A premissa lançada por este livro não deixa de ser curiosa e até um tanto ridícula quando nos deparamos com a tentativa ditatorial da Rainha e o seu esforço (inglório!) para gerir a ausência masculina deste prédio..
Intransigente e altiva, a antiga bailarina desistiu inteiramente dos homens e a idade também já não perdoa. No entanto, as suas companheiras serão cada vez mais confrontadas com a vontade de voltar a ter um relacionamento e tudo o que vem com esse pacote.
"- «Cada um no seu canto» - continua Simone.
- Fechada num prédio? A Casa Não-sei-quê?
(...)
- Mantidas reféns por uma «rainha» chanfrada.
- Nós somos livres. Inquilinas voluntárias. (...)
- Uma colmeia sem machos! Eu cá borrifava-me logo de insecticida!
(...)
- Vou contar-te a história do prédio dos homens que desistiram das mulheres.
- Isso, meu caro, é ficção científica. Não acredito numa vírgula sequer."
Cheia de vírgulas e reticências é a ironia das circunstâncias que rodeiam cada uma das mulheres que habitam este prédio, aliás, a forma como o livro está escrito, é essencialmente um relato do que se passou na vida de cada uma, até chegaram ali, ao ponto de desistirem dos homens, logo do romance, do amor, das paixões, do engate... entre tantas outras coisas. Ainda assim, os homens pautam as conversas e são omnipresentes nestas mentes, eu diria, meio perturbadas. Mas também, quem é que não é um bocadinho perturbado!?
Não são só as saudades do romance que coloca estas mulheres na direcção de um futuro relacionamento. A chegada de uma nova inquilina, Juliette, provoca um reboliço reivindicativo, mas bastante saudável.
«O prédio das mulheres que desistiram dos homens» pode ser também um roteiro para filmes a ver nas tardes de domingo, rodeadas de amigas, pipocas e conversas... sobre homens. Está claro!
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Um livro TOPSELLER.
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