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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

«Na pele de uma jihadista» de Anna Erelle :: Opinião

 

É importante começar logo mesmo antes do começo propriamente dito quando Anna Erelle, nome fictício para uma jornalista francesa, indica: "os factos a seguir narrados ocorreram na Primavera de 2014, dois meses antes da tomada de Mossul, segunda cidade do Iraque, pelo Estado Islâmico, e da autoproclamação de um califado pelo seu líder Abu Bakr al-Baghdadi."
O trabalho de pesquisa e de infiltrada nos meandros da comunicação com jihaditas coloca este testemunho em destaque perante os últimos acontecimentos, numa tentativa de explicar a forma de recrutamento virtual praticado pelo fanatismo dos combatentes da brigada islamita.

Desde as primeiras palavras aprendemos a designação que nos é dada, kuffar, e como infiéis que somos, devemos ser banidos de entrar no paraíso que a jihad em nome de um Islão mais puro está a alcançar. É esta a mensagem que os devotos, os fanáticos ou os soldados recrutadores tentam passar aos recém convertidos ao islamismo (e não só) a fim de abraçarem a causa e abandonarem as vidas impuras que levam. Nomeadamente a família, caso essa seja um factor de limite da missão que devem seguir.

Na senda dos mujahedins que usam as redes sociais, Anna Erelle, assume um perfil falso de Facebook, como Melánie, uma jovem recentemente convertida e que busca orientação e é desde logo um alvo fácil para homens e mulheres que a tentam convencê-la a efectuar a sua hégira (abandonar o seu país e família infiel e juntar-se à luta). Com as redes sociais estes combatentes mantêm o anonimato e prosseguem com a jihad virtual, espalhando o horror com vídeos violentos mantendo a promessa de mais mortes, torturas, violações, saques e conquistas para os futuros guerreiros.

É muito interessante a forma como a jornalista francesa explica como são feitos esses recrutamentos e quem são os potenciais alvos. A fé talvez seja a menor das preocupações de quem recruta, já que Erelle dá a perceber que a situação económica, a criminalidade ou a falta de rumo na vida, são factores fulcrais para permitirem que a lavagem cerebral ocorra. É isso que tentam fazer com Melánie, quando esta se apresenta mais frágil por falta de apoio familiar. Para sua surpresa quem a aborda via Facebook e Skype é Abu-Bilel, combatente na Síria e braço direito do califa.

Estabelecido o contacto e ganha a confiança necessária é altura da jornalista perceber como se processa a fase seguinte. Levar os candidatos até terras do califato e que papeis irão assumir. Mas como lá chegam? Com que meios? Com o apoio de quem e passando que fronteiras?
A partir deste momento o seu trabalho como infiltrada aumenta e o perigo também. São muitas as questões que Erelle levanta e mostra a teia que envolve muitos dos acontecimentos desde a separação de uma célula da Al-Qaeda que é hoje a Daesh e como tem evoluído até à data, não esquecendo o papel dos Estados Unidos da América e da própria França. E não esquecendo também de demonstrar o reconhecimento e a afirmação que estes heróis buscam. Ou até o quão é difícil de avaliar e vigiar (e nunca se pode vigiar toda a gente!) alguém só porque se recolhe mais perante dada religião ou efectua determinadas viagens para países mais fundamentalistas.

Desde as explicações iniciais que contextualizam o tema, até ao momento fulcral de se infiltrar, o testemunho de Erelle tem um balanço positivo e até educativo, para além de assumir em certas partes contornos assustadores, mas alguns dos diálogos parecem forçados e até simplistas, não sei explicar melhor, não esperava aquele tipo de diálogos. Um outro detalhe que me deixa a pensar é ter-lhe "calhado" logo um dos homens em quem o califa deposita mais confiança. Gosto do lado informativo e até especulativo, mas na sua totalidade como caso real...

Uma leitura:

terça-feira, 17 de novembro de 2015

«Se Isto é Uma Mulher» de Sarah Helm - Opinião

Muito tenho lido sobre a segunda guerra mundial e é impressionante o quanto eu tenho a noção que sei tão pouco sobre muitos dos seus acontecimentos.
Quando penso que já li de tudo um pouco, de vez em quando e agora ultimamente tem sido mais recorrente surgir algures um novo livro ou filme que explora um outro lado que eu desconhecia.

Desta vez fui arrebatado por este relato de Sarah Helm, sobre Ravensbrück, um campo de concentração só para mulheres, que foi dos primeiros a ser construído e dos últimos a encerrar portas.

Antes de mais, é importante reforçar uma pergunta: como é que se sabe tão pouco deste campo? e como é que só agora se fala nele? Apesar do final da guerra e dos julgamentos, a cortina de ferro que dividiu o lado ocidental do oriental, isolou por completo os acontecimentos de Ravensbrück, Tornou-se um marco de resistência comunista que dificultou a passagem de testemunhos sobre as atrocidades cometidas ao longo de tantos anos.

Entramos neste livro como se fosse no próprio campo, ainda antes de este estar construído, assistimos à sua edificação e a autora explica os motivos que levaram ao seu surgimento, onde, como e por quem. Ravensbrück, aberto em 1939 e apenas a 80 km de Berlim, foi implementado num cenário quase bucólico na costa báltica, mas de poesia e beleza natural teve muito pouco nos anos que se seguiram.

Assistimos ao treino das mais brutais carcereiras, os seus pensamentos são revelados e os seus actos explicados. O relato e a narrativa de Helm são vívidos o suficiente para nos espantar com tal desumanidade gritante. Os relatos reais seguem-se uns aos outros, uns de prisioneiras, ouros de escravas e até de guardas, revelando detalhes dos dias dentro do campo. 
Relatos de prisioneiras que foram submetidas a abortos forçados, esterilização, prostituição forçada, trabalho escravo, mulheres-cobaias para as mais diversas experiências, todas elas cruéis e desumanizantes. 
Helm afirma que Ravensbrück foi a capital do crime contra as mulheres à semelhança de Auschwitz contra os judeus.

