quinta-feira, 29 de julho de 2010

Opinião - "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago



Talvez um dos melhores livros que já li, se não o MELHOR.
é verdade, não li muitos mas este deixou-me de rastos.
é poderoso,
tocante
marcante
perturbante
pega na nossa imaginação e esfrega-a no chão, no lixo, deixa-a moribunda na valeta enquanto nos mostra o nível baixo a que podemos chegar.
Demorei um pouco a digerir a escrita, é diferente, completa e complexa.
O livro agarrou-me do princípio ao fim, dava por mim a pensar na história sem a estar a ler.
Dei por mim a olhar para um copo de água e a pensar "e se este fosse o último"
Este livro é um abanão, uma chapada na cara e um murro no estômago.

Quem o lê e não se sente assim ou tem uma carapaça muito dura ou não percebeu metade do lá estava escrito.

Este é daqueles que tenho de ter na minha estante para o reler.....marcar...sublinhar....ser meu.
Este é daqueles que não pode faltar.

Ignorante fui todo este tempo que me recusei a lê-lo.

Agora....Tenho o Blindness de Fernando Meirelles à minha espera lá em casa.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Opinião - "Um homem com sorte" de Nicholas Sparks

Este foi o meu primeiro romance :) bem...o meu primeiro Nicholas Sparks 
Considero-me rendida. 

Sinopse 
Durante a maior parte da sua vida, Logan Thibault foi um homem que em tudo se podia considerar comum. Porém, nada de comum havia naquilo que estava prestes a acontecer-lhe. Quando encontra uma fotografia de uma mulher nas areias do deserto do Iraque, Logan Thibault passa, inexplicavelmente, a ser um homem com a sorte do seu lado, que sobrevive a situações de indescritível perigo. A fotografia começa a ser encarada como um talismã e, de regresso aos EUA, Thibault não consegue deixar de pensar na mulher que lhe salvou a vida. Mas, assim que a encontra, o segredo que transporta consigo poderá custar-lhe tudo aquilo que lhe é querido.

Opinião
A história tem vários elementos que me agradam...a personagem feminina, o facto de Logan ser militar, toda a história está particularmente bem escrita e bem entrelaçada.

Compreendo porque tanta gente gosta dos livros do Mr. Sparks. Dei por mim cativada com a história e acima de tudo, a desejar saber o que vai acontecer a seguir com aquelas personagens.

Eu andei o livro todo à espera daquele momento em que a lagriminha viria ao canto do olho....ESTOU SAFA....este não é um dos livros para chorar as pedras da calçada.

Isto em filme?

hmm....
já ouvi rumores :)
Personagem preferida: Zeus (o cão)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Augusto Cury

Questionando tendências, fenómenos e ... Cury?

Eu compreendo que um autor se deva manter fiel aos seus princípios e crenças, especialmente Cury onde vemos uma grande ligação com Jesus e os seus ensinamentos, porém vender livros só com o propósito de vender não me parece assim tão digno de ser apreciado e credível. Suspeito que as editoras apertem para editar novos títulos, especialmente quando se tratam de fenómenos comerciais, mas ainda assim acho que deve haver respeito pelo leitor, que se torna fã, seguidor... e que espera mais a cada livro!

Não sei se este post se pode considerar uma review, nem sei se é mais sobre as obras ou uma delas propriamente, mas olhei aqui para a prateleira e vi "O Vendedor de sonhos e a revolução dos anónimos!", o que dizer, peguei nele duas vezes e não consegui passar das 100 páginas.

O primeiro livro foi brutal! Brutal é a palavra, sem dúvida. As ideias de Augusto Cury estavam estrondosas, considero que de todos os que li, talvez «O Chamamento» fosse o melhor livro, pelo menos o mais autêntico! Ainda assim desconfiei quando no fim me apercebi que iria funcionar como trilogia, o que normalmente me assusta, porque temo "continuações"... parecem-me sempre mais do mesmo. E qual não foi o meu espanto quando adquiri a Revolução dos Anónimos e dei por mim a achar, que em certas passagens, o livro não passava de uma repetição do primeiro. 


