Páginas

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

"Um piano para cavalos altos", de Sandro William Junqueira - Opinião

"Um piano para cavalos altos", uma composição musical, num compasso descompassado, como o coração daqueles que amam, detestam e se revoltam!
Um calendiário (pág. 113) em jeito de diário de uma tragédia ajeitada, secretamente anunciada, anotada com xizes vermelhos, num calendário de horas e dias, em bizarras sucessões!

Da sonata de Inverno até ao concerto de Verão, Sandro William Junqueira traça uma possível distopia, que não é nada mais nada menos do que um olhar duro à realidade e um "apanhado" à História recente. O que nos leva a muitas questões sobre poder, medo, povo, felicidade, política, amor, mas ao ler a opinião da Renata (Roda dos Livros), a pergunta que ela coloca é a mais pertinente: "será que é a violência dos regimes opressivos e autoritários que brutaliza as pessoas ou será que é a brutalidade dos seres humanos que gera as ditaduras?"
E os dados estão lançados para o cerne deste enredo de traços exacerbados e em tom alucinado, mas que olham o mundo de frente e de olhos bem abertos:

"A implosão das igrejas é outro passo certo dado em direcção a um estado social que não desperdiça. O reino da Igreja não é deste mundo. E, se ao mundo não pertence, nele não se deve edificar. Plantar raízes. A fé não nasce de um edifício nem se desenvolve nos volumes da arquitectura. (...) A casa de Deus só pode ser a cabeça, o coração, as mãos, os pulmões, os rins, os pénis, ânus e vaginas de quem acredita. Fora da carne, Deus perde compostura, ideias e emoção." (p. 30)

Tendo o enredo num tempo indeterminado e num lugar incomum, comandado por um governo totalitário, com mão de ferro e leis opressoras, o Ministro Calvo e o Director vêem a sua ordem abalada após um ataque a um militar. A ordem está em causa porque O Mensageiro havia previsto o acontecimento, referindo uma estranho conversa com Ele... fazendo assim tremer os alicerces religiosos já impostos.

Estranhamos o facto de nenhum personagem ter nome próprio, mas sim o nome da sua profissão ou de alguma característica física: a Ruiva, o Director, o Ministro, a Prostituta Anã... Tal escolha do autor, dá-nos a possibilidade de: ou lhe atribuímos um nome - ou pensamos em como aquela sociedade seria fria e estratificada, retirando a individualidade de um nome e a liberdade que isso lhes daria.

O sexo, as relações, o poder, o amor, o esforço, a dedicação, a guerra, a política... tudo por frases curtas e um enredo cru, duro... que a certo ponto pretende ser violento e até, talvez, chocante.
Depois, mistura-se e deixa-se perder em divagações que mais parecem infantis e oníricas, que sem entender muito bem ou até gostar, ligo à necessidade que o autor tem em separar as personagens em dois estratos daquela sociedade.

 É impessoal e frio, mas igualmente belo, cuidado, parecendo ter palavras escolhidas e pesadas milimetricamente para aquele contexto, depois noutros, deixa-nos à procura do seu sentido, do seu rumo.
É como se as palavras, as próprias palavras quisessem, só por si, dar-nos a sensação de violência, de perdição, de frustração e até de delírio que o próprio cenário e enquadramento têm... mas depois há a fome, a fome do amor, da entrega, da comunicação, do desejo... tudo confinado, amarrado, entalado, sufocado... nas regras, no rigor...

"Só quando o inferno nos toca com a asa inesperada é que abrimos os olhos." (pág.160)

Tudo nesta obra pode e deve ter reticências, até chegar ao fim e saber afirmar se gostámos ou não, ponto parágrafo, parece-me impossível. Preciso de reticências!
Talvez a sua leitura deva reticenciar-se, repetir-se, alongar-se... uma leitura para reler e reinterpretar!

*
(excerto completo)

“O motor: breve súmula dos mais importantes ditados do Ministro Calvo

O medo é motor indispensável à civilização.
Agente potente que, bem oleado, bem afinado, bem conduzido, permitirá o progresso económico. Não controlado, este movimentador de massas tornar-se-á adversário. Inimigo em vez de amigo. Uma bomba temível que fará a política resvalar para terrenos lodosos e encravar engrenagens. O Governo deve ter isto em atenção. E analisar com argúcia todos os seus componentes e peças: do pequeno receio ao grande terror; da cautela particular ao pânico geral. É necessário examiná-los, testá-los, pô-los em movimento, a todos. Lubrificar o medo. Realizar experiências. Trabalho de oficina. Para do medo retirarmos o máximo lucro. E o rápido avanço. Está mais que provado: o amor é inútil, só atrasa, não dá lucro. E é talvez o maior adversário da boa política.
Assim e, antes de qualquer tomada de decisão, este Governo deverá ter sempre presente, como auxiliar formal e pedagógico às suas ideias e leis, os números, as tabelas, enfim: os consumos do medo.
O que mais teme o povo?
Deverá ser a primeira questão.” (p. 204)


As influências musicais: Rachmaninoff e Erik Satie
Oiçam o autor em: Ler Mais, Ler Melhor 

Uma edição, clique e saiba mais sobre o livro



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Vida Roubada, vencedor do prémio Pulitzer de 2013 - Saída de Emergência

Saída de Emergência anuncia a publicação de Vida Roubada, vencedor do prémio Pulitzer de 2013.