Os relatos são impressionantes, alguns foram escritos muitos anos depois da libertação,mas outros, ardilosamente escondidos no campo para mais tarde serem encontrados. Todos eles têm como fio condutor: tortura, fome, desespero, humilhação, mas também coragem, bondade e fé.
A crueldade de alguns relatos, como alguns de Selma van der Perre, colocara Sarah Helm a chorar, tal como a autora afirma, quando descrevem como se deixavam morrer bebés e crianças.

Todo o livro é um compêndio de credos e apelos a cada deus, já que neste campo não existiam só judias. Eram de todas as raças e religiões, cometedoras de pequenos delitos ou apenas por acreditarem num deus errado. Bastava também ser da oposição.
Os relatos referentes às testemunhas de jeová são também curiosos. Sendo estas muitas vezes punidas e torturadas por se recusarem a participar em qualquer esforço de guerra, conseguindo escudar-se na sua crença, encontrando nas rezas a força para suportar o fardo de estarem encarceradas e serem torturadas. A dinâmica que as mulheres jeová acabam por estabelecer fortalecia os actos de outras, negando a participarem em certas actividades.

"Ignorar Ravensbrück não é só ignorar a história dos campos de concentração, é também ignorar a história das mulheres", afirma Sarah Helm.

Para quem gosta do tema é mais um excelente livro para se conhecer os meandros de uma ideologia de uma guerra, mas lembrem-se que este é um livro pesado, não só pelo tamanho, mas pelo conteúdo. Por Ravensbrück passaram mais de 130 mil mulheres das quais se estima que, entre 30 a 50 mil, nunca chegaram a sair.

Ler mais sobre o livro aqui.

«O Segundo Cérebro» de Miguel Ángel Almodóvar

Sabia que os intestinos têm um cérebro próprio? E que do seu bom funcionamento depende grande parte da nossa saúde?

Sendo a designação «cérebro», metáfora ou não, responder afirmativamente a esta questão pode ser o mesmo que encontrar respostas para uma série de perguntas ou até de sintomas que já experimentámos diversas vezes.
Compreender melhor o nosso corpo e a forma como o podemos ajudar a funcionar melhor parece-me uma excelente meta, já que o seu bom funcionamento é imprescindível e as agressões que fazemos são constantes e nefastas a médio e longo prazo.

Miguel Ángel Almodóvar, expõe casos clínicos e recentes descobertas que fundamentam a necessidade de olhármos ao intestino como um sistema com ideias próprias, ou seja, mais funcionalidades. Pode parecer ridículo, mas se já sofreu de alguma disfunção e sentiu na pele as dificuldades ou as doenças associadas ao aparelho digestivo talvez aceite melhor o que aqui é dito, quando chegar à parte onde Ángel Almodóvar expões os sintomas que validam o que aqui é dito.

É aqui largamente referido o desequilíbrio da flora intestinal e a disbacteriose, um termo menos ouvido, mas com causas ligadas ao estilo de vida actual, o stress e a má alimentação, entre outras são  atitudes conhecidas e confirmadas como comportamentos tóxicos para a nossa saúde, por isso, os problemas tendem a surgir nos mais variados sistemas do nosso corpo.

A meu ver e dentro daquilo que sei, que leio e que sinto em mim, encontro informações úteis e explicações que fazem sentido. Cada vez mais acredito que devemos analisar-nos ao máximo, sentirmos e conhecermos o nosso corpo, procurar resposta naquilo que o corpo transmite e cada vez que aplicamos ou testamos algo novo, seja da medicina convencional ou milenar, das terapias alternativas ou holísticas, o corpo dará sempre uma resposta. No entanto, gosto sempre de continuar a pesquisar e a debater ideias, esperando por novas partilhas.

Se escutar o nosso corpo não for suficiente, encontramos também resposta nas emoções e sabendo de antemão que a alegria e o bem estar estão dependentes de serotonina e que a mesma se produz/forma em parte no intestino, temos logo mais fundamento. De mão dada com a serotonina vem a melatonina, auxiliando o sono e a recuperação, como tudo está interligado e não é assim tão fácil de compreender em todas as suas ramificações, o importante é reter que ambas são produzidas e libertadas pelas glândulas intestinais. Terei contudo falhas nas explicações mais técnicas, mas o mecanismo faz-me sentido, avaliando os sintomas quando as coisas não estão a funcionar correctamente.

Em suma, achei bastante elucidativo e bem sumariado este manual sobre os neurónios que queremos conhecer para que funcionemos melhor como um todo que somos. Quero ainda apontar mais um detalhe: as receitas fornecidas no final são uma óptima ajuda para confeccionar receitas ricas em pré e probióticos.

http://www.vogais.pt/livros/o-segundo-cerebro

«Sumos e Águas Detox» de Lillian Barros - Opinião

Comecei a fazer alguns sumos detox, de forma meio desorganizada, com o propósito de desintoxicar o organismo e obter alguns dos benefícios divulgados. Buscava essencialmente melhor funcionamento intestinal, melhorias na pele e um boost de energia. Os sumos deram resultado, mas faltava algo. Sentia-me sonolenta, já acusava algum tédio na hora de preparar os sumos e ficava sempre na dúvida se estaria a escolher e a combinar os melhores vegetais e frutos. Na época a base era sempre a água e isso era muito monótono e apesar de já combinar smoothies com sumos, esses também passaram a não me satisfazer. Ao fim de cerca de 6 meses, reduzi a quantidade de sumos na minha alimentação diária, mas logo tive a surpresa e a sorte de ganhar um workshop onde aprendi mais sobre o tema e desde aí tenho sempre tentado obter o máximo de informação possível sobre questões nutricionais para fazer os sumos e as águas mais adequadas para mim.


