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terça-feira, 30 de junho de 2015

Opinião "Viciada em Ti"

Há uma linha que separa o amor da loucura. Alayna já esteve para além dessa marca e luta todos os dias para não voltar a entrar nesse caminho, até ao dia em que o seu olhar se cruza com Hudson.
O fascínio que sente, a atracção que a domina...será amor ou obsessão?


Comecei a ler “Viciada em Ti” faz já alguns dias mas só recentemente tive oportunidade de o terminar. As férias atropelaram-me as leituras :)
No entanto, assim que voltei a pegar na história de Alayna e Hudson devorei-a como sabia que faria assim que tivesse tempo para começar e acabar esta loucura.

Conhecemos Alayna completamente focada nas suas funções na discoteca onde sempre trabalhou durante a frequência do seu MBA. Decidida em se manter longe de sarilhos, visto o seu passado estar repleto de obsessões doentias, Alayna opta por escolher relações segura com homens por quem sabe de antemão não conseguir desenvolver mais nada do que um leve interesse carnal.
No entanto, na noite em que termina o seu MBA um estranho de olhar penetrante faz subir a temperatura do outro lado do bar.
Ciente de quem aquele homem significa sarilho, Alayna decide manter a distância mas o magnetismo deste estranho é forte, quase possível de resistir, não fosse também ele um homem versado em obter tudo o que quer e naquela noite, no dia em que o seu olhar caiu em Alayana, ela era tudo o que ele mais queria.

E quando ele lhe faz uma proposta que ela não consegue recusar, que sinuoso caminho começa Alayna a percorrer? Será esta proposta vantajosa o primeiro passo para a sua perdição?
Será possível que uma mulher com um passado obsessivo, repleto de perseguições loucas seja capaz de manter uma relação fictícia com alguém, ainda para mais, quando a atracção que os une é gigantesca?
E Hudson, será que a sua proposta é inocente? Ou será ele mesmo o diabo em pessoa?

Quando comecei a ler “Viciada em Ti” sabia que o que o título nos prometia era exactamente isso, vicio, loucura, obsessão. No entanto, ao ler várias passagens do livro, todo contado na perspectiva de Alayna, tive oportunidade de entrar um pouco na mente de alguém obsessivo, que analisa exaustivamente todos os possíveis ângulos, todos os gestos, todas as palavras e por vezes de maneira tão desesperada e descontrolada que distorce tudo, transformando um olhar num potencial casamento, com filhos, cão e uma casa de férias. Assustador!
No entanto, embora a carga intíma seja uma loucura de pormenores escaldantes, gostei bastante da base da história entre Alayna e Hudson. E como um “louco” nunca vem só, que nuvem negra acham que vem do lado masculino?
Nem vão acreditar! Chegou-me a deixar de boca aberta.

Venham conhecer a história de Alayna e Hudson, uma de loucura, obsessão, controlo mútuo e cura. A prova que, por vezes, encontramos na confusão alguém tão louco como nós que nos entende.

O segundo volume, “Encontrada em Ti” já se encontra disponível desde o início do mês.
E mal posso esperar por ler a continuação desta história.

“Tu és minha/meu? E eu sou teu/tua?”
Pergunto-me é, até quando?
E no final, será que o que sentem é obsessão ou amor?

Comecei a ler...

Andava em pulgas para começar esta leitura....
vou só ali e já venho...depois de me perder nesta história de Colleen Hoover.
Vou voltar a chorar, não vou?


Tate é enfermeira e muda-se para São Francisco, para casa do irmão Corbin, para estudar e trabalhar. Miles é piloto-aviador e mora no mesmo prédio de Corbin. Depois de se conhecerem de forma atribulada, Tate e Miles acabam por se aproximar e dar início a uma relação exclusivamente física. Para que esta relação exista, Miles impõe a Tate duas regras:

«Não faças perguntas sobre o meu passado. Não esperes um futuro.»

Tate aceita o desafio de manter uma relação distante, sem nenhum compromisso, nem sequer o da amizade. A relação alimenta-se assim da atração mútua entre os dois.

Miles nunca fala de si nem do seu passado, e comporta-se perante Tate de acordo com as regras que ele definiu. Será Miles capaz de desvendar o que se esconde por detrás desta necessidade tão grande de se distanciar emocionalmente dos outros?

E poderá algo tão cruel transformar-se numa relação bonita e duradoura?

"Amor Cruel" é uma novidade

Sabem que sou completamente fã da autora e devorei os outros dois livros dela publicados em Portugal. Vejam as opiniões aqui:


domingo, 28 de junho de 2015

"O osso da borboleta" - Rui Cardoso Martins - Opinião


Coisinhas: osso de borboleta pedras
com que as lavadeiras usam o rio.
Manoel de Barros

Em mais uma estreia com um autor português, desta vez, Rui Cardoso Martins (RCM), num romance que também é uma viagem. Sempre na mira do interior, do intrínseco, do que nos completa e nos define. Na busca individual, "O osso da borboleta"mantêm sempre o foco na possibilidade de pertencermos a um todo. A questão que fica talvez seja, a qual? Qual todo nos une e que partículas nos separam!?

"O conhecimento humano tendo, por definição, para o infinito, até uma coisa falsa ou um disparate que acabámos de inventar é conhecimento à sua maneira. Sabemos lá se um dia não é verdade."

Para mim, é por essas partilhas que a história avança, num relato de solidão e alguma demência onde se confundem os dias, as pessoas, as ruas da cidades, as vozes que se escutam e as vozes, que na cabeça, se perdem em devaneios e ideias, meios desconexas...

"A campa do cemitério não tem toalha nem pano
é uma mesa sagrada posta todo o ano."