Vida Roubada segue a vida de Pak Jun Do, um jovem no país com a ditadura mais sombria do mundo: a Coreia do Norte.

"Vida Roubada merece um lugar ao lado das distopias clássicas como Mil Novecentos e Oitenta e Quatro e Admirável Mundo Novo."
—Barbara Demick, The Guardian

SINOPSE
Jun Do é o filho atormentado de uma cantora misteriosa e de um pai dominante que gere um orfanato. É nesse orfanato que tem as suas primeiras experiências de poder, escolhendo os órfãos que comem primeiro e os que são enviados para trabalhos forçados. Reconhecido pela sua lealdade, Jun Do inicia a ascensão na hierarquia do Estado e envereda por uma estrada da qual não terá retorno.

Considerando-se “um cidadão humilde da maior nação do mundo”, Jun Do torna-se raptor profissional e terá de resistir à violência arbitrária dos seus líderes para poder sobreviver. Mas é então que, levado ao limite, ousa assumir o papel do maior rival do Querido Líder Kim Jon Il, numa tentativa de salvar a mulher que ama, a lendária atriz Sun Moon.

Em parte thriller, em parte história de amor, Vida Roubada é um retrato cruel de uma Coreia do Norte dominada pela fome, corrupção e violência. Mas onde, estranhamente, também encontramos beleza e amor.


Não deixe de LER uma entrevista com o autor, bem como as primeiras páginas, aqui.

Uma edição SAÍDA DE EMERGÊNCIA.

Porto Editora recebe a obra de José Saramago.

COMUNICADO FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO

José Saramago deixou-nos um legado extraordinário. A par de uma vastíssima obra literária de singular importância para a promoção universal da literatura portuguesa, José Saramago afirmou-se como um pensador com um quadro ético e moral inabalável, sempre preocupado em contribuir para uma sociedade cultural mais desenvolvida e socialmente mais justa.
Este legado exige uma dedicação permanente e um trabalho contínuo no sentido de o preservar, divulgar, levar ao conhecimento de cada vez mais pessoas. Enfim, de o perpetuar. Esta é a missão das herdeiras de José Saramago.
Hoje perspetiva-se o futuro. E esse futuro será construído com um novo parceiro editorial: a Porto Editora.
As herdeiras de José Saramago escolheram a Porto Editora para editar e distribuir a obra literária de José Saramago em Portugal e nos demais países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (à exceção do Brasil).
Ao mesmo tempo, a Fundação José Saramago e a Porto Editora vão definir estratégias conjuntas de divulgação da obra do escritor em todo o mundo, com especial atenção à comunidade lusófona. Para além do facto de a Porto Editora ser uma empresa totalmente portuguesa que se dedica ao livro desde a sua fundação, pesaram nesta escolha duas razões de particular significado afetivo: a de o Prémio Literário José Saramago, que desde 1999 distingue jovens escritores de língua portuguesa, ser promovido pela Fundação Círculo de Leitores (que integra o Grupo Porto Editora desde 2010); e o impulso que o Círculo de Leitores deu à carreira literária de José Saramago com a edição do livro Viagem a Portugal (1981), que veio a permitir que se dedicasse a tempo inteiro à escrita.
O futuro já está escrito, saibamos ter a ciência necessária para o ler.
A terminar, gostaríamos de expressar o nosso agradecimento a todas as editoras que nestes dias manifestaram o seu interesse em publicar os livros de José Saramago, demonstrando assim não apenas o valor da sua obra mas também o carinho e o respeito que o autor concita.
Fundação José Saramago
Pilar del Río
Violante Saramago Matos

E a Wishlist cresce com as novidades da Quetzal!




Uma escolha QUETZAL!
... na companhia dos livros...
Saiba mais aqui, no Blogue e no site da Editora

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A Culpa é das Estrelas :)

Chegou o trailer de A Culpa é das Estrelas! :D


Comecei a ler...

Numa curta viagem de comboio, fui do céu ao inferno, desenterrei corpos e vi o falconeiro tecer uma das mais simples e frias vinganças contra a infidelidade do seu cônjuge. 
Miguel Miranda é um mestre nos contos do bizarro e de humor (negro).
Isto tudo e ainda só vou no F :)

Sinopse

Não percam a oportunidade de conhecer o «Monstruário» de Miguel Miranda.

Mais informações no site 

Highlands aqui vou eu...

O meu plano para agrupar as tropas está a correr muito bem. Hoje adicionei à colecção o primeiro livro da Série Highlander de Karen Marie Moning

Highlander - Para Além das Brumas

Um achado, um magnífico achado em segunda-mão :) e a acompanhar, a versão em inglês de Bloodfever, da série FEVER que também já comecei a ler.

Para quem não está atrasada nas leituras, reforço que dia 7 de Fevereiro sai o mais recente livro da Saga Highlander, Highlander - Dentro do Sonho 

Mais informações no site da 
http://www.saidadeemergencia.com/editorial/highlander/

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

"O Deserto dos Tártaros" de Dino Buzzati

"O Deserto dos Tártaros" de Dino Buzzati é um relato da vida de Giovanni Drogo aquando do seu destacamento para a fortaleza Bastiani, na senda de uma carreira militar de destaque. A desconfiança inicial com o local, inóspito e desértico é substituída pela rotina militar e as suas responsabilidades. Cumprindo a angustiante tarefa de permanecer na fortaleza, esta é justificada pela ilusão de que acontecerá a batalha que transformará a sua vida e carreira.