Nessa sequência da pesquisa cheguei até ao livro da nutricionista Lillian Barros e fiquei agradavelmente surpreendida pelas explicações e alertas que a mesma dava ao leitor e fiquei desde logo interessada pelo simples facto de ela renomear os detox, para «sumos funcionais», o que faz muito mais sentido, pois é exactamente isso que procurava, melhorar as funcionalidade do meu corpo, para além de, em certas ocasiões, precisar de limpar e desintoxicar.

Partindo então para os novos sumos funcionais, fiquei com mais informação para escolher melhor os ingredientes de cada sumo ou água e isso também despertou a minha curiosidade por certos alimentos e suplementos. Tal como é dito na sinopse deste livro, a nutricionista responde a inúmeras questões que são colocadas quando alguém pondera começar a introduzir sumos na sua alimentação. Que combinações fazer? Qual é a melhor hora para os beber? Existem contra-indicações? Como devemos conservá-los para não perderem propriedades? Fazer um jejum de líquidos é o aconselhado para desintoxicar? Durante quanto tempo?

Há já algum tempo que utilizo algumas das receitas aqui indicadas no livro e ter substituído a água de base, por águas aditivadas (como gosto de lhes chamar) ou por chá, melhorou os sumos nos quais acrescentava apenas água, isto porque existem ingredientes com sabor mais adstringente, amargo ou simplesmente forte, como a couve, a beterraba, a romã, o marmelo ou o dióspiro, que convêm diluir.

Aconselho a livro a quem queira começar ou melhorar as receitas que já usa. Julgo que encontrará informação útil e equilibrada neste «Sumos e Águas Detox» de Lillian Barros, que até se encontra organizado por capítulos bastante amigos do utilizador, separando por ex. os sumos energizantes, dos para emagrecer ou daqueles para se preparar para treinar ou os que deve fazer para recuperar do treino, entre outras categorias.
Tenho consultado alguns livros nas livrarias, mas optei por este e gostei de "o conhecer".
Deixo a recomendação.

*

Uma edição:
Leia mais sobre o livro nesta entrevista da autora.

«Se me restasse apenas uma hora para viver», de Roger-Pol Droit :: Opinião

Se vos restasse apenas uma hora para viver, viveriam-na a ler?
Não!?
Coincidência ou não, o autor concebeu um texto que é ao mesmo tempo uma reflexão mas também um relato inspirador sobre as coisas importantes da vida...
mas que se lê numa hora. Curioso?

Nascido em 1949, Pol Droit dedica este livro à neta, mas será este um registo pessoal? A narrativa na primeira pessoa deixam a pensar numa reflexão do seu percurso talvez necessária para corrigir o curso da vida, realinhar pensamentos e reposicionar prioridades? Logo perto do início, perante a ideia de morte, diz-nos "adeus vida, bom dia mistérios."
Será a morte uma sedutora caixa de mistérios que uns têm mais curiosidade de abrir que outros?

Pol Droit tem a certa parte deste curto percurso uma reflexão chave, já que eu olhei a este livro como uma reflexão para a vida de um escritor. Pensei no impacto daquilo que se deixa, daquilo que se transmitiu e que passa para o próximo. O escritor tem a palavra escrita e isso fica sempre.

"Que irreprimível necessidade leva os seres humanos a inventarem ficções para se aproximarem da realidade?"

Não bastaria a vida para nos fazer viver a realidade?
Será a ficção uma boa forma de viver a vida e se sim, será igualmente uma boa forma de experimentar a morte?
"fazem-me rir, os filósofos, com esse velho projecto absurdo de «aprender a morrer» como se fosse possível aprender aquilo que não se repete."

No pronuncio da morte anunciada chega a vontade de viver tudo o que até ali se evitou ou aquilo a que nos proibimos, acaba-se a tolerância, a prudência, os recalcamentos ou os medos, afinal a morte tem hora marcada.
"por que não explodir numa primeira e última pedrada inverosímil, resultado de todo os pós brancos, de todos os cogumelos, de todos os êxtases químicos possíveis..."
Apesar da explosão inicial, penso que o livro tem duas partes, inicialmente o choque e posteriormente aceitar que precisamos de cultivar outras coisas para que tenhamos uma vida mais real, mais consciente.

Na última hora ocuparemos a cabeça com que preocupações, com que frustrações ou ressentimentos? Ou pensaremos a felicidade fragmentada que pulsou ao ritmo dos acontecimentos e agora ao sabor das melhores memórias. Em que pensar? Que filtro aplicaríamos, se conseguíssemos, para só ter ideias que garantiam a melhor hora. Seria possível?

Julgo que perante a ideia de anúncio tão bizarro como o de saber a hora da morte a minha cabeça devia virar ainda mais anarca do que já o é ;))) Seria capaz de quebrar com a linha intermitente e obsessiva de querer compreender tudo? Talvez me preocupasse em eternizar momentos, se é que se levam alguns...
Talvez gostasse numa última hora abandonar-me simplesmente à alegria de sentir, sem ambição de compreender e evitar a angustia de não ter feito, lido, ouvido, visitado, amado... tudo o que havia por fazer.

Se inicialmente vamos pensando no lado mais pessoal do autor e daquilo que nos escreve, é inevitável não reflectirmos sobre nós próprios.

*
Durante a leitura desta livro apercebi-me da existência do Projecto 2114, The Future Library, de Katie Paterson, que podem ler aqui no P3 ou no Blog Sentido dos Livros.