O desconexo que vai dando lugar a toda uma lógica, a todos os fios de uma mesma ideia, que se enredam e se separam, mas que por fim se unem e dão todo o sentido a algo que inicialmente começou fragmentado.
A vida, em todas as suas fases, tem lugar neste livro, seja entre os devaneios de quem se esconde seja nos movimentos já lentos mas calculados de Purificação.

"O movimento mais certo do mundo é o remoinho, às vezes só nos resta nadar para longe com todas as forças."

Assim é a difícil tarefa, de sequer tentar, resumir ou salientar do que trata este último romance de RCM, neste seu frágil, mas completo "O osso da borboleta".

"Também as pessoas são bactérias na pele de Deus, que nem dá por nós..."


quarta-feira, 24 de junho de 2015

«SAMARCANDA» de Amin Maalouf - Opinião

Nada melhor que um bom livro para entendermos algumas questões sobre o mundo árabe.

Sanarcanda leva-nos a uma viagem a terra das mil e uma noites, leva-nos a embarcar na rota da seda, e a entranharmo-nos no coração da civilização persa, uma civilização que devido ao fanatismo religioso entra em declínio.

Neste livro podemos encontrar histórias de como tornar um adulto em filho, e irmão das nossas filhas, fazendo que ele as respeite e possa conviver com elas como irmão.

"os seus ombros estavam nus, bem como os seus seios. Pela palavra e pelo gesto, convidou-me a mamar. As duas raparigas riam à socapa, mas a mãe exprimia a serenidade dos sacrifícios rituais. Pousando os meus lábios, o mais pudicamente possível , num bico de seio, e, em  seguida, no outro, obedeci-lhe. Ela cobriu-se então, sem pressas, dizendo no mais solene dos tons:
- Com este gesto, tornaste-te meu filho, como se tivesses nascido da minha carne."

Aprender "novas" medidas, as medidas de um povo e perceber os seus costumes

"- Temos de esquecer -dizia-me- os litros, os quilos, as onças e as pintas. Aqui fala-se de djaw, de miskal, de syr e de kharvar, que é a carga de um burro.
Ele tentava instruir-me:
- A unidade de base é o djaw, que é um grão de cevada de grossura média que conserva a sua película...."

Podemos ver que agora ou antigamente, na Europa, na Ásia ou em qualquer outro lado do mundo, todos nós pensamos em férias e ócio, sejamos cristãos, muçulmanos ou ateus.

"aos primeiros calores, Zarganda animava-se. Os estranjeiros e os persas mais ricos possuíam ali sumptuosas residencias, aí se instalando para longos meses de perguiça..."

Podemos aprender ditados, histórias e lendas deste canto do mundo:

"Não conheces a história do burro  falante de Mulá Masruddine?
.....
no espaço de um ano o rei pode morrer. o burro pode morrer, ou então posso eu morrer»"


Com este livro podemos viver em duas épocas totalmente distintas, no século XX onde podemos assistir ao declínio da Pérsia, usada e abusada pelos países considerados evoluídos, e um povo em luta tanto a nível religioso como ideológico, e ainda ver uma civilização entre os séculos XI e XII onde o poeta Omar vive, um poeta "iluminado", um génio da literatura, além de matemático e filosofo tem de viver, ora amado por Xás e pelo povo, ora considerado maldito por outros.

Um génio da poesia que compila durante a sua vida os seus poemas no livro «Robaiyat», o livro que desencadeia toda o romance em Samarcanda.

Adorei esta leitura e agora estou a pensar em arranjar o «Robaiyat» só para poder ter um gosto das poesias de Omar.

Uma leitura com o apoio:

terça-feira, 23 de junho de 2015

Passatempo Pack WAYWARD PINES - Livro 1 e 2 - Suma de Letras


O PASSATEMPO DECORRE ATÉ 30/06/2015

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Um passatempo com o apoio:

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Opinião "O Mundo Amarelo"


Tropecei em Albert Spinosa faz algum tempo com o seu “Tudo o que poderiámos ter sido tu e eu se não fôssemos tu e eu". Confesso que depois dessa leitura o radar ficou activo. Guardo esse livro com elevada estima na minha estante. Surpreendeu-me e eu gosto quando um livro me surpreende, quando me deixa de boca aberta ou me faz sair de órbita. 
Curiosamente, sinto-me muito tentada em encaixar este lá mesmo ao lado. Confesso que quando comprei este livro, comprei-o pelo autor. Pouco li sobre a história, pouco mais que a contracapa e embora tenha tido a primeira impressão do “isto soa-me a auto-ajuda”, o que obtive da leitura, além de um continuo sorriso, foi uma grande lição, especialmente devido ao conturbado historial médico de Espinosa, o que na realidade foi a sua base para tamanha sabedoria e para o mundo amarelo que ele aborda neste livro.

Explicar o que são os amarelos, o porquê dessa cor ou o mundo que Espinosa diz ter criado era tirar-vos o gozo de ler o livro. No entanto, acho que há um momento para ler certos livros e este requer um especial. Vou guardá-lo na estante, espero voltar a ele para sorrir porque sim e não porque preciso. 
Se algum dia me questionassem sobre que livro oferecer a alguém que está doente....eu diria "O mundo amarelo" de Albert Espinosa. 
Porquê?
Porque desmistificar as coisas e chama-las pelos seus nomes é a melhor maneira de encarar os nossos problemas e porque a maneira de Espinosa ver o mundo, mesmo naqueles momentos a preto e branco, está carregada de cor.

A próxima vez que tropeçar num livro do autor, é garantido que o vou trazer comigo para casa.
E vocês, conhecem a genialidade de Albert Espinosa?