A vacuidade da vida no rigor de uma farda, na esperança vã de um acontecimento improvável.

Talvez seja esta a melhor frase para resumir o deserto que é este "O Deserto dos Tártaros" de Dino Buzzati.
A espera em troco de glória. O inóspito terreno em troco de bravura. A angústia em troca do comodismo... pela espera sufocante de uma invasão tardia e ilusória... a resiliência imposta pela farda e as regras militares.

É assim que eu vejo este livro: um deserto, um tédio, um desconforto, uma revolta, uma vida gasta em tarefas rotineira, a ilusão do destino preso ao acaso, preso às decisões alheias...
Dino Buzzati tem uma escrita que é capaz de assumir esse cenário desértico. Os parágrafos estão estruturados para que o leitor experimente o tédio, a rotina, a goteira que pinga e incomoda, mas à qual nos habituamos... o ranger da madeira, que estala e ainda vive, mas vive aprisionada, apertada, confinada... ao corroer dos dias, das horas... tempos vagos e inúteis que compõem um dia, um ano, uma década... uma vida.

A braços com o destino, Drogo escolhe aquela vida, inquirindo-se muitas vezes sobre o seu verdadeiro papel, levando-nos a nós, leitores e espectadores desta vida de eterna espera, a pensar sobre a nossa própria vida e propósito, escolhas e impasses. Quem somos? Para onde vamos? Fizemos as escolhas certas? Era este o nosso caminho? E o destino, pertence-nos ou é fruto de inúmeros acontecimentos que não controlamos?

Antes de terminar "O deserto dos tártaros" ainda me tentei iludir e questionar: há guerra ou não!? Pelo menos da sangrenta, daquelas que mudam o curso da história dos homens e da História de todos nós. No entanto, a guerra é outra, é sempre a interior, faz sangrar na mesma e verter muitas lágrimas. O peso do destino e o peso da nossa mão naquela que é a nossa história, pode ou não mudar o curso de outras vidas? Seria isso que Giovanni Drogo quereria? E nós, que obra, que feitos queremos deixar ao mundo?

Sem dúvida que este é um livro sobre escolhas e o peso de cada uma delas, pois mesmo quando não escolhemos, escolhemos. Ditamos o nosso curso sob a influência dos demais e deixamo-nos guiar por eles. E por eles perderemos a nossa vida? E você, por quem perderia a sua?
As questões não são propriamente minhas, são sim, produzidas pelo tédio que Dino Buzzati causa em nós. Creio que a mestria do autor está nisso, escreve um livro que a gente lê e sente-se lá, naquele deserto, no lugar da sentinela, que espera, que mira, mas não enxerga nada! O autor pede-nos que olhemos nas costas de Drogo e vejamos a nossa própria história.


A minha curta opinião, ainda durante a leitura, num pequeno post no facebook:

Um livro que é um deserto, Bazzati é um deserto, a escrita é um deserto... Bazzati talvez tenha sido o escritor, que até hoje, me tenha conseguido meter mais dentro do cenário. Talvez tenha sido, igualmente, aquele que mais me fez sentir as ânsias e as angustias do personagem. Creio que a maior beleza do livro é essa de nos revelar na escrita o que nos revela no enredo - a dureza do passar do tempo, o fim da juventude, o peso das falsas esperanças... Só tenho a apontar uma única distância que tive do livro, a da temática militar, uma temática com a qual não sinto afinidade nenhuma, mas receio que sem isso, o peso da honra e da glória, a disciplina e o rigor já não seriam iguais. No entanto, ainda estou a digerir.

Uma edição CAVALO DE FERRO
Um livro requisitado na Rede de Bibliotecas Municipais de Vila Franca de Xira

«Tempo para falar» de Helen Lewis - Opinião

Haverá ainda "tempo para falar" de (mais) casos ocorridos durante a 2ª Grande Guerra?
É "tempo para falar" e reavivar o passado?
Onde reside a força para revelar tais memórias angustiantes e apavorantes?

Em "Tempo para falar", Helen Lewis revela a sua história de sobrevivência, naquele que foi um dos episódios mais negros e marcantes da História, do passado recente da Europa e do Mundo, o extermínio de judeus e os campos de concentração pelos quais muitos deles passaram, inclusive a própria autora e de como a dança lhe salvou a vida.

Neste relato, talvez em jeito de despedida, Helen Lewis traça um mapa de medos, angustias, horrores e detalhes sórdidos dos tempos em que viveu na penumbra e no esquecimento que foram os guetos, os campos de trabalho forçado e ainda Auschwitz/Birkenau, como corredor da morte. Ainda assim, e no meio de tantos acontecimentos tristes e humilhantes, Helen foi tendo, por várias vezes rasgos de sorte, fosse por ter acesso a pessoas conhecidas, ou por ser reconhecida... enfim, um sucessivo de felizes acasos e sorte que nos leva a crer que são os responsáveis por ter conseguido sobreviver, para além, é claro, da sua enorme força de vontade, para lutar e persistir, onde tudo parecia ... morrer.