*

Uma leitura com o apoio PLANETA.
A opinião da metade colorida aqui também no blogue.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

«Escravas do poder» de Lydia Cacho :: Opinião

A dura e incómoda realidade de tantas meninas e mulheres presas nas teias do tráfico sexual, um flagelo à escala mundial, proporcionado por uma máquina hedionda e gigantesca que gera milhões à custa da miséria e das dificuldades em que muitas destas mulheres são apanhadas e para as quais há uma promessa de salvação, um futuro melhor. Pior é lermos sobre as que mesmo sabendo ao que vão não têm outra escolha, o mundo que as rodeia não lhes apresenta nenhuma solução melhor.


"(...) sob o sol asiático, não sou uma jornalista nem uma activista dos direitos humanos, apenas uma mulher que caminha pelo mundo através das rotas do mal, à procura de alguém que tenha o segredo, porventura quimérico, de como salvar a humanidade da sua própria crueldade." 

Lydia Cacho põe a descoberto realidades muito revoltantes, fazendo-nos sentir privilegiadas, demonstrando que este é um crime transversal a muitas nações do mundo, desde o seu violento México ao colosso que é a Turquia, às tríades e à máfia na China e no Japão, mas que também países como o Reino Unido, a Rússia, a Malásia, a Tailândia ou o Cambodja... entre tantos outros, potenciam e favorecem o crime.

O tráfico sexual cria, para as mulheres que subjuga, um ambiente em que controla, humilha, castra e mina todas as possibilidades destas mulheres que até depois de saírem da teia, não são capazes de avançar com a sua vida. Daí a importância de instituições como a de Cacho, que demonstra o quanto estas pessoas necessitam de apoio para se dignificarem, encorajarem e tentarem superar o que anos de escravidão lhes provocou. 

As denuncias de Cacho são ainda mais vasta que a geografia do problemas, ela não poupa homens ou mulheres, famílias, filhos, militares e polícia ou até grandes nomes da política ou dos quartéis de droga, sem esquecer a cultura e a religião. O problema só ganhou as dimensões que tem devido à acção de pessoas em todos os espectros da sociedade. O clima de medo, violência e fanatismo é tal ordem que também isso é um factor de recuo na denuncia e no apoio a situações de prostituição.

"Muitos líderes de opinião simplistas e radicais consideram que qualquer pessoa que se atreva a questionar os malefícios da pornografia, da prostituição e do clientelismo do comércio sexual é retrógrada, ignorante, conservadora, beata, frígida, lésbica ou homossexual. (...) Não pude fazer nada sobre o facto a não ser guardar o papelito como recordação do seu atrevimento de desafiar os patriarcas a quem Gabriel Garcia Márquez chamava os «alegres velhos putanheiros»."

Os casos aqui relatados, as infâncias destruídas, os úteros sacrificados, as mentes danificadas e as mulheres fragmentadas e desumanizadas... são relatas com paixão e dedicação. Lydia Cacho dedica vida e carreira a expor ao mundo, a denunciar e a levar a palavra de muitas destas mulheres a inúmeras sessões de consciencialização para esta problemática.

Podem ouvir algumas nestes vídeos:
Los Demonios del Edén: La Cruzada de Lydia Cacho
Festival of Dangerous Ideas: Lydia Cacho - Slavery is Big Business
En Conversación: Lydia Cacho con Lucía Martínez Odriozola

Uma leitura com o apoio:

"A Coisa Terrível Que Aconteceu a Barnaby Brocket", de John Boyne :: Opinião

Flutuar é a terrível coisa que os outros julgam acontecer a Barnaby, mas quem se apaixonar por esta história verá que terrível é a normalidade disfuncional desejada por muitos.

A normalidade é encarada como a maior virtude para a família Brocket, mas aquando do nascimento de Barnaby nada mais foi como dantes!


Barnaby flutuava e isso era um atentado contra a normalidade exigida para ser ser um Brocket.

John Boyne, autor de "O Rapaz do Pijama às Riscas", traz nesta história de Barnaby Brocket uma chamada de atenção sobre a diferença, o abandono, a descriminalização e o desrespeito, dentro da própria família, mas também toda a capacidade de reinvenção e magia que a diferença podem trazer a uma criança.   

Se o leitor quiser dar a volta ao mundo, dormir um colchão no tecto e flutuar, precisa de ler este relato de doce devaneio. 



"A Coisa Terrível Que Aconteceu a Barnaby Brocket", de John Boyne 
com ilustrações de Olivr Jeffers e tradução de Irene Guimarães
Veja mais do livro aqui no site da Bertrand


Novidade Marcador :: "Lama, Suor e Lágrimas"

Quem nunca se cruzou com Bear Grylls na televisão e pensou "este gajo é louco".
Agora vão ter oportunidade de saber um pouco mais sobre este aventureiro contado na primeira pessoa.


Bear Grylls é um homem que sempre procurou as aventuras mais radicais. Conhecido e admirado por milhões de pessoas, Bear Grylls sobreviveu em locais aonde poucos se atreveriam a ir. Agora, pela primeira vez, conta a história da sua vida recheada de ação. Cativante, comovente e extremamente motivadora, a obra Lama, Suor e Lágrimas é de leitura obrigatória, tanto para viciados em adrenalina, como para aventureiros de sofá.

«Há poucos homens mais duros que Bear Grylls, o arrojado montanhista e aventureiro.»
The Sun

http://marcador.com.pt/conteudo/266-lama-suor-e-lagrimas

domingo, 15 de novembro de 2015

Opinião "Deixa-te Levar" de Megan Maxwell

Weepaa! Que saudades dos irmãos Ferrara e das feras que os rodeiam.
Embora para mim ninguém consiga destronar Bjorn e Melanie em "Surpreende-me", os personagens de Megan Maxwell conseguem cativar- nos e converterem-nos em amigos que se afligem pelos seus males e se alegram pelas vitórias nas suas vidas.
E agora, na história de Ruth e Tony o sentimento mantém-se.