Augusto Cury é, sem dúvida, uma autor que gosto de seguir, gosto de pensar pelas ideias desafiantes que ele lança, adoro a maioria das entrevistas que li dele. Através das suas palavras, desde a faculdade que me interessei pela forma como trazia as palavras de Jesus, mas fiquei desapontada com este segundo volume.

Ainda assim, esperemos que um próximo, fora desta "saga", seja um retorno ao que de melhor escreve e com a devida criatividade.

Opinião - "Noites de Paixão" de Cheryl Holt


Sinopse
Kate Duncan concorda um ajudar a prima a conquistar um marido até que percebe que a jovem deseja usar uma suposta poção de amor para seduzir Marcus Pelham. Para provar que o elixir não passa de uma bebida sem qualquer efeito mágico, Kate bebe-o e vive o momento mais sensual da sua vida ao apanhar Marcus em plena sessão amorosa com outra mulher. Todos os nervos do corpo de Kate reagem ao observá-lo no meio das sombras, mas o despertar dos sentidos será uma consequência da poção ou do atraente homem? Felizmente, Marcus não repara que Kate o espia, ou pelo menos ela assim o pensa…
Na qualidade de conde de Stamford, Marcus tem a seus pés muitas mulheres. Contudo, nada o excitou mais como a imagem de Kate a observá-lo. Marcus vai então seduzir Kate e bebe, também ele, a poção. Contudo, o jogo assume contornos inesperados quando Marcus se vê verdadeiramente atraído pela inocente Kate. Ao ensinar-lhe a excitante arte da sedução, será que se apaixona perdidamente pela primeira vez? E será ele capaz de amar uma única mulher para o resto da vida?


Opinião: 

Confesso que há alguns meses jurava a pés juntos nunca proferir a frase "adorei este livro" ao falar sobre um romance deste género. Basta olhar para a capa original e penso sempre naqueles livros que a minha mãe lia quando eu era mais nova, os Arlequim Bianca ou lá como era o nome ou colecção :)

Os livros publicados pela Quinta Essência chegaram-me às mãos através de passatempos, caso contrário, nunca os teria lido. Não é o tipo de livro para o qual eu olho na livraria. (este, na versão portuguesa tem uma capa muito bonita e o laço dá aquele toque divinal).
A história prende-nos, e quando damos por isso, já estamos a meio do livro e a desejar saber como tudo vai acabar, ou seja, queremos saber se os "bons" são recompensados por todas as atrocidades que sofreram e se os "maus" pagam por todos os crimes que cometeram e pelas pessoas que magoaram. 
Mais, queremos saber se a personagem principal acaba ou não com o príncipe encantado (que aqui, de início, é tudo menos um encanto de pessoa).

Quase que consigo dizer "este livro dava um filme de época muito giro, que levaria imensas mulheres ao cinema e que se tornaria um grande "blockbuster"".

:) este livro é para:
- quem gosta de romances
- quem gostar de romances a puxarem para o erótico (aka cenas de sexo de duas a três páginas!)
- quem é uma sentimental e gosta de saber se o "viveram felizes para sempre" se mantém em todas as histórias que lê.

"Picos e Vales" de Spencer Johnson - Opinião

Picos e Vales
"Picos e Vales" de Spencer Johnson, que escreveu: "Quem mexeu no meu queijo", talvez a fábula de negócios que mais vendeu até hoje!
Spencer Johnson chega até nós com "Picos e Vales" contando-nos uma pequena estória sobre as viagens que podemos fazer entre os picos e os vales que surgem nas nossas vida, onde talvez o mais importante seja a forma como olhamos aos acontecimentos e o que bebemos das relações com os outros!
Creio que o índice de conteúdos deste livro deveria ser uma wish list para resolvermos melhor certos assuntos, aliás, pessoalmente, se me lembrasse destes passos mais vezes talvez, quem sabe, tropeçasse menos!

