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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Opinião - "A Revelação" de Lissa Price

Que estabilidade pode ter Callie e o irmão depois do desmantelamento da Destinos Primordiais? 
Qual será o seu destino se a ligação ao seu chip cair nas mãos erradas? 
Será que alguma vez Callie terá aquilo a que chama “uma vida normal”? 


Terminei a leitura de Destinos Interrompidos muito interessada em ler a continuação, especialmente devido às últimas linhas do primeiro livro. Gosto de reviravoltas que nos fazem arrepiar, e tendo em conta que aqui temos pessoas que através de uma ligação remota, ocupam o corpo de outra pessoa, o conceito de arrepiante e “creepy” tem um novo patamar. 

A segurança recém adquirida por Callie é uma ilusão, especialmente devido à volubilidade do chip que tem na cabeça, que pode explodir a comando, e no que toca à facilidade com que é atormentada com a voz de pessoas na sua mente, especialmente a do “Velho”. À medida que fui avançado na história de Callie, pós desmantelamento da Destinos Primordiais, havia uma música que não saia da minha cabeça. “Are you mine” dos Arctic Monkeys 

“I’m a puppet on a string” 

É assim que eu vejo Callie durante uma grande parte do livro, ao perceber que enquanto tiver aquele chip é um peão, uma marioneta para quem conseguir entrar na cabeça dela e controlar os seus movimentos enquanto ela nada consegue fazer se não sucumbir às vontades e planos de pessoas maldosas.
Quem a vai fazer movimentar-se contra vontade? 
Quem tem o poder para a fazer disparar sobre inimigos ou até sobre amigos ou família?
Quem é a mão que segura o fio de Callie e das outras marionetas? 

Um extra, lembrei-me desta cena no filme Gamer

I got you under my skin :)

Pior que a impotência perante a sua condição de Metal (nome dado a todos os que contém o chip) é a impossibilidade de saber em quem confiar, quando até lhe dizem para duvidar de si próprios. A entrada de um novo personagem é uma surpresa mas este é um elemento que nos faz coçar o nariz desde o primeiro segundo, que nos faz desconfiar de toda a gente, até dos que são mais próximos e mais antigos no mundo de Callie.
Pior é quando, a meio daquela fase crucial da história em que todos os segredos nos estão a ser revelados, ao ponto de ser tanta informação que temos de reler 3 vezes as mesmas páginas, estamos constantemente a ser interrompidos pelo meio que estamos inseridos (telefone que toca, pessoas que conversam alto nos transportes). Imaginem querer ler o final e simplesmente não conseguir avançar. Só faltava me esconder na casa de banho para terminar a leitura.

Surpreendeu-me o final, por salvar quem merecia ser salvo, por fazer regressar que tanta falta fazia e por ter provado que haverá sempre pessoas capazes de toda a maldade do mundo mas que existirá sempre alguém capaz de lhes fazer frente e que para chegar ao nosso objectivo acabamos por cometer actos que prejudicam as outras pessoas.

Terá o mundo salvação enquanto existirem pessoas a serem tratadas como mercadorias em prol da riqueza de outros? 
Haverá algum dia solução para a ganância das pessoas?

 No mundo de Callie há sempre quem estivesse a maquinar uma solução, um mundo melhor nos bastidores mas será que é o suficiente para a vida normal que ela deseja ter desde o principio da história.
Em último caso que ela ajude a restaurar a segurança para os que ama.

A história criada por Lissa Price foi uma boa surpresa. Tirando dois ou três pontos que não me cativaram tanto mas não são o suficiente para influenciar a minha opinião de modo negativo. Por vezes tenho de me lembrar que o fantástico não é o meu género preferido, logo, haverá sempre pontos em que simplesmente encolho os ombros e sigo a minha vida.

Para quem não leu, fica a opinião ao primeiro livro
Boas leituras!

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