Já conhecemos Tony da história do seu irmão em "Adivinha quem sou". Gostamos dele, do carisma característico de ser um Ferrasa e agora temos oportunidade de o ver a ir atrás de uma mulher pela primeira vez na sua vida de mulherengo a quem as mulheres perseguem. O alvo dessa perseguição é Ruth, uma emprega de mesa que se destaca pela sua atitude desprendida e o seu cabelo multicolor, o completo oposto das mulheres sofisticadas e aperaltadas com que Tony sai noite sim....noite sim!
Determinado em causar impacto em Ruth, que aparenta total desinteresse nele, Tony vai à luta e mal sabe que aquele remoinho de cor, sedução e respostas certeiras tem associado a si um furacão el nino que Tony desconhece até já ser tarde de mais.
Estará o eterno mulherengo Tony Ferrasa preparado para dar o seu coração a uma única mulher? E será que está preparado para a dividir com outros? 
Hey...respeito, não é o que pensam. Ruth é mãe solteira e mata-se a trabalhar para cuidar dos filhos. Com "Deixa-te levar" Megan Maxwell fala-me perto do coração, como aconteceu com "Surpreende-me".

Estará Tony preparado para ter mais do que aquilo que pediu? 
E quando o presente de Ruth lhe é revelado será Tony homem suficiente para apoiar a mulher que ama? E quando o passado reaparece, será esse o fim da linha para estes dois amantes?

Uma vez mais Megan não desilude e entrega-nos uma história cheia de animação, música, laços familiares e de amizade fortes e ainda, a oportunidade de voltarmos a ver a família ferrasa em acção.
Adoro que a autora crie sempre personagens femininas fortes e com uma boa dose de realidade. Sim, porque depois cria homens que só existem nos livros ahahah
Ai ai Megan Megan...o que nos espera depois de Eric, Bjorn, Dylan, Tony...vá e Omar, que se redime neste livro com a sua "bichinha"...o que nos espera?

Tenho só a salientar uma coisa que achei menos positiva. Senti que de início do livro, a história de Ruth nos é debitada a despachar mas tirando isso, temos um livro do género a que Megan já nos habituou, que conta com os elementos que lhe são característicos e tem ainda um pouco mais de acção do que o habitual. 

Quem venha o próximo!
Já ficámos a saber que "Pídeme lo que quieras y yo te lo daré" sairá em Portugal no primeiro semestre de 2016.
Ficam a conhecer a capa. Linda!


Por aqui não temos perdido um livro da autora publicado em Portugal. Relembramos as opiniões:
Deixo-vos a opinião à trilogia Pede-me o que quiseres, que nos conta a história de Eric e Judith
 
entrevista com a Megan Maxwell e a opinião a Surpreende-me, a "continuação" da trilogia

Opinião ao primeiro livro da duologia "Adivinha quem sou", com a história de Dylan (irmão de Tony) e Yanira
http://efeitodoslivros.blogspot.pt/2015/01/opiniao-adivinha-quem-sou.html
e ao segundo "Adivinha quem sou esta noite", conclusão da duologia sobre Dylan e Yanira.

Boas leituras!

Megan Maxwell é uma aposta

«Flores» de Afonso Cruz :: Opinião

Começo já pelo final quando é dito que são os detalhes que mostram a essência das pessoas. Será que podemos dizer que pela qualidade dos detalhes, pelo cuidado e atenção que o autor coloca no seu texto está a essência da sua escrita?

Se sim, estamos perante uma essência bastante rica e profunda. Cada história que Afonso Cruz traça nunca vem só, são camadas e camadas. As flores não são só flores. As flores são palavras e as palavras têm espinhos, mas antes com espinhos e ter flores e palavras que ter apenas o vazio ou a solidão.

Este flores é um jardim inteiro, são as flores para a alegria e são ao mesmo tempo as flores que se depositam no corpo que se leva a enterrar. São as flores que acompanham a noite da paixão, como as selvagens que crescem e embelezam os campos... mas são também as flores que murcham e secam como os dias resignados à rotina.

«Flores» é metáfora para medo, espinhoso e que pica, mas que desperta e faz o indivíduo agir e corrigir a sua direcção. «Flores» são música, são poesia.. detalhes recheados de música e força que podem corrigir e conseguem salvar o mundo, vencer a guerra, meter um sorriso num rosto triste e só.

«Flores» é a taumaturgia do próprio Afonso Cruz! O poder enigmático e metafórico da sua escrita, simples, mas profunda, que esmaga a rotina e realça a esperança que pode haver em todos os momentos.

Foto de Afonso Cruz por Bruno Colaço, na entrevista da ESTANTE

Uma leitura com o apoio
COMPANHIA DAS LETRAS


sábado, 14 de novembro de 2015

Opinião "As Gémeas de Gelo"


Wow, é o comentário desta leitora que gosta de intercalar os seus habituais romances com alguns livros diferentes e "As Gémeas de Gelo" cumpre com todos os requisitos ao proporcionar uma profunda e arrepiante viagem à vida dos Moorcroft, uma família devastada pela morte acidental de uma das suas gémeas.
Angus e Sarah viviam uma magnífica vida em Londres, com as suas duas gémeas mais que perfeitas, tão lindas, iguais e únicas mas desde o dia em que a tragédia bate à sua porta e a morte levou uma das suas gémeas que a normalidade e a perfeição é algo que dificilmente se encaixa na vida dos Moorcroft.

