a leitura voltassem de enxurrada para me ajudar a compreender e apreciar este segundo "capítulo" da história de Diane.
"A vida é fácil" é o renascer da fénix, na sua terra Natal, no seu Pessoas Felizes que tantas memórias contém. A Irlanda e os que lá ficaram está a meses e muitos pensamentos de distância mas uma inevitabilidade da vida recorda-a que nem a distância nos separa daqueles que amamos e estimamos.
Mas a alma de Diane divide-se cada vez mais. Entre o novo amor e o velho, entre a lealdade com o Pessoas Felizes e as oportunidades que repousam à beira mar, entre incapacidade de estar junto de crianças e a aproximação repentina de uma miniatura de gente. Mas a vida é feita de escolhas e Diane tem de fazer as suas.
Uma vez refeita e feliz, que impacto tem o regresso de Edward e companhia à vida de Diane?
Haverá maneira de viver com todas as cicatrizes que Diane tem desde que perdeu a sua família?
Será capaz de abrir um novo capítulo quando ainda só vai a meio do anterior?
Sem dúvida belo e cativante, "A vida é fácil" é uma ode às segundas oportunidades, muitas que surgem em simultâneo, basta para isso que sejamos corajosos para as aceitar ou lutar por elas.
E o final, assim como no primeiro, pode ser entendido de várias maneiras, não no seu todo mas num detalhe muito importante, o que o tempo sara e ajuda a lidar com as marcas que nos tornam nas pessoas que somos hoje e continuaremos a ser amanhã.
Agnès escreve muitíssimo bem e com pesar que me despeço de Diane e companhia.
Mas já se falava no filme, quem sabe esteja para breve.
Relembramos a entrevista realizada à autora na sua visita a Lisboa para apresentar o primeiro livro e deixamos ficar música.
Boas leituras! :)
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