Marta Crawford tem o dom da simplicidade e de chamar as coisas pelos nomes sem que as mesmas ganhem um sentido vulgar, despreocupado ou diminuído.
Seja o "casal casado", o "casal enamorado", o "casal amante"... heterossexual, bi ou homo... o que interessa é que todos procuram respostas para o dia-a-dia das suas relações e o mais importante é sempre reconhecer que se procuram essas soluções.
Isto poderia facilmente tornar-se no SA - Sexualidades Anónimas (quem sabe um grupo a explorar), mas o que é verdade é que muitos casais frequentam terapia e superam os seus problemas e elevam a outro patamar a sua vida sexual, tornando assim a relação muito mais satisfatória..
Este livro é um relato de pequenos excertos de pensamentos, conversas e troca de ideias entre os vários personagens, como Joana, Miguel ou o irmão mais novo que é gay, ou a Matilde e o Bernardo que quando casados eram como gato e rato e depois do divórcio "levam uma relação colorida". Há também o tipo que tem dificuldade em se comprometer e então... "come todas". Há claro, no meio de tudo isto, as condicionantes do ambiente que os envolve, os pais, os filhos, as relações familiares e de amizade, o trabalho e a bagagem emocional.
Marta Crawford consegue fazer um misto entre relatos de consultas, explicações quase como se se tratasse de um manual, tudo numa leitura fácil, descomplexada, esclarecedora, mas bastante introspectiva, já que todos temos problemas (não vale a pena negar).
Uma leitura adequada ao verão;)
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