Uma mãe devastada, um pai que afoga a dor no álcool e uma filha que perdeu a sua gémea e que começa a perder também a sua identidade. 
Que segredo esconde o dia do acidente? Poderá um equívoco revolucionar a vida da família Moorcroft, obrigando-os a prolongar o luto não por uma filha mas pela que ele a julgavam estar viva?
Poderá a mudança para uma ilha isolada ser o curativo que esta família precisa ou o catalisador para mais desgraça? 

Além de a história ser arrepiante, se pararmos para pensar em tudo o que vamos descobrindo desde a mudança de Londres para a ilha, especialmente com a confissão da identidade da gémea sobrevivente e com a visão que a troca de narrador entre Angus e Sarah proporciona, o autor consegue ainda tornar tudo mais sombrio com as descrições detalhadas da zona onde se localiza a Ilha.
O enredo, onde somos levados a repensar o que sabemos ao longo da história toda, prende-nos na busca pela verdade mas também nos leva a viajar pelas Terras Altas da Escócia. Desafio-vos a googlarem os vários locais mencionados para que, de modo a completar a detalhada descrição do ambiente que os rodeia, consigam visualizar por completo o local gélido, isolado, cru mas estranhamento idílico que é a ilha (embora fictícia), parte das Hébridas no mar do norte.
E é do isolamento avassalador de Eilean Torrean, a ilha trovão, a que os Moorcroft chamaram de casa que desenrolamos o intrincado novelo de segredos, mentiras e culpa que amarra um pai, uma mãe e uma filha a um evento que os marcará até ao fim dos seus dias.

Soberbo este livro de estreia de S. K. Tremayne, um nome que fica irremediavelmente no radar

Uma leitura que prendeu esta leitora que ocasionalmente se aventura no género e que eu espero que agrade a leitores fieis e aos esporádicos como eu.

Boas leituras!

Uma aposta

Novidades Individual :: 3 em 1




Mais informações para breve

Três apostas da 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

«Há Sempre Tempo para Mais Nada» de Filipe Homem Fonseca :: Opinião

O mundo anda faminto de qualquer coisa que não sabe o que é. Mãos estendidas, estômagos vazios, gente que morre à espera. Há Sempre Tempo Para Mais Nada é uma história de perda colectiva e individual (...) A extinção pessoal de um viúvo...

Assim se apresenta a sinopse deste «Há sempre tempo para mais nada», onde ficamos a mãos com um viúvo fazendo uma extraordinária declaração de amor à mulher que perdeu.

Antes de dispersar pelas frases seguintes, tal como o autor faz nas páginas deste seu segundo romance, precisei de ler mais sobre o autor e gostei deste pequeno resumo do seu percurso e de como podemos contar com futuros romances, já que Homem Fonseca detesta «deixar apodrecer ideias», como se pode ler no artigo «A loucura engana-se com a dispersão» no Sol.

*

"Sobreviva o indivíduo, a espécie logo se vê, evoluir é encontrar a solidão da sobrevivência."

É essa solidão que conseguimos aqui acompanhar e sentir o luto, o vazio, o desespero e o amor que ainda existe no peito, na cabeça e na tal mão estendida com que este viúvo caminha entre Lisboa e outro canto do mundo.

É de mão estendida que o viúvo e o leitor chegam ao fim, sem dó nem piedade, antes pelo contrário. Se inicialmente parece estarmos perante uma louca e bela declaração de amor, dona ainda de bastante lucidez, todas essas esperanças morrem ao longo da narrativa e não há lugar à redenção. A perda é continua e não há extinção para a dor que o embala e que o afunda. A morte da mulher é inexplicável e tem o poder de lhe usurpar todas os pensamentos.

"Até então, só me comovia a morte. Não a tua, a tua existiu para além de toda a razão e sentimento, sei que nesse dia o meu juízo viu quebrado o selo. A única morte que me comovia era a dos livros, os mortos daquelas páginas, sepultados para sempre entre a mesma capa e contracapa que lhes encerra a vida toda, do primeiro choro ao último suspiro (...)"

A escrita e o estilo narrativo do autor são viciantes, o encadeamento das ideias, mesmo que aparentemente dispersas, mistura a perda individual com a perda colectiva, numa análise muito lúcida do que o envolve, abordando a actualidade, mas sem que para isso o texto se torne banal, antes pelo contrário, é o contexto político e social que dão a perceber ao leitor que o viúvo não está totalmente perdido, no entanto não existe espaço para ilusões ou paternalismos. O desassossego é evidente e a preocupação sente-se com cada critica social e respectivo tom cáustico que a revela, no entanto, tem todo o lado belo e terno de palavras carregadas de amor e saudade por alguém que partiu antes do tempo... não consegui desprender-me da ideia de este livro ser uma declaração de amor, uma carta de despedida... as palavras que não foram ditas por imposição do tempo.

"(...)A perda é que muda tudo. Quando se perde tudo há outra coisa que nasce para ocupar o vazio."

*

Uma leitura com o apoio QUETZAL.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Novidade Planeta :: A Mão Esquerda de Deus

De novo no mercado, em reedição da Planeta, aquele que é um dos mais importantes romances históricos sobre a Inquisição portuguesa já escritos.


Um autor que é considerado uma das mais importantes vozes literárias da sua geração e que é claramente uma das mais reconhecidas no campo do romance histórico.
Este livro é baseado na fábula, por muitos aceite como verdade histórica, do falsário andaluz Alonso Pérez de Saavedra, que através de bulas forjadas terá passado por núncio apostólico e instituído em 1539, durante o reinado de D. João III, o Tribunal da Santa Inquisição em Portugal.
Finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d'Escritas,

A Mão Esquerda de Deus é um romance poderoso e inesquecível sobre a verdade e a mentira, uma história de amor e culpa e uma viagem intemporal ao mais fundo da natureza humana, numa época em que impera a intolerância e a desumanidade.

