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quinta-feira, 15 de março de 2018

Opinião "A Amiga" de Dorothy Koomson

"No melhor pano cai a nódoa", sempre disse a minha mãe, leitora assídua dos Livros de Dorothy Koomson.

Uma escola de renome, quatro vidas aparentemente perfeitas, uma amizade com uma camada de verniz prestes a estalar e uma mulher brutalmente agredida que guarda no seu coma o nome do seu agressor.
Quem é "A amiga"? Ou melhor, quando é o que o deixou de ser?


Desde miúda que tenho este pensamento, vá chamemos-lhe uma conclusão que tirei de anos de amizades cheias de altos e baixos. Ao contrário do que se passa com os amigos do sexo masculino, as relações entre mulheres são voláteis, em alguns casos deviam trazer um sinal foto luminescente de produtos químicos/ instáveis, tal é o perigo de explosão.

Para Hazel, Maxie, Anaya e Yvonne tudo começou bem. Miúdos na mesma escola, disponibilidade para conviver, interesse por actividades em conjunto, seguido de encontros nas costas umas das outras, máscaras falsas a caírem e segredos que alguém demasiado ávido por podres alheios decide desenterrar.
Aos olhos da recém chegada Cece, cada uma destas interessantes e genuínas mulheres pode ter sido a causa do estado entre a vida e a morte em que encontra Yvonne.
Mas o que se passou na noite do ataque? 
Quando é que o aparente mar de tranquilidade da amizade que partilhavam se tornou um campo minado?

Desenrolado o novelo de lã que alberga o presente e a história de cada uma destas mulheres, seguimos numa montanha russa de desconfiança e compreensão, cientes que podiam ser os nossos esqueletos a ficaram expostos no armário onde os arrumamos no passado.
Até quem diz que padece de uma vida monótona tem segredos e pequenos detalhes que prefere manter escondidos. 
Pergunta é, seriam capazes de matar por isso?


Fiquei deveras satisfeita por ter pegado nesta Amiga. Tive um primeiro feeling Big Little Lies, pela picardia entre algumas personagens, pelo segredo partilhado mas o que me conquistou neste livro foi a capacidade de criar um background credível para todas as personagens, inicialmente fazendo-nos questionar sobre o que fizeram para depois terminarmos com vontade de lhes dar um abraço.
Além dos detalhes passados que vamos descobrindo, é igualmente o tempo presente, os dramas individuais e as cenas de cada relação mais ou menos perfeita, que completa o quadro e nos vai enrolando até ao fim, até sabermos a verdade.
Há uma altura que já desconfiamos de toda a gente, bem, todos menos dos miúdos  😉
E é por isso que este livro está tão bem escrito. Começamos a olhar desconfiadas para todos os intervenientes da história e achamos que todos têm motivação mais que necessária para colocar um ponto final ao comboio descarrilado que é Yvonne.

Não sei se este livro segue a linha de histórias publicadas pela autora mas posso dizer que quero ler mais.
Que venha o próximo. Acho que vou ter de olhar para a estante da mãe e ver os anteriores, aqueles que ela já devorou.
Qual é que devo ler de seguida?

"A Amiga" é uma aposta

Opinião ao Livro Os Aromas do Amor e Entrevista realizada em 2014

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