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domingo, 8 de outubro de 2017

Opinião "Um mais Um - A Fórmula da Felicidade"



Faz dias que acabei a leitura de "Um mais Um" e ainda não consegui colocar por palavras o quanto me senti bem na companhia de Jess, Ed, Nicky, Tanzie e Norman (mesmo com a flatulência canina que eu sei ser terrível).
A sinopse deixou-me com aquela impressão de que estas personagens peculiares iriam causar impacto em mim e que depois de terminado o livro, uma parte deles ficariam comigo. A leitura confirmou exactamente isso, que esta mãe assoberbada, este riquinho umbiguista mas especial, esta filha com cérebro de ouro, este enteado/filho com problemas comuns mas pensamentos invulgares e o este gigante peludo iam todos encostar-se a mim, prensar-me com as suas crises e loucuras para depois me arrastarem por quilometros no banco de trás de um carro sobrelotado para uma aventura capaz de mudar uma vida ou arruina-la para sempre.


A empatia com Jess, para mim, foi imediata. A necessidade de contrabalançar vários trabalhos com a educação e sobrevivência da filha e enteado não é tarefa fácil mas Jess passou os últimos anos a fazer malabarismo desde que o (ex)marido precisou de um tempo para recuperar (não vou tecer comentários e impropérios sobre esta personagem) e nunca mais voltou. 
Incapaz de baixar os braços perante os miúdos, Jess faz das tripas coração para nunca quebrar, para apoiar os seus em tudo.
Por isso, quando surge a oportunidade de uma educação melhor para Tanzie, o crânio da matemática lá de casa, Jess não hesita em arriscar o pouco que tem para que a filha posso ter tudo o que merece.
E se é com a família que podemos sempre contar, é bom saber que um completo estranho, numa onda de favores em cadeia e consciência pesada, pode ser a ajuda que nos faltava para atingirmos os nossos objectivos ou abrirmos os olhos para uma nova realidade.

Nota: Pensamento da Jess, algures lá mais para a frente no livro:
"Um desgosto de amor era um luxo demasiado caro para uma mãe sozinha"


Ed Nicholls é a personagem a quem inicialmente tive vontade de dar uns calduços por ser tão burro mas que mais para o fim, já só me apetecia abraçar. Empresário na City, Ed vive no seu mundo onde casas, carros e dinheiro não são problema. Já as mulheres...ui, nisso Ed não tem muita sorte, ou como se diz, tem dedo podre.
Separado de uma e enganado por outra, Ed vê-se carregado de problemas e é durante o afastamento de Londres que a sua história se cruza com uma família capaz de lhe dizer das boas e ainda lhe dar uma grande lição de vida.
Ed cai de paraquedas na vida dos Thomas e sobrevive por pouco à viagem inesperada que se propõem fazer num estranho e inconsciente acto de bondade.



Pelas estradas secundárias da Escócia, onde não falta muito para eu andar, vivemos uma história que nos tem muito para ensinar, especialmente no que toca à compaixão e à complexidade da família, do amor e da adolescência. 

"Posso não encaixar perfeitamente na minha família como vocês encaixam na vossa, tal como uma pequena fila de tacos redondos colocados em buracos perfeitamente redondos. Na nossa família tivemos de aparar os nossos tacos e os nossos buracos porque todos eles perteciam a outro lugar e estão, por isso mesmo, meio encravados e tortos.
Mais aí é que está. Eu percebi uma coisa...

Afinal eu pertenço a algum lugar.
Sinto que afinal é a eles que pertenço"


Jojo Moyes apanhou-me com "Viver depois de ti" e tão rapidamente não me larga. Que venha o próximo livro da autora e que nos traga personagens tão humanas e credíveis como estas. Até o cromo do ex marido!



"Um mais Um" é uma aposta

2 comentários:

  1. ainda hoje lia sobre o umbiguismo da criançada desta era
    acho que vou querer ler este livro

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  2. Aqui o umbiguismo é adulto :) mas é uma leitura interessante.

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