Uma novidade

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Novidade Teorema :: "Cidade em Chamas" de Garth Risk Hallberg

"Cidade em Chamas", um livro que já valia 2 milhões de dolares ainda estes de estar concluído.
Isso é que é colocar a fasquia das expectativas lá bem no alto.
Leiam o artigo do Público

Vocês são infinitos. Eu vejo-vos. Não estão sozinhos.


No último dia de dezembro de 1976, Nova Iorque prepara-se para celebrar a passagem de ano. Em Times Square, a famosa bola cai; na baixa, os antros punk explodem de energia; as penthouses da zona alta da cidade iluminam-se em elegantes festas temáticas. Sobre a neve que cobre o Central Park derrama-se o sangue de Samantha Cicciaro. Muitos metros acima, na varanda de um luxuoso apartamento, dá-se um encontro improvável entre Regan Hamilton-Sweenie, herdeira de uma enorme fortuna, e Mercer Goodman, um professor negro recém-chegado do interior do país. A uni-los está William, um artista plástico a braços com a sua arte e os seus demónios. Rotas individuais em colisão, que nos conduzem aos recantos mais solitários de uma cidade perigosa, selvagem, à beira do colapso. 

Em seu redor, gravitam pessoas tão diferentes quanto os mundos que habitam: um adolescente suburbano seduzido por Manhattan, um financeiro acossado, um jornalista obcecado com uma única história, um grupo terrorista, e o detetive que tenta descobrir quais são as ligações de cada um deles ao tiroteio no Central Park. 

E quando a cidade se cobre de negro no célebre apagão de 13 de julho de 1977, estas vidas mergulham numa escuridão da qual sairão transformadas para sempre.

“Uma sinfonia épica. Um romance grandioso e esmagador.”
The New York Times

“Tão grande quanto a vida.”
Washington Post

“Soberbo.”
Booklist

Uma novidade 
Mais informações na LeyaOnline

Novidade Suma de Letras :: "O último adeus" de Kate Morton

Uma história de mistério orquestrada por personagens pitorescos e ambientada entre os anos 30 e a actualidade. "O Último Adeus" é o mais recente livro de Kate Morton que chega agora a Portugal pela mão da Suma de Letras.


Numa majestosa casa de campo inglesa um miúdo desaparece sem deixar rasto durante a festa do solstício de Verão. Apesar da exaustiva investigação policial não se encontra rasto algum. A família do miúdo, desfeita e desesperada, faz as malas, fecha as portas e regressa a Londres para nunca mais voltar.

Setenta anos depois a inspectora de polícia londrina Sadie Sparrow, de visita na casa do seu avô na Cornualha, saí a correr pelo bosque e encontra uma mansão abandonada. Espreita através de uma janela e sente que alguma coisa terrível aconteceu nessa casa. Agora, cheia de curiosidade, esta decidida a descobrir que é o que aconteceu.

Uma novidade

Opinião "After" de Anna Todd

Oh raios! Como é que é possível passar um livro todo a abanar a cabeça, a repreender personagens, a pensar no motivo do sucesso deste livro para depois acabar completamente chocada, presa e rendida ao fim e à sua continuação?


"After" de Anna Todd tem sido um estrondoso sucesso mas eu honestamente sinto que cheguei 10 anos e uns 10 livros mais tarde. Eu ja vivi, já li e já aconselhei/ouvi amigos em relações deste género, as de amor e ódio, aquelas que vão do riso aos gritos em segundos. Ler "After" não teve em mim o impacto que achei que iria ter mas fui obrigada a mudar de opinião quando cheguei ao fim. Sinto-me dividida e detesto quando isto acontece. Como é possível gostar e não gostar de uma coisa?

Ora acompanhem la o meu raciocínio. 
Por mais aventura e emoção que a entrada de um autêntico bad boy tem na vida de qualquer miúda dita normal, a dor que fica no final por vezes supera em larga escala os momentos bons, divertidos e ousados que proporcionou.
Quando conhecemos Tessa sabemos que aquela atitude controlada e rígida vai cair por terra no momento em que, fazendo jus ao "quanto mais me bates mais eu gosto de ti", Hardin a levar à loucura, acabando assim por a levar também na certa.
Filha de uma mãe que fez tudo para a trazer até à faculdade, incluindo gerir todos os aspectos da vida de Tessa ao ponto desta apenas se sentir livre pela primeira ao chegar à faculdade. E como todos os primeiros voos dos passarinhos, também o de Tessa foi desajeitado e desastroso.
A existência de Hardin nas imediações deixa-a a viver em campo minado. Bad boy da atitude arrogante até ao look e mulherengo até à raiz dos cabelos, Hardin desdenha de Tessa desde o primeiro momento em que lhe coloca os olhos em cima. Mas quem desdenha quer comprar e desde esse instante inicia-se um caminho acidentado, de altos e baixos, de gritos e discussões, de novas sensações e descobertas, de rebeldia, de liberdade, de dor...é, especialmente de dor e até ao final.

Eu gostei de ser surpreendida no final e de ficar presa no enredo e na continuação por esse motivo mas posso afirmar que a minha maneira de ser não consegue compreender a flexibilidade e aceitação de Tessa perante o descontrolo, as alterações de humor, a falta de comunicação e as mentiras de Hardin.  Deixem-me revoltar com isto, nenhuma miúda ou mulher se devia sujeitar a ser escondida, a ser um dirty little secret e acima de tudo, nenhuma mulher devia ser controlada como se não tivesse cérebro para pensar e tomar decisões. Mais importante ainda, nenhuma mulher deveria tolerar violência, física ou psicológica, muitos menos desculpar os maus comportamentos de um namorado ou marido "porque ele é assim", "ele faz estas coisas mas ele ama-me", "isto acontece porque ele anda stressado" ou a pior de todas "desculpa, a culpa é minha".