Então, eu retiro deste livro o seguinte enunciado de ensinamentos, perante um problema, um vale, uma crise, você deve analisar:
- analise bem o vale e o que o faz estar em baixo nesse vale;
- procure encontrar as respostas, colocando as perguntas certas;
- esquecer, lembrar e avaliar qualidades, comparando-as;
- descansar - um período para reflexão;
- aprender;
- descobrir - fazendo, experienciando;
- partilhar;
- frase mestra: "devemos ser amigos da realidade!";

É favor aplicar às diversas situações da vida!

«Viver todos os dias cansa» de Pedro Paixão - Opinião


Viver todos os dias cansa, quem é o diz é Pedro Paixão! É provável que sim, especialmente quando se vive mais do que uma vida, se sente mais do que uma pessoa em si mesmo ou se julga ser capaz de viver mais do que uma vida ao mesmo tempo... será só síndrome de escritor ou algo mais? Pedro Paixão assume ser portador de doença bipolar e escreve, julgo eu com muita razão, «As pessoas deviam ter mais de uma vida ou, pelo menos, uma que pudesse também voltar atrás se necessário. Para corrigir o que saiu mal à primeira, aprender a saborear as poucas horas boas - tal como uma canção que quanto mais se ouve mais se gosta - e, sobretudo, para poder ir primeiro por um lado e depois por outro e depois, sim, seguir pelo caminho encontrado.» 

Conto atrás de conto, Pedro Paixão brinda-nos com a sua genialidade e autenticidade, em "Situação Particular", por exemplo, com a frase "o entusiasmo, aliás, não é mais do que uma breve suspensão no movimento da queda". Em "O Porto a quatro cores", a ideia da divagação pôs-me definitivamente a divagar.

Este livro de Pedro Paixão é mesmo assim "abre o teu coração e deixa-o ficar aberto (...) só para que algumas palavras possam passar, sair e entrar."

Garry Willis, provocante!






O mais recente Pulitzer é sobre as palavras de Jesus e a opinião é consensual: Willis é provocante e tudo menos consensual ;) 


É exactamente isso, provocante! O Esquire foi assim que o classificou e eu concordo plenamente. "O que Jesus quis realmente dizer!" é fantasticamente diferente, pelo menos do que andava a ler sobre Jesus. Quem passa de livros como os de Augusto Cury onde a personalidade, a atitude e a palavra de Jesus não é posta em causa, antes pelo contrário é glorificada, seguindo uma linha de pensamento já conhecida e aceite, Garry Wills vem fazer exactamente o contrário.


Jesus era um homem de margens, nunca verdadeiramente integrado, sempre "fora do contexto".


O livro é sem dúvida brilhante, mas a mim, que ainda procuro muita informação, tem frases que me baralham e pedem descodificação e tem outras com que me distraí e  perco.

Foi sem dúvida um bom título para continuar a ler sobre esta temática.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

«Trabalhar sem sofrer» de Maria Jesús Álava Reyes, opinião

Comprei este livro, depois de ter lido da mesma autora, "A Arte de Arruinar a sua própria vida", pois gosto da forma prática como a autora escreve e organiza os relatos dos seus pacientes e tenta demonstrar onde estamos a arruinar as nossas vidas neste binómio vida-trabalho.


Este livro ajuda-nos a encontrar as principais causas de stress e de insatisfação no trabalho, tornando este numa fonte de sofrimento e, em alguns caso, de depressão e profunda desilusão com a vida.
Maria Jesús Álava Reyes ensina-nos a olharmos às situações de uma forma analítica, construtiva e critica, por forma a não nos deixarmos abater pelas mais pequenas situações, tornando-as em autênticos cavalos de batalha.


O livro tem secções muito bem organizadas sobre como gerir o tempo ou organizar-se em relação a uma tarefa ou até como lidar, assertivamente, com o seu chefe ou colegas.


