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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Opinião "O homem que pensei que eras"

Em todos estes anos de Efeito dos Livros, se há algo de que me posso orgulhar, é de ter consigo manter isto spoiler free!
Falar de "O homem que pensei que eras" sem dar a entender o que se passa mas transmitindo a dimensão da história, o remoinho sentido no peito durante a leitura e o momento em que tive de abandonar a piscina para não chorar na espreguiçadeira....

É complicado. Mas eu vou tentar!


Anna e Mark vivem na sua bolha de felicidade e matrimónio faz alguns anos. Em total sintonia um com o outro, é como uma grande chapada na cara de Anna o momento em que, ao final de um dia completamente normal, Mark chega a casa e com cara de enterro anuncia que acabou tudo, que vai embora para longe, que já não dá para ali ficar e que ela não vá atrás dele.
E nós pensamos
"O quê?? Não dá! Não pode ser! Não se entende?! Não se faz!!"
E entramos no estado de espírito "este gajo passou-se e isto é mais um caso do gajo que saiu para comprar tabaco e não voltou OU é algo mais?"

Acompanhamos Anna, que de coração apertado e completamente de rastos, enquanto confirma que não só ele desapareceu sem telemóvel, como se despediu e ninguém sabe como o encontrar.
Que segredos esconde Mark para necessitar eclipar-se da sua própria vida, abandonando a mulher, a casa e o emprego?
Quão longe terá Anna de ir para revelar uma parte da pessoa que mais ama no mundo e que julgava conhecer?
Será esta ruptura abrupta capaz de danificar o amor que Anna sente e que então era partilhado e valorizado por ambos?
"...tentarmos escudar-nos de sofrimentos e dores futuras isolando-nos do amor é só fazer mal a nós...e aos que nos rodeiam. Por isso, mais vale correr esse risco, porque a vida vai acontecer, quer queiramos quer não."
Vá, agora que já vos falei da historia, tenho se referir o como esta me abalou a harmonia veraneante em férias com leituras fofinhas. 
Dizer que me deprimiu era abusar mas senti-me como se Anna fosse aquela amiga que tem uma situação pesada a acontecer na sua vida e por isso temos de meter tudo em pausa na nossa e tentar ajudá-la. Ouvir os seus lamentos, dar apoio quando as forças lhe faltam, participar nas buscas e se tiver de ser, se o que ele tiver feito não tiver perdão, ser uma das que vai buscar o taco de beisebol e aponta às canelas do tipo.
No entanto, quando Anna começa a avançar na história vamos baixando o taco e levantando a mão para aparar as lágrimas que teimam brotar-nos dos olhos.
Perante uma questão destas ...
Como será que reagiamos?
Será egoísmo pensar no bem estar dos outros mesmo que repleto de ignorância e dor, ou devemos aceitar a mão que nos estendem e permitir que nos acompanhem?

"O homem que pensei que eras" é uma aposta

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