«É a história de um sofrimento quase inacreditável, mas contada de uma maneira que quase infunde alegria no leitor… notável pela sua simplicidade e lucidez elegíacas, pelo ímpeto irresistível, pela integridade insuperável e pela impressionante ausência de auto-comiseração e rancor.» Independent

Tenho de salientar estar parte da opinião divulgada pelo Independent e que figura na contra capa do livro. Não concordo que quase infunde alegria, infunda talvez alguma inverosimilhança exactamente por ser um relato tão cru e tão simples e sem revelar qualquer rancor. Será possível? Será que, com tanta falta de dignidade a que foram expostas estas pessoas, que até a vontade de vingança e de revolta se extinga nelas? Será essa a justificação para que os prisioneiros, mesmo sendo em número muito maior não tenham tentado revoltas? Já que disso pouco ou nada se fala e neste livro menos ainda.

Já o The Guardian diz: "O que distingue este livro de todos os relatos em primeira mão do Holocausto é a capacidade evidenciada por Lewis para descobrir traços de humanidade, onde, com toda a justiça, não tinha razões para os ver..."É mesmo assim? Ou o relato só assume estes contornes passados tantos anos e depois de uma vida refeita!?

Não quero de forma alguma desvalorizar, mas nesta e em outras histórias fico sempre com a sensação de que os relatos são intermédios, ou os há só para chocar ou os há muito amenos, e não consigo encontrar palavra melhor, precisava de ler um livro onde as emoções se fizessem sentir por relatos transparentes, sentidos... sem meias palavras, ou arestas limadas.

Um aspecto, a meu ver, muito curioso neste livro é que desde o início até fim, persiste a necessidade da autora colocar questões no meio do seu discurso, da sua narração, como se até à data (a da escrita do livro - 1992) a própria Helen ainda tivesse dúvidas sobre que respostas dar aquelas questões.

"Em 1941. os vitupérios anti-semitas diários nos jornais e na rádio já tinham preparado terreno para uma nova lei antijudaica ao pé da qual todas as anteriores pareciam brincadeiras de crianças: a introdução da estrela amarela (...) A consciência de que estávamos marcados incutia-nos sentimentos confusos e contraditórios. A estrela era um sinal de distinção ou de humilhação, ou isso dependida de quem a usava? (...) Sair à rua sem a estrela seria um gesto de desafio ou de cobardia?" (pág. 37)
Questões pertinentes para as quais buscou sempre resposta? É o que parece pela leitura do seu livro.

Em "Tempo para falar" talvez se faça mais tempo para reflectir, para questionar e para perceber. Perceber nem que seja o lugar da dança numa vida em tempo de guerra!

"(...) onde antes reinava o caos, agora havia uma dança." 


Ballet- Coppelia: Waltz - para terem uma ideia da dança referida no livro
Para lerem mais sobre Helen Lewis:
The Telegraph - obituário

Uma leitura com apoio da PLANETA, veja mais sobre o livro aqui, na página da Editora. 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Dia Internacional das Vítimas do Holocausto

Para assinalar o dia 27 de Janeiro, data que marca a libertação de todos os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 1945, sugerimos livros que merecem ser lidos e jamais esquecidos.
 
Uma sugestão com a marca Editorial Planeta
A BIBLIOTECÁRIA DE AUSCHWITZ, de Antonio G. Iturbe
     e
TEMPO PARA FALAR, de Helen Lewis

 » Excerto «
Vejam a nossa opinião AQUI

Sinopse 
Vejam a nossa opinião AQUI 

Comecei a ler...

A loucura que é o Quarto 2 no Hotelle de Emma Mars.
Se o 1º livro era provocador, este está a revelar-se capaz de uma série de reviravoltas que deixam, até a mais impassível das leitoras chocadas.
E esta manhã no comboio, já choquei a vizinha do lado :| Uphs!

» Excerto « 
Uma história de amor ardente e irresistível, plena de erotismo, mistério, segredos e mentiras. 

Para quem ainda não teve oportunidade de conhecer o Quarto 1, fica aqui a nossa opinião.

Uma leitura com o apoio

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Highlander de Karen Marie Moning :: Oh que bela Novidade!

Wow que capa!
Quem me conhece (pessoal e virtualmente) sabe que ando à caça de ter os Highlanders todos para mim. Falo dos livros....claro! :)
Não podia deixar passar o lançamento de Highlander - Dentro do Sonho que já se encontra em pré-venda no site da Saída de Emergência e tem como data de lançamento o dia 7 de Fevereiro.

Sinopse
Mergulhe no último livro da Saga Highlander e descubra dois amantes amaldiçoados pelo destino.

Este é um conto das Highlands, de amantes amaldiçoados pelo destino e pela intemporal manipulação do rei Unseelie. Escrito durante a série Highlander e pressagiando a série Fever, trata-se de Moning no seu mais fino e divertido romantismo.

LIBERTA-O DO SEU INFERNO GELADO...

Roubado do seu lar nas Terras Altas da Escócia, aprisionado no tenebroso e gélido reino do rei Unseelie, Aedan suportou séculos de tortura antes de se tornar pura Vingança, o despachante de morte e destruição do rei das trevas no reino dos mortais.

E NO SEU SÉCULO PODERÁS HABITAR...

A aspirante a romancista, Jane Sillee, sempre acreditou ter nascido no século errado, mas tem conseguido levar uma vida mais ou menos decente — se ao menos conseguisse deixar de ter esses sonhos recorrentes com um homem demasiado perfeito para existir...