Apesar de escrito de uma forma não tão profissional como até se poderia esperar, a autora dá-nos ferramenta-chave que reduzam os níveis de stress laboral, entre eles:
- aprender a controlar os ladrões do tempo;
- não espere que o chefe lhe dê valor;
- aprenda a desligar quando sai do trabalho;
e, mais importante:
- avalie muito bem, se está na hora de mudar!

Acima de tudo o livro ensina que o trabalho não é tudo na nossa vida, mas acaba por afectar-nos em todos os aspectos, por isso o melhor é realmente sentir-se bem no seu local de trabalho e perceber se por vezes a sua insatisfação não é apenas a necessidade urgente de mudar!!!

«O miúdo que pregava pregos numa tábua» de Manuel Alegre - Opinião

Quem sabe talvez Manuel Alegre seja um miúdo do Porto que pregava pregos numa tábua ou não. Quem sabe se seria um outro miúdo cujo os avós tiveram certas influências na sua vida, quem sabe também se são a mesma pessoa ou uma outra!?
Nada é certo, mas tudo fluí e encanta.

Em jeito de biografia, Manuel Alegre, brinda-nos com o seu jeito enfabulatório, como ele próprio afirma ser capaz, levando-nos assim numa suposta auto-biografia, num pequeno relato, quase romanceado sobre uma criança que cresceu e que hoje, talvez, confunda as crianças, os adolescentes e as revoluções que viveu.

Aliás, Alegre faz-nos a todos pensar se quando paramos num dado momento da vida e se aí nos fosse pedida a nossa história, se saberíamos ao certo distinguir entre o que fomos, o que temos ideia de ter sido e aquilo que realmente fizemos.

Fica a pairar a questão!


Opinião - "Traficante de Armas" de Hugh Laurie

Este livro foi uma prenda de natal da minha irmã. Curiosamente, naquela altura, eu não era dada à leituras mas o facto de o "Dr. House" ser o autor do livro, despertou em mim alguma curiosidade.


A minha opinião:
Garant-vos que vamos da primeira à última página a imaginá-lo (ele, Hugh Laurie) no papel de Thomas Lang, a personagem principal desta trama policial cheia de trambolhões.
Thomas Lang, um ex-policia que se torna mercenário.
Um certo dia recebe uma proposta para assassinar Alexander Woolf, um empresário americano, mas recusa. No acto de bondade ou perfeita idiotice, Lang decide avisar a vítima de que a sua vida se encontra em perigo. A partir desse momento, a vida de Thomas Lang nunca mais será a mesma.
Numa escrita hilariante e ritmada, vemos Lang envolto num turbilhão de corrupção, violência e situações delicadas, como defender partes preciosas do seu corpo de um grupo de Femmes Fatales.

Para quem se delicia com a voz do Hugh Laurie, pode imaginar a narrar a história ao longo de 333 páginas.

domingo, 25 de julho de 2010

Opinião - "A Flor do Desejo" de Cherie Feather


Num dos muitos passatempos que participei em 2009, num deles ganhei este livro. Na altura não me chamou a atenção mas tendo em conta que comecei a devorar tudo o que tinha cá em casa, achei que era a altura ideal para experimentar este e....surpreendeu-me pela positiva....gostei imenso.

Por um lado é impróprio para cardíacos e por outro é muito muito INDECENTE para ler nos transportes públicos. Existem certas palavras que tendem em chocar as pessoas mais abelhudas que decidem meter o nariz nos livros das pessoas que estão ao seu lado.

Aconteceu diversas vezes ao longo da semana em que li este livro..

Eu fiz os possíveis para me isolar, me sentar sozinha, de modo a "salvaguardar" as pessoas do choque de ver as palavras "orgasmo", "pénis" e "ejacular" na mesma página.

Uphs!
Este blog não é para maiores 18!

Este livro é uma surpresa e fornece ideias muito giras :)
Entrelaça de maneira cativante duas histórisa, duas paixões situadas em tempos diferentes. Dá vontade de saber de saber como tudo resulta (ou não!) no fim.