Talvez eu esteja a ver coisas onde elas não existem mas penso que com o final, muitas coisas ficam explicadas. Mas na minha opinião nada explica a atitude de Tessa. 
E pensar que demorei a entrar nas primeiras páginas porque a minha mente recorria à imagem do moço dos One Direcion (em que o Hardin foi inspirado) e eu não lhe acho graça nenhuma.
Novamente, 10 anos e 10 livros tarde de mais. Hardin...u got nothing on Travis Maddox!!!
Se fosses meu amigo levavas na tromba, forte e feio.

Mas agora tenho de ir ler o segundo, preciso de saber a verdade. PRECISOOOOO SABER A VERDADE!!!

Há livros que nos levam a loucura, aos vários tipos que há e no final, mesmo revoltadas pela loucura induzida, ficamos mortinhas por ler a continuação. 
After é tipo Mcdonalds, vamos lá, pedimos aquele hambúrguer gostoso, a cola e as batatas, comemos tudo numa revolta por sermos fracas mas completamente rendidas ao sabor, que é tipo droga para o nossos sistema. Pior, o segundo já tá aí e eu vou ter de pedir o sundae de chocolate e lambuzar-me mais um pouco. Raios!! Quando é que começo a ler livros sérios? :P

Tentei criar uma playlist mas não encontrei músicas que fossem perfeitas para a história mas mesmo assim deixo umas quantas avulso :P

Agora aguardo a vossa opinião. Please falem comigo! !!

A série After é uma aposta

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.

O segundo livro já se encontra disponível aqui.

Novidade Coolbooks - "Outubro Negro" de Catarina Janeiro

Uma novidade ebook da Coolbooks que nos despertou a atenção. Temos realmente de começar a estar atentos às novidades no formato digital.
E por aí, são muitos os livros lidos em ebook?

"Quem com fogo mata, com fogo morre."

Albano é um homem reservado, médico num hospital psiquiátrico, e é na sua profissão que tem focado todas as suas energias e expectativas ao longo dos últimos 24 anos. Disciplinado e racional por natureza, encerrou dentro de si as tragédias que marcaram a sua vida.

A morte do seu melhor amigo, Augusto, num tempestuoso dia de outubro, seguida da morte da sua única namorada, roubaram-lhe o fim da adolescência e moldaram a sua vida futura.

Repetições de um passado negro, marcado pela morte e vingança e há muito esquecido, obrigam Albano a recordar a altura mais difícil da sua vida. Acontecimentos bizarros e inexplicáveis obrigam-no a confrontar o real e o sobrenatural, o bem e o mal, o seu presente e o seu passado.

Mais informações sobre a obra de Catarina Janeiro aqui
uma novidade

Passatempo - "Fatima, A Filha de Maomé", o segundo volume de As Mulheres do Islão

Depois de termos sorteado o primeiro livro desta trilogia, chega a vez de trazer a passatempo:"Fatima, A Filha de Maomé", o segundo volume de As Mulheres do Islão


Passatempo termina a 21/11/2015

Para se habilitar ao passatempo, preencha o formulário abaixo e siga as regras dos nossos passatempos:

ATENÇÃO - REGRAS:
- O preenchimento do formulário é obrigatório para se habilitar ao passatempo.
- Podem participar todos os dias, basta voltar a preencher o formulário.
- Só serão apuradas participações de fãs e/ou seguidores.
- Ser fã e seguidor, duplica as hipóteses de ganhar.
- Só aceitamos participações de residentes em Portugal.
- Sorteamos os prémios no random.org entre todos as participações.
- Não nos responsabilizamos por nenhum extravio. O prémio será enviado pela Editora.

Um passatempo com o apoio:


Novidade Editorial Presença :: Pela mão de Suzanne Collins...

PAra todos os fãs de Suzanne Collins e The Hunger Games, esta novidade é incontornável.


Enquanto escorrega pela conduta de ar atrás da irmã, Gregor suspira por mais uma peripécia na sua vida. Mas nada o preparou para a aventura que se segue. Debaixo da cidade esconde-se a Subterra, um mundo sombrio onde os humanos convivem com aranhas, morcegos, baratas e ratos gigantescos. A Subterra prepara-se para a guerra e uma profecia previu que ele mesmo, Gregor, desempenhará um papel importante. Gregor quer fugir, mas percebe que ali talvez possa desvendar o desaparecimento do pai.

«A aventura fantástica de Gregor passa-se num estranho mundo subterrâneo repleto de baratas gigantes, morcegos e humanos de olhos violeta… As criaturas parecem reais e a história é emocionante… Excelente.» | Kirkus reviews

«Suzanne Collins cria com perfeição um mundo sem recorrer a descrições extensas… Ao contrário de Gregor, ansioso por se ir embora, os leitores irão achar a Subterra um lugar fascinante.» | Publishers Weekly

«Uma mistura original de personagens interessantes, recursos inovadores e um cenário invulgar torna este livro apelativo para os fãs mais jovens de literatura fantástica.» | VOYA
«Uma aventura empolgante tanto para os leitores do género fantástico como para todos os outros.» | School Library Journal

» Excerto «
Uma novidade
http://www.presenca.pt/livro/infantis-juvenis/10-a-14-anos/gregor-a-primeira-profecia/



Resultado Passatempo Ebook "Pelas ruas de uma cidade sem nome"

E antes de lançarmos novos passatempos, não nos podemos esquecer de lançar os vencedores do que ainda se encontra pendente de apresentar resultados.
Por isso, sem mais demoras....



Com 735 participações, a participação vencedora pertence a Sara Ferreira Soares, 
com a participação nº 121.
E à Vera Madrugo Jacques com a participação nº 491
A vencedora já foi contactada via e-mail.  

O passatempo teve o apoio