EM SONHOS AMASTE-O...

Assombrada cada noite da sua vida por um devastadoramente provocante Highlander que vem até ela enquanto dorme, Jane tenta tirá-lo da cabeça e do coração escrevendo. Em criança ele costumava protegê-la, em mulher ele ama-a.

ACORDADA, TERÁS DE SALVÁ-LO...

Quando uma antiga tapeçaria com a imagem do seu amado Highlander lhe aparece à porta, Jane é subitamente raptada para trás no tempo até à Escócia do século XV, para um castelo na ilha de Skye, onde lhe é dada uma oportunidade de salvar o amante dos seus sonhos... ou para sempre o perder. Presa num jogo de morte entre as cortes de luz e de trevas dos Fae, Jane tem de encontrar um modo de perfurar o gelo até ao coração do seu Highlander. Mas será o amor de uma mulher mortal suficiente para derrotar tão vetustos e implacáveis imortais inimigos? 
Fiquem a conhecer o mais recente livro da Saga Highlander e os restantes no site
http://www.saidadeemergencia.com/editorial/highlander/
Aqui a ElsaR tem uma Missão para 2014
Ler os Highlanders na ordem correcta 
 Parece-vos um bom plano?
:)
Faltam-me alguns mas tenho 11 meses pela frente.

Novidades Presença - A Wishlist Cresce

Já tínhamos falado de um Cretino Irresistível e eu sei que mal posso esperar para o conhecer mas entretanto as próximas novidades da Editorial Presença/Marcador estão a sair do forno e não podíamos deixar passar ao lado a oportunidade de vos chamar a atenção para estes dois magníficos livros.

» Excerto «

Sinopse
Março de 1912. A jovem poetisa Elspeth Dunn nunca saiu da remota ilha escocesa de Skye, onde vive, e é com grande surpresa que recebe a primeira carta de um admirador do outro lado do Atlântico. É o início de uma intensa troca de correspondência que culminará num grande amor. Subitamente, a Europa vê-se envolvida numa Guerra Mundial, e o curso normal das vidas é abruptamente interrompido.
Junho de 1940. O Velho Continente vive mais uma vez o tormento de um conflito mundial e uma nova troca epistolar incendeia os corações de dois amantes, desta vez o de Margareth, filha de Elspeth, e o do jovem piloto da Royal Air Force por quem se apaixonou. Cheio de glamour e de pormenores de época, este romance faz a ponte entre as vidas de duas gerações - os seus sonhos, as suas paixões e esperanças -, e é um testemunho do poder do amor sobre as maiores adversidades.

Nove Mil Dias e Uma Só Noite: afastados pelo oceano, separados pelo destino, unidos pelo amor
Promoção em vigor
Na compra deste livro, leve A Delicadeza por apenas 2,99€
 
» Excerto «

Sinopse
Sinopse: Passaram seis anos desde que Jake Fisher assistiu ao casamento de Natalie, o amor da sua vida, com Todd Sanderson. Seis anos durante os quais cumpriu a promessa que lhe fizera de não voltar a procurá-la ou a contactá-la. Mas quando, por mero acaso, Jake se depara com o obituário de Todd, não consegue impedir-se de ir ao seu funeral. Só que... a viúva que vê não é Natalie. Quem quer que seja, a mulher no funeral esteve casada quase vinte anos com Todd e tem dois filhos adolescentes. Jake começa então uma busca pela verdade, pelo seu passado, por Natalie... E rapidamente se torna óbvio que andam mais pessoas a tentar encontrá-la...

Uma vida construída sobre mentiras. Uma verdade capaz de matar. Seis Anos Depois é um bestseller do The New York Times de Harlan Coben, autor que conta já com mais de 50 milhões de exemplares vendidos. 

Promoção em vigor
Mais informação sobre "Nove Mil Dias e Uma Noite", "Seis Anos Depois" e as restantes novidades no Site
http://www.presenca.pt

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PASSATEMPO - "A Rapariga Que Roubava Livros" - Editorial Presença

A propósito da estreia do filme "A Rapariga Que Roubava Livros", chega também a oportunidade de sortear este livro. 

E vocês, leitores e fãs do Efeito dos Livros têm a hipótese de se habilitar a um exemplar.

Vejam a nossa opinião AQUI
Leiam mais sobre o livro, aqui, no site da editora.
Ou vejam o trailer do filme, aqui.

Um passatempo com o apoio:
*
O passatempo decorre até 31/01/2014
*
Para se habilitar ao passatempo, preencha o formulário abaixo e siga as regras dos nossos passatempos:

ATENÇÃO - REGRAS:
- O preenchimento do formulário é obrigatório para se habilitar ao passatempo.
- Podem participar todos os dias - uma vez por dia, aumentando assim as vossas possibilidades de ganharem.
- Só serão aceites participações de fãs e/ou seguidores
- Só aceitamos participações de residentes em Portugal.
- Sorteamos o livro no random.org entre todos os participantes.
- Não nos responsabilizamos por nenhum extravio, neste caso o envio é garantido pela editora.

NOTA:
- Façam partilha do passatempo - SEMPRE PÚBLICA
- Ou copie o link e partilhe no seu mural de facebook, blogue ou outro
Ajude-nos a divulgar!!!

BOA SORTE!!!

