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sexta-feira, 6 de junho de 2014

"Paixão sem Limites" :: Opinião

Quando a paixão nasce contra vontade e nas situações mais inesperadas, o que podemos fazer para não sucumbir aos desejos do corpo e do coração?
"Paixão sem limites" abre a série de Abbi Glines e a história vibrante de Blaire e Rush.


Conhecemos Blaire completamente devastada mas ainda com força suficiente para apanhar os pedaços da sua vida, do pouco que lhe resta.
A sua adolescência ficou em suspenso quando três anos antes a mãe adoeceu. Desde os 16 anos a tratar da mãe, Blaire foi perdendo os amigos, o namorado, a disponibilidade para ir à escola e por fim, acabou por perder o único elemento da sua família, pelo menos, a única pessoa que interessava.
Sem casa, com pouco dinheiro no bolso, apenas com algumas roupas e a carrinha velha que herdou da mãe, Blaire parte do Alabama rumo à Florida onde o seu único parente, o pai, vive à grande com a sua nova família.

Blaire tem a balança da personalidade bem equilibrada entre a inocência e a auto-preservação mas acima de tudo, não é parva e desde o primeiro momento que chega à Mansão na Praia de Rosemary percebe que não é bem vinda. 
O pai não se encontra, nem está para chegar o que demonstra total desinteresse pela sua pessoa. Viajou com a mulher para fora e como não está presente neste momento, também não o esteve durante a doença e falecimento da mãe de Blaire (apeteceu-me colocá-lo no alvo dos dardos mal começou o livro por tal falta de carácter)
Mas a nova família do pai, em que este é o elemento mais fraco e menos interessante, tem pessoas que vão ocupar a cabeça e a vida de Blaire mal estaciona a carrinha na entrada do que pode vir a ser a sua nova casa nos próximos tempos.
A "madrasta" de Blaire colecciona maridos como outras mulheres coleccionam sapatos e nas primeiras folhas ficamos logo a conhecer três dos seus filhos, cada um terá um peso e impacto diferente neste novo capítulo da vida da nossa heroína.
Se por um lado temos Grant, simpático, prestável e divertido do outro temos Rush, dono e senhor daquela casa, arrogante com razão já que tudo parece orbitar à sua volta, os irmãos, as mulheres, os amigos, o dinheiro e a fama de ser filho de um baterista famoso.
Ah também temos a irmã destes destes, a Nannette, que começamos a detestar no primeiro momento em que a conhecemos.

Apesar de não ser propriamente bem recebida quando chega à Florida, Rush acaba por a deixar ficar no quarto da empregada, qual caso de solidariedade, enquanto não têm notícias do pai de Blair e esta não tem possibilidades de se subsistir.
Habituada a ser auto suficiente, Blair safa-se bem profissionalmente encontrando trabalho no country club da zona onde a sua aparência e simpatia são os elementos decisivos para o sucesso. Mas o que não esperava durante a sua estadia temporária era ser abalroada pelo tornado que é Rush, as suas incontáveis festas e o seu voraz apetite sexual que todos os dias traz uma nova companhia à sua cama.
O que inicialmente a repugnava acaba por ser a faísca para largar o fogo ao controlo que tinha da sua vida, do seu corpo e da sua mente. A atracção é mútua e está patente dos olhares, nos ciúmes, nas palavras e até na falta de reacção que por vezes os assalta.

Embora inicialmente a faceta de bad boy seja o que dá graça à personagem de Rush, vemos gradualmente um lado desconhecido e terno ficar a descoberto à medida que a história desenvolve e por mais que ele tente lutar contra o desejo de se envolver com Blaire (e não, ela não é irmã, nem meia-irmã!) sabemos que uma vez sozinhos não vão resistir.
Assim como Blaire, que é inocente mas não parva, vê em Rush a personificação do desejo que a consome e que esteve adormecido nos anos que se anulou para cuidar da mãe.
E o que rapidamente começa com um beijo roubado, depressa evolui para algo que nenhum dos dois consegue ou quer controlar. 

Quando as barreiras foram todas derrubadas é que os segredos começam a vir à superfície.
O que mais pode acontecer a alguém que, depois de perder tudo, começa gradualmente a erguer-se das cinzas?
Qual é o segredo que toda a gente parece conhecer e que pode matar um relacionamento que ainda agora começou e destruir por completo a vida de Blaire e Rush?

Com capítulos finais que nos fazem querer comer as folhas de tão desesperantes que são, "Paixão sem Limites" deixa-nos à beira da falésia, angustiados e sem saber por quem sentir compaixão ou ódio.
Sem dúvida um livro muito bem classificado de new adult (erotic) romance, as cenas são quentes e fazem as delícias dos amantes do género, assim como de toda a gente que sempre gostou do tipo músico bad boy e tatuado (guilty!).

A história contada por Abbi Glines faz-nos sorrir e criar empatia com uns personagens enquanto começamos a detestar outras. Mas uma coisa é verdade, gostemos ou não, é impossível ficar indiferente, especialmente porque quando finalmente Blaire está a refazer a sua vida é-lhe retirado o tapete debaixo dos pés em segundos e a sua vida colapsa por completo.

PS: Ah e eu terminei a leitura com vontade de dar dois calduços nas personagens principais pela inconsciência de um acto em que se deu mais ouvidos à tesão que à razão!

Assim como aconteceu com o primeiro volume, também se procura a modelo para ser capa do segundo livro. Quem vai tentar a sua sorte?

Uma leitura com o apoio 
http://www.saidadeemergencia.com/produto/frutos-proibidos/

PS 2: Curiosamente, ao googlar "paixão sem limites" encontrei referência a um filme do mesmo nome, adaptação da obra de Frederico Moccia "Três metros acima do céu". Acho que já tenho sessão para logo à noite!

2 comentários:

  1. Esse filme tem continuação com o filme "Tengo Ganas de Ti": http://www.imdb.com/title/tt1797504/

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  2. Obrigado Mónica
    eu sei, vi os dois seguidos ontem :)

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