Sinopse
Mandy Cooper, directora do Museu de Arte Feminina da Cidade de Santa Fé, há muito que admira a pintora Catherine Burke e segue com interesse a história da intensa relação amorosa que a artista do século XIX manteve com Atacar, um belo americano nativo. Contudo, a ligação de Mandy ao casal vai estreitar-se ainda mais. Mandy envolve-se com Jared Cabrillo, o perigosamente atraente sobrinho-bisneto de Atacar, naquela que será uma relação escaldante e avassaladora. 

Jared, por sua vez, esconde um segredo que vai mudar a vida de todos. Na posse do diário íntimo de Catherine, que muitos pensavam estar perdido para sempre, conhece todos os desejos e fantasias da artista. E decide recriar na sua relação com Mandy a paixão escaldante que uniu Atacar e Catherine. Ele sabe exactamente como conquistar uma mulher, incluindo o recurso à simbólica e sensual linguagem das flores… Mas Jared sabe também o quão intensamente Catherine amava Atacar e o quão perigosamente ele a amava. Será amor o que o une a Mandy? 

O diário de Catherine é intemporal, simultaneamente romântico, sensual e trágico. Mais de cem anos depois, os segredos contidos nas suas páginas tanto podem unir Mandy e Jared para sempre como destruí-los a ambos - atrever-se-ão eles a amar depois de tudo por que passarem? 

A Flor do Desejo é uma história envolvente sobre dois romances separados pelo tempo, mas unidos e marcados pela mesma paixão arrebatadora

Tenho de ficar atenta aos livros da Quinta Essência. Deste "tema" - Romances Sensuais - só me falta O Fruta da Paixão

Citações

"The condom is the glass slipper of our generation.

You slip it on, you dance the night away with a stranger, and then you throw it away - the condom, that is, not the stranger."

~Marla Singer~
Fight Club by Chuck Palahniuk

Opinião - "Antes de nos encontrarmos" de Maggie O'Farrell


Sinopse
Numa fria tarde de Fevereiro, Stella vê um homem dirigir-se a ela em Londres. Há muitos anos que não via a cara dele, mas reconhece-o instantaneamente. Ou pensa que o reconhece. Nesse preciso momento, no outro lado do mundo, Jake apercebe-se de que a multidão que o rodeia, enquanto celebra o ano novo chinês, está a tornar-se perigosa. Não sabem nada um acerca do outro, mas quer Stella, quer Jake fogem das suas vidas: Jake em busca de um sítio que não exista em nenhum mapa, e Stella em busca de um destino na Escócia, cujo significado apenas a sua irmã será capaz de compreender. Este é um romance sobre vidas paralelas, identidades deslocadas, laços entre irmãs e a força do passado. Acima de tudo é uma história de amor sobre duas pessoas que nunca se conheceram. Considerado o melhor trabalho da autora até ao momento, a crítica encontra muitas semelhanças com uma escrita para cinema, com avanços e recuos, cenas cortadas ao estilo de realizadores, que no fim formam um todo harmonioso e impossível de esquecer.

A minha opinião:
Quem nunca pensou em fugir e deixar tudo para trás?
Quem nunca lhe apeteceu fugir para um local onde nem sequer saibam o nosso nome?
Esconder-se dos problemas, das pessoas que sabem tudo e por vezes não sabem de nada.
Este livro fala-nos disso mesmo. Infelizmente, quando fugimos de uma coisa acabamos sempre por encontrar uma nova.
Cada personagem atormetada à sua maneira, uma pelo passado que não a deixa seguir em frente e outra pelo presente indeciso, resultado de decisões em modo pánico.
 
Tem uma cena de cortar a respiração e em que temos vontade de mergulhar no livro e abraçar a personagem.
 
Um romance bom de se ler. Eu aconselho :)
 
Um romance interessante, que nos coloca a imaginar a história a decorrer como se de um filme se tratasse.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Fenómeno Pennac ou «Como um romance» de Daniel Pennac

Foi assim que foi considerado - Fenómeno Pennac - após a sua obra vender inúmeras cópias e ter atingidos lugares de topo durante meses.

