Em «O Suave e o Negro» Manuel Monteiro deixa-nos a braços com uma questão (pelo menos a mim deixou) - vale sempre a pena ter um amigo? qual o custo de uma amizade?
Se hoje em dia nada é de borla, isso significa que a amizade tem preço?
Qual?
Se uma amizade é como uma planta, com a qual temos de falar, dar mimo, regar... enfim, cuidar - pois quem ama cuida, e quem tem um amigo gosta dele - certo?
Errado!
A educação e a sensibilidade de cada um talvez nos queira ensinar que quem tem um amigo tem um tesouro. No entanto, a sociedade em geral e as vivências diárias afirmam-nos e levam-nos a acreditar no contrário. E o livro de estreia de Manuel Monteiro na Quidnovi prova-nos isso mesmo. Há amizades que têm preço e custam caro. São nefastas, minam a nossa auto-estima e... e o resto deixo para vocês lerem e compreenderem a amizade (esta, pelo menos!).
"Há censura no Prisma e eu senti-a na pele."
Política e pertença de grupo, o que dizer destas duas faces de uma mesma moeda e ainda lhe juntar: adolescência, crescimento e formação de carácter!? Se isso não bastar, juntemos também: diversidade, igualdade, opinião e censura... não podia faltar.
Politiquices epistemológicas à parte interessa-nos a Verdade, certo?
Talvez a nossa verdade, o nosso próprio prisma, as nossas conclusões com base nas nossas sensações, preocupações ou até necessidades. Ou não serão todas estas verdades parte de uma amizade?
"Genocidas intelectuais procurando eliminar até ao último resíduo qualquer ideia contrária à (nossa) Verdade."
É só uma parte, é certo, o que lemos em «O Suave e o Negro» e "a nossa visão parcial do mundo acentuava-se." É assim como estar apaixonado e ser-se sempre infeliz... "Não consigo pensar em mais nada." Cabe-nos a nós escolher o Suave ou o Negro.
"A criminalidade é regenerável. A desonestidade não."
"A longo prazo, nunca ninguém é atormentado pelo Bem que fez."
Deixo um pensamento (achado algures em tempos mortos, mas livres, em que procuro sem saber pelo quê) e que achei adequado às amizades vazias!
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