"A Sorte é seres como és. A desgraça é não conseguires perceber como são as outras pessoas"

"O Mundo Amarelo" é um livrinho perdido que encontrou agora lugar na minha estante.
Mais informações no Site Editorial Presença

Novidade Porto Editora :: "Os muitos nomes do amor"

A legião de fãs de Dorothy Koomson aguarda pacientemente pelo lançamento de mais um livro da autora. Mas não se preocupem, a espera não será muito mais longa.
No início de Julho será lançado "Os muitos nomes do amor"


Será possível termos um futuro sem conhecermos o nosso passado?

Clemency Smittson foi adotada em bebé, e a única ligação à mãe biológica é um berço de cartão com borboletas pintadas à mão. Agora adulta, e em constante conflito com sentimentos de perda e rejeição, decide mudar drasticamente de vida e voltar a Brighton, a cidade onde nasceu.
Mas Clem não sonha que é lá que vai encontrar alguém que sabe tudo sobre a sua caixa das borboletas e a verdadeira história dos seus pais biológicos.
E quando percebe que nem tudo é o que parece, e que talvez tenha sido injusta com aqueles que mais a amam, haverá tempo para recuperar o que foi perdido?

»Excerto«

"Os muitos nomes do amor" é uma novidade


Relembro a opinião ao mais recente livro da autora, editado pela altura da Edição de 2014 da Feira do Livro de Lisboa, e a entrevista feita pela nosso blog.

domingo, 21 de junho de 2015

Comecei a ler...

As férias permitem-me ler mais e acima de tudo, diversificar as leituras.
Desta vez vamos para Moçambique com Henning Mankell.
Pena não irmos mesmo para Moçambique....

«Uma história tão mágica como um conto de fadas e também quase tão cruel.» | Kirkus Reviews


Para fugir à miséria que avassalou os campos da Suécia em 1904, Hanna Lundmark, arranja um trabalho de cozinheira num navio com destino à Austrália. Após uma paragem no porto de Lourenço Marques, Hanna toma a ousada decisão de abandonar o barco e começar uma vida nova na cidade.

Após uma série de acontecimentos que fazem dela a mais bem-sucedida proprietária do bordel mais famoso de Lourenço Marques, Hanna está determinada a tentar alterar as mentalidades que caracterizavam a sociedade branca moçambicana nos princípios do século XX. Porém, a sombra do racismo que paira sobre brancos e negros é de tal forma densa que só pode conduzir à tragédia e à morte.

Baseado numa história real, em Um Anjo Impuro transporta-nos para um mundo em que opressores e oprimidos se encontram e o ódio é uma perigosa presença. Henning Mankell, o autor bestseller da série Wallander está de volta à sua mestria talentosa do suspense, neste novo livro que conta com um prefácio de Mia Couto.

»Excerto«

Mais informações sobre esta novidade em
http://www.presenca.pt/livro/ficcao-e-literatura/romance-historico/um-anjo-impuro/

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Opinião "Younger - Mais Uma Oportunidade"

Quem nunca olhou para o seu passado e pensou nos caminhos que percorreu? Quem nunca matutou sobre o impacto que as decisões que tomou tiveram na sua vida?
Quantas mulheres, nos seus vintes, trintas ou quarentas, não balançam a tarefa heróica de ser mulher, mãe, amante, amiga, filha e todos esses pápeis que herdamos, criamos e nos foram impostos?
Para aliviar a carga e nos mostrar que não estamos sozinhas, Pamela Redmond Satran escreveu Younger.
Será que somos mesmo tão jovens como nos sentimos?

Younger começa com Alice. Quarentona recém divorciada a viver em New Jersey na sua solitária casa de família, Alice sente-se só. O marido deixou-a pelo cliché da colega de trabalho mais nova, a filha já adulta seguiu com a sua vida mas Alice está onde sempre tem estado nos últimos anos, em lado nenhum interessante agora que não tem família para cuidar e trabalho na area editorial é coisa que ninguém quer atribuir a uma dona de casa que teve fora do mercado por quase duas décadas.
Inconformada (e talvez um pouco desesperada) com a descriminação sofrida graças ao interregno profissional e à idade, Alice cai nas garras da sua amiga lésbica e leva o tratamento mágico na noite de passagem de ano, um capaz de vincar algo que toda as mulheres gostariam de ter, o ar de ser mais nova do que realmente se é. E numa noite de mudança, Alice inicia uma jornada que, sem máquina do tempo, a faz viajar 15 anos atrás, assumindo assim a vida, o romance, o trabalho e todo o dia a dia de uma rapariga de 26 anos.
E perguntam vocês, como é que isto é possível? Acreditem, é aí que as coisas se tornam de chorar a rir. Entre o romance com o “miúdo” de 25, o trabalho como assistente na sua antiga empresa e a necessidade de manter a fachada da miúda cool enquanto secretamente deseja os momentos de paz da sua vida caseira de dona de casa é o desafio que vemos Alice superar ao longo do livro, não sem antes nos dar uma quantas pérolas sábias pelo caminho.

