«O TIO»
Uma mulher de nome Ernestina Adelaide, com um filho vegan convicto, recebe uma carta, um mail à mão, de um tio, ex-pide imigrado numa Bruxelas descaracterizada e entregue aos terroristas; que quer agora retornar à pátria, alegando que a casa da Tininha era o melhor local.
"A inesperada carta do tio Xavier era um estorvo."
Estando ela a dois passos da Mesquita do Laranjeiro, seria isso um bom motivo para lhe negar abrigo?
"Há mais árabes no Laranjeiro do que na Palestina inteira. O Laranjeiro é o grande império dos talhos halal e da chamuça picante. Sempre que há um atentado atentado terrorista algures pelo mundo, passa-me pela cabeça que deve ter sido parcialmente ideado na cave esquerda no n.º 12 ..."
Entre muçulmanos, bairros sociais, tráfico de droga e rendimentos mínimos, a narradora revolve algumas memórias, com o tio e o pai à mistura; e a forma como ganhou a sua independência e se tornou escritora, ou seja, "Acabei (...), quero dizer, desempregada de longa duração. (...) As pessoas têm a ideia de que um escritor é alguém muito especial (...) mas eu não passo de carne ossuda, popular e profana."
A crença no futuro não era muita e a vinda do tio Xavier era mais uma incógnita.
*
Inéditos Expresso
Gostei muito desta colecção do Expresso, e este foi dos meus contos favoritos! Hei de publicar review em breve.
ResponderEliminarBárbara, lê, se é que ainda não leste os livros da Isabel
ResponderEliminarBrutais!
Acreditas que todo este tempo depois, ainda não li mais nada dela? Enorme falha!
ResponderEliminar