PASSATEMPO - «Uma duquesa em fuga» Editorial Planeta


Um romance de sedução, intriga e traição – mas acima de tudo – de amor.
É o novo passatempo que trazemos até aos nossos leitores.

Novamente com o apoio da PLANETA.

*
PASSATEMPO DECORRE ATÉ 31/01/2014


dos nossos passatempos:

ATENÇÃO - REGRAS:
- O preenchimento do formulário é obrigatório para se habilitar ao passatempo.
- Podem participar todos os dias - uma vez por dia, aumentando assim as vossas possibilidades de ganharem.
- Só serão aceites participações de fãs e/ou seguidores
- Só aceitamos participações de residentes em Portugal.
- Sorteamos o livro no random.org entre todos os participantes.
- Não nos responsabilizamos por nenhum extravio, neste caso o envio é garantido pela editora.

NOTA:
- Façam partilha do passatempo - SEMPRE PÚBLICA
- Ou copie o link e partilhe no seu mural de facebook, blogue ou outro
Ajude-nos a divulgar!!!

BOA SORTE!!!

«Inferno» de Dan Brown


Sendo um dos meus autores preferidos a nível de "light books" (pelo menos a critica assim o considera) estava com bastante curiosidade acerca do novo livro de  Dan Brown, ainda mais porque adorei todas as descrições de Roma, no livro Anjos e Demónios e agora ele estava de volta às cidades Italianas por onde já passei.

E posso-vos dizer desde já, que pelas cidades onde se passa a acção, para mim foi como voltar lá, muitas da ruas, monumentos, artes e outros detalhes que tais, foi um reviver pelas descrições pormenorizadas e turísticas do autor e ainda um contar pormenores menos conhecidos sobre os locais.

No entanto, mesmo que nunca lá tenham estado, este livro, ou arrisco a dizer que a maioria dos livros do autor, servem de guia para que o leitor visualize alguns dos pontos interessantes destas cidades, e fique com alguns conhecimentos históricos. Dou-vos alguns exemplos: Os Cavalos de S. Marcos, a Máscara Mortuária de Dante, o quadro de Botticelli, entre outras informações.

Robert Langdon começa este livro num quarto de hospital em Florença onde é confrontado com o esquecimento total dos acontecimentos das ultimas horas, apenas tem alguns flashback bastante confusos com cenários Dantescos e uma mulher de cabelos cor de prata.

Depois de acordar, verdadeiramente para o mundo, vê-se imediatamente abraços com estranhos acontecimentos. Começando logo por ter alguém o tenta matá-lo e acabando por matar um dos médicos que o tratava. Nesta embrulhada uma bela médica (Sienn Brooks) ajuda-o a fugir pelas ruas de Florença e abriga-o na sua casa, onde dentro do seu casaco se descobre um estranho objecto cilíndrico que só abre com a impressão digital.... Que esta informação não vos parece spoiller... que não o é!!! 
Dentro deste cilindro temos um objecto que depois de agitado mostra  um mapa de Botticelli baseado no Inferno de Dante, "La Mappa dell' Inferno". E assim começa a verdadeira saga.

Este vai ser o ponto de partida para a investigação desenfreada de Langdon e Brooks numa investigação que passará por várias cidades e de certa forma conseguimos viajar nelas, tal é detalhada a informação. 

Durante o livro, Langdon tem de fugir tanto das autoridades italianas como da Organização Mundial de Saúde (OMS) e ainda de uma estranha agência particular, tudo isto no intuito de descobrir códigos deixados pelo cientista Bertrand Zobrist nos mais variados sítios antes de se suicidar.
Todo esta intriga é ainda apimentada com temas como: a sobre-população mundial, a peste negra que dizimou 1/3 da população mundial no século XIV, e as regras pelas quais se gere a OMS no que toca ao combate às doenças. Factos curiosos que nos despertam o interesse e a vontade de pesquisar e conhecer mais além.

Posso dizer que continuo a gostar do estilo do autor com capítulos curtos, muito suspense, acção para todos os gostos, a utilização de tecnologia de ponta e ainda muitas lições de história que fazem deste livro um must read. Dizer que adorei o livro quase do principio ao fim, talvez seja exagero, já que em algumas partes acredito que o autor se repete, não dentro deste livro, mas dentro do género, como se revisitássemos a estrutura, a fórmula dos anteriores. Ainda assim, este consegue ter algumas reviravoltas inesperadas que contestam esta minha ideia. 

Quanto ao fim, já li algumas criticas que ou adoram ou detestam, eu sigo pela reviravolta que me surpreendeu e fez o livro tomar excelentes proporções, mas a reviravolta dupla, ou seja, a volta da reviravolta - entendem!? é que achei (quase) desnecessária.

Boas leituras.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A Segunda Grande Guerra em literatura juvenil :: Editorial Presença - Opinião


Antes de falar-vos propriamente de cada um destes livros, devo dizer que me orgulho muito que se escreva desta forma e a pensar nas camadas mais jovens, alertando e revivendo uma época tão negra da história da Humanidade. Ainda para mais quando se trata de um português, como é o caso de Conceição Dinis Tomé que, de entre os dois livros posso dizer-vos ser o meu favorito.