“Younger” é uma lição para várias gerações, um abre olhos e um empurrão para muito boa gente, novas ou “velhas” que se sentem encalhadas, que em determinadas alturas da vida desejaram ter feito diferente mas que acima de tudo têm de aprender e reconhecer que tudo o que fizeram, mal ou bem, trouxe-as onde estão hoje e tornou-as no que são neste momento. Se por acaso estão descontentes, devem a si mesmas fazer tudo a seu alcance para alterar o seu caminho. Se isso começa por pensar e levar os outros a acreditarem que são mais novas, ÓPTIMO. Se no entanto, requer uma boa dose de “olha-te ao espelho, aceita-te como és e sê feliz” então bora, acho que todas nós precisamos de uma boa dose desse amor próprio. Claro que todas ficaríamos felizes por aparentar ter 26 quando se tem 40, sim talvez, mas isso não impede ninguém de ser feliz e é exactamente isso que “Younger” nos ensina, que devemos procurar a nossa maneira de ser feliz, seja com o miúdo de 25 anos, seja solteira com ou sem filhos ou a mudar-se para o outro lado do mundo.
Talvez seja realmente possível ser tão jovem como nos sentimos, sem olhar ao número (mesmo que eu às vezes me sinta bem mais velha que os meus 28!) :P

Quanto ao livro, gostei de Younger. Um livro sem papas na língua, a chamar os bois pelos nomes logo nas primeiras linhas.
Alice faz-nos pensar “o que raio faço eu sentada de pijama a ler no meu sofá!?”, Alice faz-nos querer vestir aquela roupa com efeito bomba e ir sair, porque a vida está lá fora à nossa espera enquanto nos limitamos a ficar aqui quietas a vê-la passar.
E o fim….gostei do fim! 
:) Eu faria um brinde, até porque é apenas meia noite de domingo mas vocês só vão ler isto durante o dia de seman.....vamos lá esquecer este detalhe...hey um brinde, a novos começos e a que seja hora de beber em qualquer lado! Salut! 


Entretanto, como referi anteriormente, o livro de Pamela Redmond Satran foi adaptado a uma série de televisão que tem, até agora, uma temporada inteira à nossa disposição. Claro que, curiosa como sou, não resisti e fui ver o pilot ontem à noite. Pois…e vi tudo, todos os episódios de rajada, a temporada completa e devo dizer….ADOREI!
Foi engraçado ver como o livro foi bem adaptado, mesmo com as alterações em alguns pontos nas personagens. Curiosamente, acho que, como uma boa série de comédia que é, aborda muito ao de leve o desafio constante que é ser mulher, mãe e trabalhadora, independentemente da idade. No entanto, há detalhes que estão muito melhores na série do que no livro e tenho de salientar este ponto, por mais dramas que tivesse em ser descoberta, a Alice do livro foi poucas vezes confrontadas com as generation gaps, enquanto a Alice da série é constantemente atacada pelo progresso digital, pela linguagem actual em constante alteração, pela conduta dos “jovens da sua idade” e pela loucura que a sua pacata vida tinha remetido para o armário.

Um livro perfeito para o verão, para o fim de semana ou até para um começo de semana como é o caso de hoje.
E depois da leitura, vejam a série. Entretenimento garantido!


Younger é uma novidade

Resultados Passatempos Companhia das Letras


Total de participações: 1261
Participação vencedora nº 268, Joana Sousa Vaz

Obrigada pela participação.

*


Total de participações: 1221
Participação vencedora nº 165, Carlos Dias Rodrigues

Obrigada pela participação.

Ambos os vencedores já foram contactados por e-mail.

*
Ambos os passatempos contaram com o apoio:

Passatempo - «Fusão» Editorial Presença


O PASSATEMPO DECORRE ATÉ 28/06/2015

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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Novidade "Beijo Fatal" de Jeff Abbott

Quem não perde um livro de Jeff Abbott?
Dia 18 chega mais um livro, "Beijo Fatal", o primeiro thriller de uma série que tem como pano de fundo o Texas profundo e como protagonista Whit Mosley, um jovem juiz de paz que procura manter-se incorruptível numa cidade imersa em tentações e ameaças.

Jeff Abbott, que conta com vinte anos de carreira e uma longa lista de thrillers com sucesso mundial, é uma presença assídua nas listas de candidatos para prémios de literatura policial: esteve nomeado três vezes para o Mystery Writers of America's Edgar Allan Poe Award e duas vezes para o Anthony Award, atribuído pela World Mystery Conference.
Na Porto Editora foi já publicado, no ano passado, o livro Queda.

Sinopse:
Whit Mosley, juiz de paz na cidade de Port Leo, Texas, é um rapaz novo e descontraído, tanto na vida como no cargo. Em ano de reeleição, não parece muito interessado em lutar pelo seu emprego, o último numa longa lista de falhanços profissionais.
No entanto, as águas da pacata cidade costeira não vão demorar muito a agitar-se: uma noite, Whit é convocado para atestar um óbito. O cadáver pertence ao filho de uma senadora, regressado à terra natal depois de uma carreira no mundo da pornografia. Terá sido suicídio, alimentado por uma antiga tragédia familiar? Ou será que um assassino obcecado o usou como peão num jogo deturpado? Quando Whit desafia a pressão política e começa a investigar, ele e a detetive Claudia Salazar põem as suas carreiras e as suas vidas em perigo, expondo um ninho de barões da droga, vigaristas e tubarões sedentos de poder, todos em busca de sangue. Mas nas areias quentes de Port Leo há segredos ainda mais obscuros enterrados… e ninguém é o que parece ser.

Opiniões sobre os livros de Jeff Abbott no Efeito dos Livros:


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Novidade Marcador - "A Elizabeth desapareceu"

Há livros que nos apanham pela sinopse. Este é mesmo um deles.
Quem é que não fica curioso por conhecer Maud?

Um mistério, um crime não resolvido e uma personagem inesquecível: Maud.

Maud está convencida de que a amiga desapareceu, mas ninguém acredita nela. Tem cerca de 80 anos e o seu contacto com a realidade não é o mesmo de outros tempos. Existem pedaços de papel por toda a casa: listas de compras e de receitas, números de telefone, notas sobre coisas que aconteceram. É a memória em papel que impede Maud de esquecer as coisas. De repente, nas mãos de Maud encontra-se uma nota com uma mensagem simples: «Elizabeth desapareceu.». É a sua letra, mas não se recorda de a ter escrito. O que aconteceu?

