Ele deu-lhes asas mas a última coisa que conseguiam fazer era voar em liberdade.
Quem não ficou curiosa com a leitura da sinopse de "O Jardim das Borboletas"?
"Arrepiante", foi o meu primeiro pensamento e "Mas que raio!" foi o mais recorrente ao longo da leitura.
Raptadas, marcadas e eternizadas como animais numa exposiçao delicada?
Que conceito espectacular!! (desculpem o momento macabro!)
O quão horroroso deve ser não ter mão no nosso destino?
O quão horroroso deve ser estar às mãos de um louco?
Mas no entanto, o quão horroroso é não lutar pela nossa vida?
Se o nosso destino é morrer, porque não morrer a tentar ser livre?
Andei à luta com a minha opinião sobre este livro. Confesso que gostei bastante de o ler mas não consegui tirar do canto da minha mente aquele pensamento "porque é que esta gente não luta? Porque é que esta gente não foge? Prefiro morrer a lutar do que esperar que alguém decida que o meu tempo acabou!!"
Diz um filme que eu vi faz muitos anos que "uma vida vivida com medo é uma vida vivida pela metade" e o medo paralizante de uma morte assustadora é a única razão que encontro para a "existência" deste jardim
Mas venham comigo e fiquem a conhecer "O Jardim das Borboletas" que sei que um dia será adaptado com laivos arrepiantes ao grande écra, tantos que vou conseguir esquecer aquilo que me fez frangir o nariz à historia das borboletas.
Dizem que a beleza é efémera e assim é a vida das Borboletas.
O tempo entre o casulo e dia em que mostram em todo o esplendor as suas asas é curto e para as habitantes d'O Jardim, o tempo de vida depende de demasiados factores porque as borboletas são criaturas frágeis e facilmente....destruidas.
Menos Maya. Maya parece ser uma sobrevivente. Assim nos é apresentada quando a vemos diante de dois agentes do FBI que a confrontam com os acontecimentos que os levaram ali.
Raparigas resgatadas, outras tantas mortas, um jardim secreto e uma história macabra.
Mas que papel tem Maya em tudo isto?
Que ligação tem ao Jardineiro?
Que segredos esconde uma pessoa que nem o seu nome quer revelar?
É através das palavras de Maya que vamos conhecendo a sua história, num tom estoico e por vezes insensível devido à vida que teve mas que nos permite criar alguma ligação com ela. Na realidade, por mais assustador que seja o que nos relata, queremos que no fim ela seja apenas e só uma vitima. Se ela for algo mais, a coisa ainda se torna mais assustadora.
Como se o facto de haver um louco que rapta, tatua e embalsama raparigas não fosse arrepiante o suficiente. E curiosamente, para mim, são os detalhes, o macabrismo dos que lhes acontecia que faz a historia valer a pena mas depois há coisas que para mim falharam. A humanização do Jardineiro, a propriedade onde o jardim se encontra, a falta de reacção das Borboletas.
Eu queria mais, eu precisava de algo mais.
Mas talvez sejam as minhas expectativas que estragaram uma história sofrida e assustadoramente arrepiante que nos faz pensar que há por ai espalhadas no mundo pessoas loucas o suficiente para criar algo assim. Nunca mais vou olhar para as borboletas da mesma maneira, acreditem no que vos digo e elas coitadas não tem culpa nenhuma.
Entretanto o Goodreads diz-me que a equipa do FBI Hanoverian-Eddison-Ramirez tem mais história para nos dar num segundo e terceiro livro.
Será que também vamos ficar a conhecer o "Roses of May" e o "The Summer children"?
"O Jardim das Borboletas" é uma aposta
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