Daniel Pennac foi um dos autores sobre quem muito dissertei em tempos de faculdade, talvez tenha escrito, feito e refeito inúmeras aulas inspiradas pelos Direitos do Leitor, originalmente legislados por este defensor dos prazeres da leitura e dos direitos fundamentais do leitor.

Frases como "ler provoca elevada independência" ou "quem lê nunca está só" não são nada comparadas com as ideias extremistas que Pennac nos transmite.

Um livro pequeno, mas com uma auto-estima e uma personalidade que muitos romances de 500 páginas não têm, é um livro obrigatório, especialmente para quem sente que tem ou que quer, ou deveria ter uma relação mais próxima com a leitura.

Pais, professores, avós, educadores, terapeutas, explicadores, o alvo é um universo infindável dos que, quase que obrigam, crianças e jovens a gostar de ler... por favor, ofereçam este livro, discutam, ponham ideias na mesa, comam e bebem em torno deste livro.

A leitura é uma relação, é uma sociedade, é um grupo... em larga escala é global, é o Mundo, por isso conheçam os vossos direitos e usufruam ao máximo das vossas possibilidade.


Ler é conhecer, é despertar, é viver!

Apenas faltou a Daniel Pennac, legislar que quem lê tem:

- o direito de dobrar cantos às páginas;
- o direito de sublinhar frases, fazer caretas ao desenhar bonecos, riscos, setas, sinais nas margens do texto;
- o direito de usar os livros como agenda, como "guarda-tralhas"
- e que abrir um livro, em qualquer lugar, nunca poderá ser desrespeitoso ou sinal de mau feitio do leitor ;)

Enfim, o direito de fazer de um livro um amigo e o trazer sempre consigo!

"Sputnik, meu amor" de Haruki Murakami

Haruki Murakami...

Destaco o nome do escritor ao invés do titulo do livro, pois acredito que serão muitos os livros que irei ler dele. Para além de um livro, um enredo, será o universo Murakami.

Ao acaso, escolhi e comecei,  "Sputnik, meu amor" e aguardando na estante está o livro de contos, "O Elegante evapora-se". Depois de ler este, fiquei bastante curiosa com as seguintes obras "Crónica do Pássaro de Corda", "After Dark" e sem dúvida o seu Auto-retrato.

*

Sumire é jovem, inquieta, impaciente e deseja muito escrever.
Um narrador, do qual pouco se sabe, nem mesmo o nome, confunde a sua história de vida com a da existência da jovem que o admira e que fez dele seu confidente. Ele, não menos dependente dela, vive uma paixão silenciosa, afogada nas mais variadas linhas que lê de Sumire.
Dito assim parece simples, mas não é, Murakami tem uma narrativa intrincada e intrigante.

Murakami é capaz de nos transpor para a apertada cabine telefónica ou para a inóspita ilha grega.
A figura misteriosa e apaixonante de Miu, confunde-se com a dos sentimentos, as paixões fugazes e os desejos sexuais que desperta. Muitos são os sonhos que vivem na cabeça destas três personagens, grandiosamente interligadas por uma escrita cativante.

Li-o numa semana, mas estive duas para o terminar, não queria chegar ao fim!

Recomenda-se vivamente. Boas leituras.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pensamentos

Desalinho os meus livros, tal qual as minhas ideias...
Depois há dias em que tudo ganha forma, ganha jeito, se alinha ... bem como eu própria.
Reflicto, oriento, endireito, organizo e tudo ganha vida de novo. Mesmo assim, há sempre um bocado, uma fileira, um canto, onde a desorganização, a frustração, a ansiedade e a curiosidade ficam a pairar no ar.
Aliás não teria graça nenhuma se assim não fosse!
Esta poderia ser a história da minha estante, dos meus dias, da minha vida... há dias em que nos apetece alinhar e caminhar com a corrente, já outros apetece ficar prostrado, quieto e ao sabor do vento, depois vêm rajadas muito fortes, que nos abanam, fragilizam as nossas raízes, obrigam-nos a beber da terra, saciando a sede com tudo o que gira à nossa volta...
Enfim, a beleza dos dias revela-se nos mais simples elementos e nas mais complexas possibilidades de ligação, tal como os livros, que na sua simplicidade são apenas palavras, mas que revelam uma lutam interior enorme, carregada de significados, de ligações, de lições, de páginas da vida!