Maud está certa de que a amiga corre perigo.

"A Elizabeth desapareceu" é uma novidade

Opinião "A Rapariga no Comboio"


A próxima vez que andares de comboio (ou autocarro), olha para a pessoa que viaja à tua frente. Parece-te comum? Agora imagina os segredos que esconde, o lado secreto que ninguém desconfia que tem e que alberga mistérios que nem a própria sabe resolver?

Se alguém viajasse com Rachel no comboio esta observação seria bem comum.
Como qualquer pessoa que todos os dias se desloca na eterna demanda casa-trabalho-casa, Rachel deambula pelos seus pensamentos enquanto o comboio segue seguro pelos carris. Todos os dias, desde que começou a fazer aquele trajecto, Rachel não resiste em olhar para uma casa específica e fantasiar sobre o que vê desde a janela do comboio. Para colmatar a falta de interesse da vida actual, Rachel inventa nomes, profissões e sentimentos para as pessoas que vê ao longe, até que um dia, um fatídico dia, tudo muda. Uma descoberta, uns copos a mais, um memória difusa e uma série de personagens que são o que parecem e que nos levam a conjecturar diferentes desfechos e acima de tudo, diferentes culpados a quem apontar o dedo. E é daí para a frente que, numa narrativa contada por três visões diferentes, começamos a conhecer os vários intervenientes da história, em especial as três mulheres que dão contorno à história de “A Rapariga no Comboio”.

A facilidade com que nos embrenhamos nesta história, seja por simpatia com a drástica Rachel, com a inconformada Megan ou a ligeiramente paranóica Anna, é um ponto a favor, já o outro é mesmo as migalhas de informação que nos vão sendo dadas e que nos levam até ao final, até à descoberta do enredo. E raios, se eu não desconfiei do/a culpado/a desde o início. 


Fiquei presa à história ainda antes de começar a ler o livro. As boas reviews que fui lendo levaram-me a pegar no livro e a consumi-lo de rajada.
É só a mim que surge aquela sensação de olhar para as pessoas que me rodeiam quando termino de ler um livro deste gênero? Serei a única a olhar para as pessoas que me são próximas e pensar “que segredo escondes”? 

Agora fico é pacientemente à espera da adaptação ao cinema. Este é o tipo de filme que gosto de ver com amigos que não leram o livro para que quando for realmente revelado o culpado eu estar a olhar para a cara deles e não para o ecrã. Acreditem, as reacções são impagáveis quando já sabemos o final :)
Sabiam que Emily Blunt foi escolhida para um dos pápeis prinicipais. Será o de Rachel?

Até lá....leiam o livro, uma magnífica aposta

terça-feira, 16 de junho de 2015

Passatempo "Uma Noite - Revelação"

Depois de termos lido a trilogia completa, não podiamos deixar passar a oportunidade de vos oferecer o terceiro e último volume da mais recente história criada por Jodi Ellan Malpas.
Querem conhecer o final da história de Miller e Livy?
BOA SORTE!


O PASSATEMPO DECORRE ATÉ 27/06/2015

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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Opinião "Uma Noite - Revelação"

O terceiro e último capítulo da trilogia "Uma Noite" chegou e traz a luz que rompe as trevas de Miller, não sem antes o arrastar, juntamente com Livy, às profundezas do inferno.
Preparem-se que para lutar por um futuro, Livy e Miller vão ter de trazer à superfície o passado de ambos, as pessoas e os momentos que nele ficaram mas que ainda hoje se impõem na sua vida presente.

Preparem-se para....A Revelação!

Quem leu os dois primeiros livros, e se estão a ler isto deveriam tê-lo feito, sabe em que ponto deixámos este casal. Confrontados pelo laço inquebrável com o sub mundo com que Miller fez vida, os dois refugiam-se da realidade do outro lado do Atlântico enquanto um plano parra libertá-los se elabora na cabeça dos homens que dominam a vida de Livy. Mas tal não se avizinha tarefa fácil, especialmente após a entrada em cena de duas personagens que contribuem em muito para o tumulto que a vida deste casal se tornou nos últimos tempos e para eventos que os fazem regressas à realidade mais rapido do que o previsto.

Toda a história até aqui, além da adoração constante entre os dois, faz-nos saber que não será fácil quebrar as amarras que mantém Miller preso. Mas o que acontece quando o passado de Miller se interliga inesperadamente com o de Livy? Que mais descobertas podem ser feitas que abalem por completo o mundo que estes dois criaram? Haverá possibilidade de desatarem o nó em que a vida de ambos se tornou?
Acreditem que sim, é possível, nem que morram a tentar.

No entanto, a trilogia "Uma Noite" é mesmo assim, Entre cenas escaldantes, revelações chocantes, felizes descobertas, vislumbres do passado e o humor da avó Taylor, somos brindados com um capítulo estrondoso da história de Livy e Miller que nos prende até às últimas páginas e depois nos presenteia com um extra que nos faz sorrir, que nos faz pensar em todo o percurso que percoreram até aqui, cheio de loucura, devoção e luz, especialmente para quem vivem tanto tempo no escuro, apagados para a vida.

Jodi não me conquistou com "Este Homem" mas com "Uma Noite" a conversa é diferente. Miller, com todos os seus maneirismos (que me fizeram receonher que também tenho alguns!), a surpresa de descobrir o seu passado e a constante animação na casa Taylor, são os factors que me fazem colocar esta seérie bem à frente da outra. Mas....e há sempre um mas, por vezes as atitudes de Livy são exageradas, assim como eram as de Jesse e companhia na trilogia "Este homem". Ok, ok, um pouco de drama nunca fez mal a ninguém e depois sempre é divertido vê-los a fazer as pazes :)


E agora, com o fim da história de Livy e Miller, o que nos reserva Jodi para uma próxima vez
Em que mundo nos fará margulhar no seu próximo livro?
Ainda não sei mas mal posso esperar por descobrir. 

