Don Tillman será de certeza um grande personagem numa próxima comédia romântica a chegar, quem sabe, em breve ao cinema.
Se eu pudesse e se ele tivesse menos dez, quinze anos, escolheria Colin Firth para o papel principal, mas como ele já passou dos 50...
Este é um daqueles livros que tem tudo a ganhar sendo bem adaptado ao cinema, tem todos os ingredientes. E por ter diversos desses ingredientes torna-se um livro fácil e cativante.
Graeme Simsion criou um homem de humor peculiar, inconveniente, confuso, mas ao mesmo tempo pragmático e verdadeiro. Bonito, atlético, sem vaidade, mas consciente do que é. Enfim, encantador, admiravelmente encantador e irritante. Parece comum!? Talvez, mas nem tanto.
Que defeito terá Tillman?
E Rosie? Que tem ela de especial para ser levada tão a sério, como um projecto de cientista?!?
São estas particularidades que tornam este "boy meets girl" não tão comum.
E é nos diálogos que as melhores partes estão.
"- Estou prestes a descobrir quem é o meu pai (...) podes fingir que és um ser humano normal e ouvir-me?
Eu não sabia bem como imitar um ser humano normal, mas concordei com o passeio. Era óbvio que Rosie estava emocionalmente confusa (...) quase não abriu a boca, o que tornou o passeio muito agradável; era quase como andar sozinho."
Passamos assim de um Don à beira de i can't get no satisfaction e ouvinte de Bach para um nostálgico e romântico Don, apreciador da mensagem de John Sebastian em Darling Be Home Soon.
Deixo também uma versão de (I Can´t Get No) Satisfaction que me agrada mais ;)
“Durante algum tempo, o Gene e a Claudia tentaram ajudar-me no Problema Esposa. Infelizmente a abordagem deles baseava-se no paradigma tradicional de marcação de encontros, que eu já abandonara, pois a probabilidade de sucesso não justificava o esforço nem as experiências negativas. Tenho trinta e nove anos, sou alto, inteligente e estou em boa forma física, tenho um estatuto relativamente elevado e um rendimento acima da média como professor assistente. Em termos lógicos, eu devia ser atraente para muitos tipos de mulheres. No reino animal, seria um sucesso reprodutivo.” (p. 13)
Esta opinião foi publicada após a leitura da edição da Divina Comédia mas com a reedição da Editorial Presença, não podíamos perder a oportunidade de partilhar convosco a nossa opinião.
"O Projecto Rosie" é uma aposta
Para mais informações, visitem o site Editorial Presença
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