A olhar para a minha estante... um pensamento feito pequena história!

«O Ano tem 12 Homens» de Martina Paura - Opinião


12?

Tantos homens, será possível? Será fácil encontrar 12 homens com quem se consiga ter uma relação ou algo semelhante a ela? Como se aturam 12 homens todos de seguidas, mês após mês, será que haverão diferenças entre eles? E a mulher, como fica depois de conhecer, descobrir e experimentar 12 homens? Com sexo, sem sexo? Vira lésbica, bi ou outro espécimen? ;)

Este romance é um misto, acredito que a autora foi beber a diversas séries televisivas, mas ao mesmo tempo ganhou uma história genuína e muito particular, com uma escrita peculiar, que não chega erótica nem comediante, mas ganha vida em diversas partes fazendo, arrancando-nos grandes gargalhadas em muitas ocasiões e faz-nos pensar eu já vi isto em qualquer lado!


Um pouco de Sexo e a Cidade, com uma Samantha mais meticulosa, mas sem uma Carrie tão preocupada, talvez com a necessidade de uma Bree, das Donas de Casa Desesperadas e com sorte uns pózinhos de mistério como em Lost, onde tudo se confunde e é uma grande confusão. (vá, o Lost é exagero).

Não se se torna um livro marcante, mas é uma excelente companhia para a sunny beach day and a daiquiri;) lol

Por isso, ponha as ideias e o coração ao sol, aqueça os humores e aproveite a vida, essencialmente no Verão.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sem dúvida

«Guardador de Almas» de Rui Vieira - Opinião

Joaquim é coveiro ou melhor dizendo, guardador de almas. E talvez todas elas imprimam nesta história um movimento frenético, que oscila entre os dois mundos, se é que eles existem com essa separação, talvez menos ténue do que acreditamos ou queremos acreditar.

A escrita de Rui Vieira, destacado pelo Prémio Literário de Almada e publicado agora pela Ambar é sem dúvida digna de um aplauso pela velocidade que as palavras, as pequenas frases, a pontuação e as ideias flutuam nesta narrativa.

Não sei bem como relatar a experiência que tive com este livro, mas posso dizer que foi inquietante, aliás cheguei a lê-lo em voz alta e com assistência, para que não fosse sozinha a presenciar tal prenuncio de loucura. Não estou com isto a chamar o autor de louco, mas a sua escrita vagueia com certeza num mundo lunático onde as palavras causam engarrafamentos e se atropelam pelas ideias e onde a pontuação parece uma corrida de obstáculos a ultrapassar e os parágrafos semáforos vermelhos a transgredir... É isso mesmo, é um experiência alucinante como em hora de ponta a uma sexta-feira, vésperas de fim-de-semana prolongado de fim de Primavera e já estão mais de 30º graus, juntem ainda, centenas de milhares de pessoas todas a quererem sair na mesma saída, aquela que dá para a Ponte Vasco da Gama. O destino é o Algarve. Depois coloquem-nos a todas na mesma praia, com toalhas semelhantes e guarda-sois coloridos das mesmas cores, adicionem filhos, baldes, areia aos montes, o mar em marés vivas e, não se esqueça, subtraia a tranquilidade, o silêncio e a paz de espírito....


Entendeu? Não? 
O melhor é ler e perceber a velocidade das ideias com que Rui Vieira nos traz esta brilhante composição, quase musical, uma junção megalómana de palavras em colisão, onde as pessoas já se foram, mas resta um bailado de almas confusas.