Ambos os livros levam-nos a perseguir a dura infância de três personagens. Heinrich (alemão), Jósef (polaco e judeu) e Leon Leyson, o judeu mais novo da Lista e da fábrica de Oskar Schindler. Em qualquer um deles vemos vidas destruídas, famílias separadas, homens e mulheres desumanizados, pessoas reduzidas a nada. Um nada cheio de tudo, fome, miséria, discriminação, violência, trabalhos forçados, humilhação... tudo o que contraria a liberdade e a dignidade humanas.

Uma guerra que tomou proporções gigantescas e contornos inesperados, tanto para os judeus como até para muitos alemães que não concordavam com o regime nazi... mas por aqui já todos nós sabemos ou lemos outras linhas, muitas delas aliás bem mais tenebrosas e duras do que estas, como foi o caso das leituras a livros de Herta Müller. Mas aqui, escreve-se e relata-se para camadas mais jovens, no entanto, os cenários sombrios estão lá. A falta de dignidade do gueto e dos campos está lá e do lado do sofrimento dos ainda mais inocentes, as crianças.

No «O Caderno do meu avô Heinrich» quase que nos derretemos com a doçura das palavras da autora, palavras sabiamente escolhidas, mas sem demonstrar qualquer detalhe forçado ou ali colocado para camuflar a dureza ou a humilhação da guerra. No entanto, cada capítulo é um deleite para o leitor que é incapaz de pousar o livro. Nós precisamos de saber o que acontece a Jósef, mas também a Heinrich, ambos corajosos e amigos. 

"É possível acordar todas as manhãs e começar de novo." Foram as palavras do pai de Heinrich, que o criou e educou à volta dos livros, permitindo-lhe viver numa livraria aventuras sob o efeito dos livros ;) Os livros acompanharam a vida de Heinrich até aos seus últimos dias. E mais não posso revelar.
Já Jósef convivia de perto com a música, sendo um génio do violino, aliás deixo-vos o vídeo de inspiração, pois o resto só lendo!

"- Um homem, Heinrich, define-se apenas por três medidas: a capacidade de amar, a capacidade de sonhar e a capacidade de lutar - disse-me o meu pai, enquanto a minha mãe lhe limpava o sangue que escorria do nariz." (pág.42)


Para mais informações consulte o site da Editorial Presença

Para mais informações sobre o livro O Caderno do Avô Heinrich


*
No «O Rapaz do caixote de madeira», lido como eu o li, logo de seguida ao anterior, dá-nos a ideia de revivermos o pesadelo do gueto e dos campos, agora ainda com maior ênfase. O número de páginas duplicou, o tempo por lá passado, esse então muito maior. A incerteza do futuro, a solidão, a injustiça... potenciadas pelos diversos anos em que Leib Lejzon ou Leon Leyson (nome atribuído mais tarde) passou "nas mãos" das atrocidades da ocupação nazi na Polónia. Desde a obrigação do uso da faixa branca a ter de deixar de frequentar a escola tudo isso era pouco comparado com o que viria. Quando o gueto era mau e as condições escasseavam, mal sabia Leib, que ele e a sua família ainda iriam enfrentar Plaszów e que a sorte com que acenavam a alguns, era o campo de extermínio de Auschwitz...  

A ideia de Leib e da sua família era manter sempre a ideia "se isto for o pior...", ou seja, se assim for, ainda nos aguentamos e assim foram seguindo, ultrapassando de fase em fase, cada uma pautada por maior aspereza e humilhação. A luz que surgiu nas suas vidas foi a Lista de Schindler e a tenacidade de um homem que se empenhou em salvar vidas em troco de sustentar a guerra, fosse com subornos ou contribuindo com material de guerra.

O livro de Leon Leyson não relata só o seu período de tísico judeu em cima de um caixote de madeira para chegar aos comandos de uma máquina e da bondade de Oskar Schindler. O seu livro de memórias relata-nos a sua vida, sobrevivência e resiliência. A sua vontade em esperar sempre melhor da vida e das pessoas e de ver o lado bom da vida, valorizando o que tinha, mesmo que isso fosse tão pouco. A família foi sempre o seu pilar e acreditar que tinha um lugar no mundo e uma história para contar.

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui

*

Ambos os livros são importantes relatos de humanidade, solidariedade e resistência para sobreviver em tanta hostilidade, horror e privação. Mostra a guerra pelos olhos dos mais novos e para os mais novos. Sem dúvida dois livros para serem lidos por pais e filhos. Fica-se com vontade de rever o filme de Steven Spielberg e perceber se o retrato de Leon Leyson corresponde à imagem no filme, bem como outras correspondências.


Quanto ao livro português dá vontade de pegar e ir entrevistar Conceição Tomé e perceber as suas motivações, tentando assim descortinar como se consegue um livro belo, mas forte. É com certeza merecedor do Prémio ganho, desse e de outros. 





segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

"O Lobo de Wall Street" :: O Filme



Aqui estamos sempre atentos aos livros que se tornam filmes.
E como sempre, primeiro gosto de ler o livro e depois ver o filme. Com "O Lobo de Wall Street" fiz exactamente isso e não me arrependi.
Com isto não quer dizer que não me arrependa de ter visto o filme.
O estilo de vida dos ricos e disfuncionais foi exactamente aquilo que se estava à espera, embora não me tenha enchido as medidas.
Leo encarnou na perfeição o personagem, achei-o tão desprezível como quando li os acontecimentos pelas palavras do próprio Jordan.
Ao início vemos um Leonardo DiCaprio mais jovem, pré-corrupção Wall Street, podemos até dizer que tinha um ar ingénuo e isso é transmitido no seu olhar, nas suas reacções. Lembrou-me a diferença entre Philippe / Louis XIV em "O Homem da Máscara de Ferro", quando sabíamos exactamente para quem estávamos a olhar só pelo seus olhos. 
Os olhos de Leo, como Jordan Belfort, mudam no momento em que ouve o barulho da sala de corretagem pela primeira vez e sabemos que a partir dai está tudo perdido, exactamente a ideia com que ficamos no livro.
Curiosamente, a parte inicial é a melhor parte do filme, a que o trailer nos faz esperar, o que a nossa expectativa já tem preparado na check-list:
  • total depravação
  • drogas
  • sede de poder
  • e rios de dinheiro
  • eu disse DROGAS?
Curioso é que até meio do filme temos isso tudo e não fiquei particularmente admirada por uma alteração aqui ou ali ou pelo facto de terem levado aos extremos os pontos acima referidos. Era o que se esperava, muito provavelmente, nem fugia muito da realidade de Jordan e dos "Strattonites" MAS tudo muda quando, sensivelmente a meio do filme, eu começo a perguntar a mim mesma "o que raio estão vocês a fazer??". Tomaram a liberdade de se basear no que fora a investigação, cooperação de Jordan com o FBI e artigos escritos sobre a altura para fazer a segunda metade do livro ou simplesmente decidir retalhar o resto do livro para completar o filme?
Se tivesse saído a 50% do visionamento, talvez depois da cena do "Lemons" que FOI BRUTAL, tinha gostado do filme mas ver o resto pareceu-me quase que um "vamos lá despachar isto porque esta gente está aqui há quase 3 horas". 
Não tiro o mérito ao Scorsese, ao Leo e restantes actores (especial o Jonah a quem nunca dei muito crédito).
Mas na sua totalidade, o filme não me convenceu. Talvez por ter visto no mesmo dia o Dallas Buyers Club, igualmente nomeado para os Oscars, torna-se difícil ver um filme que nos faz encolher os ombros por apenas o considerarmos mediano e não termos gostado de como enceraram a adaptação.

Como já disse o que não gostei, passo aos pontos fortes do filme:
O Leo e o magnífico modo como encarna Jordan (adoro os momentos em que se dirige ao espectador, acho que ficou muito fiel ao relato a que temos acesso no livro) 
As cenas slow motion 
A cena dos Lemmons (só isso valia o Oscar de Melhor Actor)
A presença Joanna Lumley como Tia Emma/Tia Patricia
e os 5 segundos de Jordan Belfort no filme (sim, ele aparece no filme!).

Prefiro o livro ao filme 10x. Mas opiniões não passam disso mesmo, opiniões. Cada um tem uma.
Há coisas assim, por isso as vezes tenho tanto receio de ver a adaptação de livros que realmente gosto. Razão pela qual até tremo de pensar que esta semana estreia "A Rapariga Que Roubava Livros".
:)

Uma leitura com o apoio - Vejam a opinião aqui

Leiam mais sobre o livro, aqui, no site da editora.

Não percam a oportunidade participar no nosso passatempo AQUI

Comecei a ler...

Uma leitura fugaz com ideias politicamente incorrectas (e brutalmente honestas) sobre o amor, sexo e a felicidade.

50 SEGREDOS POLITICAMENTE INCORRECTOS DO AMOR 

Este livro, combinando os resultados de investigações de reputados biólogos, sociólogos, neurologistas, psicólogos evolucionistas, historiadores e até economistas, demonstra que o amor é a melhor opção para combater a ausência de compaixão, a falta de empatia. O egoísmo da genética, a ditadura darwiniana e mesmo a austeridade, a prepotência dos patrões e a inépcia dos nossos políticos.
Não tem nas mãos um livro sossegado.Lê-lo é uma viagem sobressaltada e arriscada. No fim haverá leitores escandalizados, leitores sem fôlego, mas também leitores em êxtase.
Os 50 Segredos prova que os portugueses nunca se fartam de trair as suas amadas, e que as portuguesas nunca se cansam de os perdoar. Que o relativismo moral é o maior inimigo da nova«geração perdida». Que, segundo as estatísticas, não existem homossexuais em Portugal. Que a infidelidade contribui para melhorar a economia. E que a austeridade é como o mau sexo: não tinha de ser assim e aconteceu por razões erradas. Uma coisa é certa: só o amor nos salva

 

de Pedro Marta Santos

Jornalista, argumentista, calvo e charmoso (julga ele). Foi redactor e editor de O Independente durante 13 anos, escreveu ficção para a SIC e a RTP e longas-metragens para realizadores e produtores como Mário Barroso, Leonel Vieira, Edgar Pêra, Tiago Guedes, Carlos Coelho da Silva, Jorge Queiroga e António-Pedro Vasconcelos. Colabora com a Sábado e o Diário Económico e este é o seu terceiro livro – o primeiro sobre o amor (depois de três décadas a praticar, achou que estava na altura de escrever sobre o assunto).
 
http://www.guerraepaz.net/conteudo.aspx?caso=ecommerce&lang=pt&id_object=7487&name=50-SEGREDOS-POLITICAMENTE-INCORRECTOS-DO-AMOR