Sabem aqueles livros que chegamos ao fim e não sabemos o que dizer sobre eles?
"A rapariga mais sortuda do mundo" é um deles, uma das opiniões difíceis de colocar em palavras coerentes.
Ani FaNelli é-nos apresentada como o expoente da sofisticação Nova Iorquina, uma self-made woman. Tudo nela é de sonho. Uma mulher que subiu na vida pela sua dedicação e capacidade de deturpação da sua verdadeira natureza.
Oriunda de uma família com pouco mais pretensão do que riqueza no banco, Ani é hoje uma mulher no centro mundo, com um papel importante numa das maiores revistas femininas americanas e uma esmeralda que a reclama como a futura Mrs. Harrison, o prémio máximo na sua vida com carregados laivos de gold-digger.
Ou assim nos parece...
O estoicismo de Ani é como uma camada de tinta que ela foi aperfeiçoando ao longo dos anos, uma superfície delicada, calculada, pensada e controlada ao minuto.
Mas por baixo, como uma segunda camada da pele esconde-se a TifAni, a rapariga que sempre teve flexibilidade para se adaptar. É nessa camada que borbulham os seus verdadeiros pensamentos e desejos, como um vulcão tumultuoso cujo magma aguarda o momento ideal para sair e matar toda a gente.
Mas que outra opção tem senão ser como é?
Quando a necessidade de se reinventar para sobreviver é mais forte do que tudo o resto, até quando é que Ani se vai sentir como a rapariga mais sortuda do mundo?
Quando terminei de ler "A Rapariga Mais Sortuda do Mundo" fiquei aborrecida e nem sequer conseguiu colocar por palavras o que encontrei ou qual era a minha opinião. Por vezes acontece, é o que dá ter uma imaginação fértil. Entrei neste livro com uma ideia mas acabei por receber outra diferente que me permitiu magicar um novo final mas que depois não se concretizou. Hm...ainda estou a chegar a um acordo com a história de TifAni. Agora posso dizer que a história merece a atenção que tem andado a receber, especialmente por Ani, pela temática, pelo cariz actual, entre outros detalhes que não posso dar MAS eu acho que o meu problema está com ela.
Quando comecei este livro aborreci-me com a personagem. Começou bem mas ficar a conhecer Ani não foi prazenteiro. A personalidade dela não me conseguiu cativar por dois ou três detalhes que mexem com os meus nervos mas mais para a frente no livro existe uma explicação para ela, para a sua maneira de ser, etc. Tudo sempre tem uma explicação.
E é quando os acontecimentos do passado vêm a lume que o livro ganha um novo ímpeto, um fogo diferente que me fez levar tudo até ao fim.
Tenham em mente o seguinte:
A pessoa que somos hoje é a soma do que fizemos no passado com um sem número de variáveis que nem sempre são da nossa responsabilidade.
Esperem para conhecer Ani e o seu passado. Depois decidam se ela é ou não "A rapariga mais sortuda do mundo"
Acho que em filme, especialmente se for produzido pela Reese Witherspoon, "A Rapariga Mais Sortuda do Mundo" vai cativar-me muito mais do que lido e magicado na minha cabeça.
Até à adaptação, deixo-vos com a música que passava na rádio quando terminei a leitura e que não podia encaixar melhor
(nota: na rádio passava Radiohead mas apetece-me partilhar esta)
"A Rapariga Mais Sortuda do Mundo" é uma aposta
Para mais informações visitem o site Editorial Presença
Fiquei curiosa...
ResponderEliminar