Jodi Ellan Malpas é uma forte aposta da 

Relembro as opiniões aos outros dois livros:

Opinião "Uma Noite - A Promessa"

Opinião "Uma noite - Rejeitada"


domingo, 7 de junho de 2015

Aquisições à Biblioteca da Elsa

Ao longo desta semana olhei para a estante e percebi que não partilhei convosco as minhas últimas aquisições, a não ser aquelas que ataquei para ler mal na biblioteca.
Como é o caso da "Eve e as Trevas", já lido e opinado aqui


Tom Gates (epah contribuir para a biblioteca do mini leitor)
Eve e as Trevas de Sylvia Day


é....eu tenho um problema :D

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Opinião "Estação da Paixão" de Sadie Mathews

Três irmãs, três histórias que se avizinham bem diferentes mas que se interligam entre si no ponto que a une, a família. 
As irmãs Hammond têm muito para contar :)
Quem leu “A Estação do Desejo” e ficou a conhecer a história de Freya e Milles?


Desta vez, com a leitura de “A Estação da Paixão” conhecemos a recatada Flora. Aspirante a actriz a estudar em Paris, Flora faz os possíveis para escapar aos radares dos paparazzis. Com os olhares todos concentrados na sua irmã Freya e na relação escaldante que adveio do aparatoso acidente em que se viu envolvida com o seu guarda-costa Milles, Flora vive a sua existência pacificamente longe da família e das confusões que os rodeiam. Mas o seu dia a dia sofre uma reviravolta quando, à saída de um evento importante conhece um homem misterioso que afirma com amargura amar uma mulher que não pode ter. E como se costuma dizer “misery loves company”, razão que atrai Flora ao enigmático cavalheiro, por compreender bem a sua dor, estando também ele presa a um amor impossível.

E assim, com a intensa e arrojada leitura de “Estação da Paixão” conhecemos (intimamente) Andrei Dubrosky. Eu já o conhecia da outra série e acreditem que estava curiosa para saber o que iria sair daqui. 

Com um acordo estritamente físico de prazer mútuo e ensinamento, Flora e Andrei embarcam numa aventura onde o coração não tem lugar e a mente luta para não pensar em terceiras pessoas.
Um livro carregado de sensualidade e descoberta com um limitar muito ténue entre a dor e o prazer.  A história de “Estação da Paixão” tem contornos de BDSM, alguns que até nos fazer estremecer (e não pelas melhores razões) mas no entanto, é o seu carácter intenso que nos cativa, com excepção de um ou dois momentos frios tão característicos da personagem de Andrei e que não me deixaram rendida a este volume, não por completo.

Como aconteceu com o primeiro, o final foi abrupto, um pouco para deixar o leitor a salivar por mais como para não entrar num caminho que já sabemos vir a ser desenvolvido no terceiro, o de Freya e Flora enfrentaram as consequências das suas escolhas amorosas. 
No entanto, mesmo num final arrumado às três pancadas, achei que as acções e sentimentos de Andrei sairam directamente do congelador, tal foi a frieza com que interpretei aqueles últimos momentos.

Mas vamos ver….
O que será que se segue? A história da irmã mais nova ou a continuação do drama de Freya Hammond?
O que é feito de Milles e Freya?
Que outro desgosto poderão as irmãs Hammond dar ao seu pai?
Conseguirá Flora manter uma relação com Andrei?

Estou curiosa para ler a continuação. Saddie Mathews ficou no meu radar faz algum tempo e é sempre bom voltar a ver Dominic e Beth, os da outra série.

Vá digam lá...raios Elsa, como te consegues recordar assim das histórias….
acreditem, nem eu sei!

“A Estação da Paixão” é uma aposta

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Opinião da ElsaR ao "A Espia do Oriente" de Nuno Nepomuceno

Para tudo! Deixem passar A Espia do Oriente, a mulher que, acompanhada por André Marques-Smith, o Espião Português, vai dominar esta série, a nossa mente durante a leitura e os nossos corações nas últimas páginas.


Se ainda não tiveram oportunidade de ler o primeiro, cuja crítica já se encontra publicada nos três pontos de vista aqui dos leitores do blog, então façam um favor a todos e vão comprar o livros, ou melhor, os dois. Tragam para casa o Espião e a Espia!

Este segundo volume sobe a fasquia em termos de qualidade de enredo, de desenvolvimento do lado humano (e desumano das personagens) e em número de folhas (acho que estas 483 páginas desenvolveram-me os músculos durante a leitura).
Por isso, acho que tenho que começar por dizer...Parabéns Nuno!
Só não devorei este livro mais depressa por falta de tempo e por receio do fim. Na realidade, não queria que acabasse!
Tal como aconteceu com o primeiro livro, a empatia que se cria com as personagens é enorme, o que para mim, é um dos pontos chave desta série.  Em “A Espia do Oriente”, a ligação que temos com André intensifica-se e com a nossa Espia, não resistimos a estabelecer uma ponte com contornos nunca antes imaginados.

Mas esta ligação com as personagens e com a continuação da história não é o único ponto alto deste livro. O olho para o detalhe, a abordagem cinematográfica e exploratória das cenas e locais visitados é SEMPRE uma mais valia para a história de André Marques-Smith, o caso Lebodin e todos as voltas e reviravoltas que surgem ao longo deste volume.
Ai a facilidade com que se combina acção, intriga, drama humano e paixão, SIM, porque ela há e muito em “A Espia do Oriente”.

