Conhecemos Vee no seu lugar escondido nos bastidores onde é responsável por guarda roupa e maquilhagem no grupo de teatro da escola. Ela é a sombra sossegada que mantém tudo a funcionar, que toda a gente acha ser uma miúda fiável, calma e em quem os pais têm um cerco apertado.
Desejosa de sair da sombra da melhor amiga Sidney e em dar nas vistas de Mathew, o rapaz que lhe ocupa os pensamentos, Vee aceita o desafio dos desafios ao submeter um vídeo para o aclamado jogo online que é o mais recente fenômeno viral NERVE.
Determinada em mostrar coragem e determinação, um desafio torna-se em dois e depois num terceiro, tudo em troca de prémios e atenção.
Mas uma coisa que se impõe é: onde traçamos a linha entre o divertido e o assustador?
Até onde estaríamos dispostos a ir para alcançar aquilo que mais desejamos?
Estaríamos dispostos a expor o melhor e o pior da nossa vida para todo o mundo ver?
Seria o limite colocar a nossa vida em perigo?
Ou ter em jogo a vida de outra pessoa?
NERVE é arrepiante, rápido e desconcertante. Uma simples brincadeira, um desafio sem importância ou grandes consequências é o primeiro passo para um episódio bem complicado da vida de Vee. De quase transparente, Vee passa a ser um alvo no momento que se cede controlo ao NERVE.
Um livro que explora os limites da ética, da natureza humana e da vulnerabilidade nesta era digital. Toda a nossa vida está à distância de um clique. Entre o que partilhamos online por opção própria e o que fica registado entre mails, chats, registos médicos, etc. somos capazes de ter uma boa porção de nós próprios à mercê de mãos menos bem intencionadas.
E quando se trata de espectáculo gratuito está provado que a humanidade, fã inconsciente de desastres de viação, quer ver o pior do outro vir à superfície.
Onde será que termina o divertimento de Vee e começa o desespero?
Quando vi o trailer do filme sabia que não iria consegui separar os poucos minutos de imagens que explodiram nos meus olhos daquilo que posteriormente iria ler no livro de Jeanne Ryan.
Sei igualmente que, só pelo trailer, a adaptação já deve andar a fazer os fãs do livro ficarem bem chateados. Mudanças, mudanças, mudanças.
Quando for ao cinema depois digo o que mudaram mas até lá posso dizer, NERVE é uma leitura que mexe connosco, que nos faz pensar até que ponto somos anónimos neste mundo digital que diariamente habitamos.
Nunca mais vou descarregar uma app sem pensar em NERVE.
Boas leituras
"NERVE" é uma aposta
Para mais informações consultem o site Editorial Presença
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