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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Opinião :: "O Lobo de Wall Street"

"O Lobo de Wall Street" é um cocktail explosivo de poder, dinheiro, drogas e loucura, embrulhados na lábia e vozinha interior de Jordan Belfort que é capaz de levar qualquer pessoa ao abismo ou a cooperar com ele sem sequer questionar.
Ler esta autobiografia é embarcar numa viagem cheia de peripécias na vida dos ricos e disfuncionais.

» Excerto «

Sempre ouvi dizer "desce o nível, sobe o interesse" e em "O Lobo de Wall Street", embora o estatuto de Jordan Belfort seja o de alto corretor da bolsa, este cava um buraco bem fundo na década que vive sedento de drogas, poder e dinheiro. Conhecemos um Jordan simples e humilde que é corrompido no seu primeiro dia de trabalho em Wall Street, no preciso momento em que o barulho da sala de corretagem lhe entra no sistema. Quase como num gráfico animado, vemos duas linhas que se distanciam ao longo dos tempo, a subida da sua estrondosa capacidade de fazer dinheiro através dos mais variados esquemas financeiros e uma decadente queda humana inebriada por corrupção, prostitutas e droga, muita droga, dos mais variadíssimos nomes.
Ao longo das 517 páginas passamos por várias estados da sua parónia, conhecemos (mesmo que com outros nomes) pessoas que o influenciavam para o bem e para o mal e vemos como tudo acaba e vem dar aos dias de hoje.
A opinião sobre o personagem, pelo menos a minha, sofreu severas mutações ao longo do livro e confesso que o considerei repugnante, nojento, pacóvio, idiota, extremamente cómico, leal (ok, talvez não como marido), deveras cativante mas no fim de tudo, terminei o livro com pena de Jordan, porque além daquela lábia toda, da fascinante capacidade argumentativa, da facilidade que tem para falar em público e mover massas (algo SIMPLESMENTE INCRÍVEL),os anos que passou completamente pedrado foram um desperdício de tempo e de talento.

"O Lobo de Wall Street" é realmente uma auto-biografia que se lê como um romance. Se Hemingway disse "Escreva bêbedo, edite sóbrio", Jordan Belfort fez exactamente o contrário, brindando-nos com uma história dos anos mais loucos e decadentes da sua vida. O relato de Jordan é mesmo o espelho do estilo de vida dos ricos e disfuncionais, como a certo ponto lhe chama. Através do seu ponto de vista, temos acesso à reconstituição da loucura que foi a ascensão de Jordan e a aparatosa queda a nível pessoal, profissional e mental.
Garanto-vos que lá para meio se esquecem de que o que estamos a ler algo que aconteceu mesmo e entramos na onda da loucura de Jordan e até somos capazes de nos rir, mesmo nos momentos mais absurdos. Afinal, o homem chega a lançar borda fora do seu iate de milhões um helicóptero que mal utilizava.
:)

Para terminar em beleza, este fim de semana vou ver a adaptação da dupla Scorsese/DiCrapio. Se o próprio Jordan Belfort teceu comentários favoráveis sobre a prestação de Leonardo logo após este ter ganho o Globo de Ouro para Melhor Actor, então é porque é uma boa aposta.

Hoje ficámos a conhecer as nomeações para os Oscars e embora se conheça a malfadada sorte de ser apontado mas nunca levar para casa a estatueta, Leonardo DiCrapio está nomeado para Melhor Actor, Martin Scorsese para Melhor Realizador e "O Lobo de Wall Street" para Melhor Filme e outras duas categorias, perfazendo um total de 5 nomeações.
Quantas estatuetas acham que "O Lobo de Wall Street" levará para casa tendo em conta a concorrência?
Fiquem com o trailer.


Uma leitura com o apoio 
Leiam mais sobre o livro, aqui, no site da editora.

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