Eu não vou entrar em detalhes com a história. quem leu o primeiro sabe quem é a Espia, o que nos espera neste segundo livro MAS nem sonha com as surpresas que nos apanham ao longo desta 483 páginas. Raios, já tenho saudades do André!

O Nuno conseguiu superar-se ao criar uma história que nos envolve e nos deixa pendurados naquele final de prender a respiração.

Para quando o terceiro? 
Pode ser para já!?



quarta-feira, 3 de junho de 2015

«Arquipélago» de Joel Neto :: Opinião


"As janelas descascavam ao sabor dos elementos, e nos recantos teias urdidas por aranhas que há muito tinham morrido, mas continuavam a acumular presas. Grossas trancas de madeira inclinavam-se nos vãos das janelas, as portadas abertas cada uma à sua maneira (...)"

É ao sabor das memórias e das tradições que a narrador desconstrói a história de duas famílias, os Drumonde e os Silveira-Goulart juntamente com um leque de personagens de vários lugarejos na Terceira, Açores. Um homem, refém das suas próprias teias, retorna à casa que o viu nascer e vê-se trancado em segredos obscuros que o levam a uma busca incessante nas profundezas da culpa.

«Arquipélago» é um romance com contornes de clássico, basta que comece com uma tábua de personagens. Nada mais, nada menos. As famílias são-nos apresentadas deixando cedo a perceber o intrincado enredo que vai aportar juntamente com José Artur Drumonde. Com ele e com a sua culpa.

José Artur não navega a sós na culpa e nos ecos do passado, são mais os que vivem ancorados aos segredos e mistérios do passado. Basta isto para que se perceba que este romance encerra em si, até bem quase às últimas páginas, mistérios e mortes por deslindar.

Desenvencilhando-se mal sozinho, José Artur procura abrigo na casa de Luísa Bretão e logo aí recomeça para si uma nova geografia dos afectos, mas outra geografia mais agreste e escarpada lhe pesa nas decisões e lhe ocupa os dias e os pensamentos. A descoberta de um cadáver na casa de família arranca-o da melancolia e fá-lo abraçar uma epopeia de perseguir os culpados e se cruzar com os mitos mais esotéricos e pagãos da ilha.

O misticismo não é novidade nenhuma na vida deste professor, há muito que segue a máxima:

"O homem culto acredita. O ignorante, sim, desconfia."

José Artur acreditava na inexplicável ligação dos Açores ao enigma da Atlântida, aliás fora essa a justificação que o levou a abandonar Lisboa, a ex-mulher e o filho e abraçar de volta as gentes de onde era oriundo.


Entre sugestões do seu subconsciente e outras muito reais, a vida de José Artur, Luísa, Maria Rosa, Elisabete, Elias Mão-de-Ferro, Roque Dutra, Violeta Berquó, Jácome, o Chefe Toste, o Dr. Torcato Salvaterra, Deodato Silveira-Goulart e claro, José Guilherme e André Drumonde, vão-se misturando e formando um enorme romance à moda antiga com paixões, traições e rivalidades familiares, hierarquias antigas e lutas quase territoriais, prestando sempre homenagem aos Açores na sua essência.

Joel Neto, também ele açoriano, tem aqui a oportunidade, a medida e o tom para trazer até ao leitor os Açores desde perto de 1980 até aos dias de hoje, prestando-lhe uma ode às gentes, aos costumes, aos dialectos e aos vocabulários, juntamente com um enumerar de localizações, facilmente reconhecidos quando abrimos o mapa e vemos o lugar dos Dois Caminhos, Terra Chã, o desfiladeiro dos Três Cantos ou a zona da Serreta e até o areal da praia da Vitória, ajudando o leitor a situar as aventuras.
As descrições são ainda enriquecidas com sugestões gastronómicas, tradições ancestrais e património intocável que persiste ao longos dos séculos, como é o caso do dialecto, que não é mais do que um português muito antigo ;)

Comer uma cracas, tomar um licor de ananás, celebrar o menino mija, falar uma pisca, falando dos maraus entre uns calezins, são expressões comuns açorianas, tal como chamar pechinchins e ainda se usar boceta de rapé.

Joel Neto cria um romance com uma boa dose de mistério, onde não falta roteiro turístico, uma pitada de esoterismo e o reavivar de tradições. A típica luta do Bem contra o Mal e a vitória final do amor sobre a traição, a mágoa e fúria que consome os homens quando a culpa os atormenta. Um livro para muitos públicos, mas essencialmente para quem vibra com uma história de amor ou então para quem, como eu, foi procurar conhecer e entranhar-se no ambiente dos Açores.

*
Uma leitura com o apoio: MARCADOR

Vencedor Passatempo "Uma Noite - Rejeitada"

E no dia em que é lançado o terceiro e último volume da trilogia Uma Noite de Jodi Ellen Malpas, lançamos o nome do/a vencedor/a de um exemplar do segundo livro "Uma Noite- Rejeitada"

E o/a sortudo/a é.....

Num total de 1623 Participações
o nº 1047 é o vencedor!

Parabéns Patricia Garcia :D
Levas para casa o segundo volume da história de Livy e Miller.

Informamos que já contactámos a vencedora por email.
O envio será efectuado pela editora.

Agora...
E o que me diziam de sortearmos o terceiro?? :D

terça-feira, 2 de junho de 2015

«Se eu fosse chão» de Nuno Camarneiro :: Opinião


"Todas as obras de arte são melhores ou piores do que o artista, mais profundas ou frívolas, mas nunca iguais. (...) A literatura é a mais horrenda das artes, porque é feita da mesma matéria com que falamos e nos enganamos a nós e aos outros. (...) Lemos o que queremos ou precisamos de ler, lemos como amamos e caímos."

