Páginas

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Opinião "Tudo, Tudo...e Nós"


Comecei a ler este livro numa esplanada lisboeta num dia quente de setembro. Do incomodo com o barulho de terceiros e excesso de calor passei, graças à leitura, para um estado de contemplação abençoado da dança de sombras das folhas das árvore nas paginas impressas do meu livro. Uma historia sobre uma rapariga de 18 anos incapaz de sair para o mundo exterior, habitante de uma cápsula descontaminada a que chama casa, limitada a uma vida que a doença rara que tem a prende.
Meia dúzia de páginas e eu estava perdida na contemplação que Maddeline não poderia fazer pessoalmente mas que nós continuamente tomamos por garantida ou ignoramos.

Madeleine não conheceu outro modo de vida. O exterior representa o fim e os seus livros, juntamente com a rotina de temperatura, medições e convívio com a mãe e a enfermeira, são a única realidade que conhece. Determinada em viver pacificamente a sua vida, longe de confusões, preocupações ou desejos, Madeleine não almeja por mais do que sabe que pode ter.

Mas tudo muda no momento em que Olly aparece. O vizinho enigmático da casa da frente, o anjo vestido de negro, que se mexe com uma graciosidade que parece ser de outro mundo para a "quebrável" Madeline.
E a pensam que sabem o que vai acontecer enganam-se.
Esta história é mais que um rapaz conhece rapariga. E um "rapariga conhece uma série de verbos de ação que desconhecia até então", "rapariga conhece o mundo com um mergulho num olhar", "rapariga tem experiência sensorial inigualável com o toque quente do rapaz que lhe rouba o rumo sem destino da sua vida". Oh esta história tem muito mais que um rapaz e uma rapariga. Tem duas famílias, tem uma doença (infelizmente até mais do que uma), um desafio, um segredo, inúmeros spoilers e uma nova definição de amor.


Serei a única que tem uma vozinha na cabeça que lhe vai dizendo coisas coisas a meio da leitura? Coisas como: "Elsa isto vai acontecer assim", "tu prepara-te que isto vai doer" ou "oh raio, não chores, tás no comboio!".
Desta vez a voz na cabeça (um possível sinal da minha loucura) estava certíssima mas lá para meio da leitura embrenhei-me de tal maneira que a história passou-me uma rasteira e fui a deslizar até um final que é....tudo, tudo :)

Levo sorrisos, uma dor específica mascarada de pena que Maddy não me deixaria mostrar e uma recente vontade de parar mais e olhar à volta para absorver o mundo tal como ele é.

Espero que o filme chegue rápido. Vou ficar sentadinha à espera :)
Até lá...não vamos desperdiçar os nossos dias.

"Tudo, tudo...e nós" é uma aposta
Para mais informações visitem o site Editorial Presença

2 comentários: