" Ninguém gostava de se lembrar de que a água daquele rio estava infectada com o sangue e a bílis de mulheres perseguidas, mulheres infelizes; afinal, bebiam-na todos os dias "
Conhecemos Jules quando esta regressa à vila que a viu crescer e à qual evitaria regressar até ao fim dos seus dias não fosse a sua irmã Nel ter morrido.
Beckford pode ser uma vila pequena onde toda a gente se conhece mas não deixa de ser palco de um desfile de mortes macabro, com um rio que é mais que um íman ao suicídio, é um autêntico "cemitério" de mulheres.
Ao longo dos anos muitas foram as mulheres que morreram naquele local, a mais recente vivia obcecada com as histórias, tanto que se tornou uma.
O regresso de Jules, a aceitação incompreensível da filha de Nel, a passividade do Inspector, a louca desbocada que ninguém ouve, a polícia que olha para as histórias de fora, a figura venerada, o homem aliviado....todos escondem qualquer coisa, todos têm um motivo, todos são culpados de algo.
Estará Jules preparada para enfrentar Beckford e o que lá deixou?
Poderá a morte de Nel colocar fim à série de mortes fatais que assola a vila ou será este o ponto de ruptura para a verdade que está à tanto tempo submersa?
Que segredos sobre Jules e os restantes habitantes ficaremos a conhecer?
Que segredos sobre Jules e os restantes habitantes ficaremos a conhecer?
O regresso de Jules, a aceitação incompreensível da filha de Nel, a passividade do Inspector, a louca desbocada que ninguém ouve, a polícia que olha para as histórias de fora, a figura venerada, o homem aliviado....todos escondem qualquer coisa, todos têm um motivo, todos são culpados de algo.
Sim, porque na realidade não conhecemos só Jules. Conhecemos e lemos pontos de vista de duas mãos cheias de personagens que têm algo a dizer e a acrescentar à historia. Se algures a meio caminho se sentirem perdidos, façam uma cábula. Imaginem que são um concorrente vendado num qualquer jogo labiríntico. Toda essa gente tem um contributo válido para darem um passo na direcção certa.
Imagino o quanto deva ser complicado escrever um livro depois do mega sucesso que foi o "A rapariga no comboio".
Mas este "Escrito na água" submerge-nos em personagens, enreda-nos em segredos, suga-nos o ar dos pulmões ao querermos passar páginas atrás de páginas e depois cospe-nos para a margem como um peixe rejeitado pelo rio, tal é a força da chapada na cara que recebemos no final.
Quase que sou capaz de dizer que o prefiro ao "A rapariga no comboio" porque esta história deu-me a volta. Fez-me pensar que sabia tudo de meio do livro para a frente e depois passou-me a rasteira. Com "A Rapariga no Comboio" eu descobri o fim ainda antes do meio e isso tira a graça toda :)
"Escrito na água" dava uma série espectacular. Uma mini série carrregada de bons actores ingleses, numa qualquer vilazinha sinistra serpenteada por um rio carregado de histórias tão mal contadas que viraram mitos urbanos.
Com toda a certeza iria prender-nos tão bem ou ainda melhor que o livro.
Resta-nos esperar que gostem tanto dele como nós e desejar-vos boas leituras :)
E deixo-vos com a música que me acompanhou a leitura
E deixo-vos com a música que me acompanhou a leitura
Gosto que me preguem rasteiras, pensar que sei tudo e afinal não é nada do que imaginava.
ResponderEliminarEstou a ler A Rapariga de Antes e está a acontecer o mesmo :)
A Rapariga de Antes é uma das minhas próximas leituras :D
ResponderEliminarEspero que gostes de ler este "Escrito na água"
Admito que nunca li A Rapariga no Comboio porque nunca me chamou muito a atenção; no entanto, esse livro deixou-me curiosa.
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