"«A Caixa» (...) mosaico de fragmentos que era a nossa família."
"(...) pelo ar circulam palavras ainda por pronunciar."
Entre na
caixa, não deixe nada
ficar de sobra.
Sem flache, entram e saem episódios, anos de vida...
assim em termos de milagre.
Entre o que acontece e o que desejamos é a só a distância de um clique, uma linha, uma palavra.
É a
barafunda das ideias de quem já celebra 80 anos, 8 filhos, 4 mulheres (ou mais) e claro todos sob o efeito de
ped'um desejo de Mariachen que têm o poder de quebrar muros (ou levantá-los) inventar cães, destronar guerras, criar e destruir famílias... é a loucura de entrar num buraco escuro e em
instantâneos momentos viver uma guerra, escrever livros, galgar fronteiras, contornar
negócios escuros e ainda um Nobel.
Retrospectivamente a
Agfa Box é uma máquina do tempo com poderes semelhantes aos
do alto dos céus que prevê e lapida o futuro ou conserta e abrilhanta o passado, conseguindo assim en-caixar melhor o presente.
"(...) sem que eu precisasse de dizer «tir'aí uma, Mariachen!"
"A minha Box tira fotografias que não há como elas. E vê coisas que antes nem lá estavam. Ou então mostra aquilo que a vocês nem em sonhos vos ocorreria."
"A minha Box é como o nosso querido Deus: vê tudo o que é, o que foi e o que há-de ser. A ela ninguém a pode trapacear."
*
É o melhor que vos posso dizer de uma obra tão peculiar, que várias horas de sono me tirou, me fez reler e dobrar cantos para lá voltar novamente.
Uma escrita diferente, digna de alguma barafunda ou o passados por vezes não fosse isso mesmo, um misto de ideias, sensações, acontecimentos e vivências que às tantas os fantasmas lutam todos por um papel principal.
Prepare a mente, receba as imagens e sinta peculiaridade de um autor que tem tanto de aclamado como de controverso.
Boas Leituras.
Uma edição
Casa das Letras - Leya
Outras informações e notícias sobre o autor -
aqui - de onde li vários artigos para entranhar melhor na leitura.