Não é assim que se pisa o chão e se entra no hotel de Nuno Camarneiro, mas podia muito bem ser. À medida que entramos em cada quarto iremos ler o que queremos e iremos sentir o que precisarmos de despertar. A escrita simples, acutilante, rápida e concisa de Camarneiro consegue tudo isso e mais. Cada quarto é introspectivo e alguns sufocantes e esmagadores. 

"Senhor, dai-me pelo menos a potência de chorar."

Recebemos sentimentos em contramão de pessoas em trânsito, amores estagnados e fora de tempo, loucuras inexplicáveis e traições, acidentes e incidentes, tristezas e alegrias, tudo em doses curtas e de toma única. 

"Tanto tempo a amar em contramão, como um velho de vista cansada e juízo turvo, ignorando as luzes em sentido contrário, ignorando a realidade. Mas há tantas realidades (...) Estava eu a amar tão bem, sozinho, mas tão bem."

Acredito que passamos mais tempo a pensar no que a escrita nos transmite do que propriamente a ler o livro, esse devora-se! Se o detalhe, a ligação entre o 313 e o 314 ocorresse mais vezes entre quartos, tínhamos enredo, tínhamos romance, assim temos uma série de episódios que filmados por exemplo por uma Sofia Coppola dariam um filme ora frenético, ora melancólico e nostálgico. 

Alexandre, o ascensorista é maravilhoso, leva-nos a dar a volta ao mundo, como se fôssemos minúsculos e estivéssemos, como um rato numa roda, correndo freneticamente sob o globo terrestre, sem nunca sairmos de cima da secretária. Só isso dava um filme!

Camarneiro não desilude, mesmo não sendo um romance e sim um conjunto de microficções todas debaixo do mesmo tecto, é na efabulação deixada a cargo do leitor que o livro brilha e dessa forma criamos um romance. Foi o que eu senti. É curioso como numa pouca dezena de quartos o autor nos leva a olhar o mundo, composto por histórias que talvez se toquem e entrelacem com as nossas, tal como já tinha feito com o prédio que lhe valeu o Prémio. Menos é mais e é verdade! 


Uma leitura com o apoio DOM QUIXOTE/LEYA.

Opinião :: "Desejo-te" de J. Kenner

Qual Grey, qual Gideon, qual Damien Stark! Eu quero um Evan Black só para mim!!
“Desejo-te” inicia a série Most Wanted (Os Mais Procurados) e começa a caça ao homem com o pedaço de mau caminho que é Evan Black.


Mas antes de entrar em detalhes, vamos falar de “Desejo-te” e do que me prendeu à história (além do Evan).

É ponto assente que a escrita de J. Kenner é simplesmente divina, além de rica de pormenores repletos de sensualidade e de uma intensidade extrema, algo a que a autora já nos habituou com a série Stark, que conta com quatro livros publicados em Português.
Acima disso, sabemos que é a história, a complexidade das personagens e a adrenalina que nos transmite que nos vativa e nos faz desejar ler um segundo livro ainda antes de terminar este “Desejo-te”.
E sim, esta série tem mais dois livros, um por cada um do trio de Cavaleiros MAS primeiro, vamos conhecer a história de Evan e Angelina.

Conhecemos Angie (Angelina para o mundo e Lina para um passado distante) no exacto momento em que perde um dos maiores pilares da sua vida, o seu tio Jahn. Por baixo da sua aparência cuidada há um lado negro à espreita. Presa a um passado com um segredo devastador, acorrentada a uma imagem de menina de boas famílias e com um namorado perfeito, Angie é o ideal e o motivo de orgulho dos pais mas vive no limite da vontade louca que arranha cada fibra do seu corpo e do seu ser, que deseja soltar-se, ser livre e voar.
Não ser Angie mas ser Lina, ser fiel a si mesma mas o passado que carrega às costas, a culpa de algo que colocou em movimento não a deixar dar largas ao impeto da loucura.

Uma parte desejo louco reside na poderosa atracção que sente por Evan, um dos protegidos do tio, que ele carinhosamente apelidou de os Cavaleiros. Evan esconde a sua cota parte de segredos e a sua presença na vida dos que o rodeiam acarreta uma carga de sarilhos.

Mas o que dizer quando a razão e uma velha promessa ao tio Jahn se esfuma num vórtice de desejo, ardor e sedução?
Até onde se estica o limite que impomos a nós mesmo antes de perdermos o controlo ou de o cedermos a alguém?

Angie sabe o que quer, Evan vê nos seus olhos o que ela mais precisa e compreende o que tem de lhe dar, mesmo que seja só por uma vez ou por tempo definido.

“À minha frente, o horizonte crescia, os edifícios iluminados como jóias no céu nocturno….
Eu sentia-me como aqueles prédios, como se estivesse acessa por dentro, com apenas alguns pontos de luz a escaparem…”

Um encontro de vontades, almas e mentes que nos proporciona uma leitura prazerosa mas dúbia. Este é mais um daqueles livros que queremos ler rapidamente mas que nunca queremos que acabe. Não tem lógica, pois não?

Eu adorei conhecer mais uma trilogia de J. Kenner que há muito me tinha convencido com a história de Nikkie e Damien Stark.
Aguardo paciente os próximos!

Até ao segundo, deixo-vos com uma música que me assaltou a mente durante a leitura (graças à amiga que decidiu partilhar a banda sonora do dirty dancing no facebook logo no dia em que andei a ler “Desejo-te”)


E desejo-vos BOAS LEITURAS.

J Kenner é uma estrondosa aposta