Revendo as estantes... «Um Lugar Chamado Aqui» Opinião

Conheci a escrita de Cecelia Ahern exactamente por este livro, contudo a sua obra de destaque era e ainda é "P.S - I love you", julgo que por ter sido adaptado ao cinema, esperemos assim que também este, «Um Lugar Chamado Aqui» seja adaptado, pois se for, será com certeza um êxito ainda maior!

Apesar de já ter lido o livro já há algum tempo, a dúvida que ainda persiste é se falamos de amor, apego, materialismo, esquecimento, morte, fé ou simplesmente de fantasia, ou então de acreditarmos que toda esta história é um misto de pequenas coisas que não queremos perder, mesmo as fantasiadas ou sonhadas.

O quanto é insignificante perder uma meia e quem sabe ter de sair para rua com uma meia de cada par? Importante? Superficial? E se andarem sempre a perder coisas!? Continua a ser insignificante? E se perderem coisas maiores? Imagine perder-se a si e não se encontrar mais, ou talvez quem sabe, perder um lugar e não ser capaz de o achar mais? Vamos achar que está louca, certo? Como pode alguém perder um lugar!? Ou ainda mais estranho perder-se a si mesmo!!!

Talvez não seja no perder e no esquecer-se, mas em não se reconhecer mais ou nem sequer saber onde está e ainda mais além. É a incessante busca e ânsia de chegar, ver, conhecer, saber simplesmente onde se está, o que se procura e para onde se vai.

Num mundo repleto de incertezas por onde devemos nós procurar? Devemos sequer procurar? Devemos sequer ter ânsia de mais, por novo ou diferente? Ou será que a procura não é mais do que o encontro com aquilo que nos define, que nos movimenta e molda e nos faz quem nós somos?

Recomendo vivamente!

A PRISÃO, Jesus Zaráte :: Opinião

«Esta é a definição de lei: algo que pode ser transgredido»*


Citando Gilbert Keith Chesterton* e dando-nos a conhecer inúmeros pensadores, escritores e poetas, Jesus Zarate começa a sua narrativa reflexiva e desafiadora sobre o que é a Liberdade!

Com uma escrita introspectiva que nos faz pensar sobre as coisas mais básicas da nossa vida, Zarate revela-nos Anton Castán, outrora nascido e nomeado de Antonio Castán, que por «mutilação verbal» deitou à «terra do esquecimento» as duas últimas letras do seu primeiro nome, consideradas inúteis, como tantas outras coisas na vida de um homem. Porém a sua personalidade não foi deformada pelo recorte de letras no seu nome, antes fosse só isso que lhe cortassem. A sua liberdade, essa sim, estava posta em causa, retalhada.

É no seu nome que Castán vê o "(...) o refúgio intimo (...) para conservar a certeza de que continuo a pertencer à raça humana".

Citando Giovanni Papini ou Ernest Hemingway, Zarate deixa-nos frases célebres para pensarmos e enquadrarmos o seu discurso, marcado pela incerteza cativante de se estamos certos quando pensamos em conceitos como liberdade, justiça, inocência, vítimas ou crime. A caracterização dos prisioneiros, dos carcereiros, da cela, do simples rato, tudo como uma metáfora gigante para a prisão em que todos vivemos, a da liberdade fictícia, de quem agrada o outro e pensa fazer o que quer.

Contudo, a vida, repleta de surpresas e reviravoltas, traz-nos mudanças que não foram pedidas, ou foram, só que inconscientemente e que vêm para nos libertar do marasmo e da conformidade em que nos abandonamos "confortavelmente" a viver!

Conforme nos diz Urbano Tavares Rodrigues - "Nenhum leitor inteligente, exigente e sensível deixará de amar A Prisão, de Jesús Zarate."

«Um pai em nascimento» de José Eduardo Agualusa - Opinião

José Eduardo Agualusa tem o dom da palavra, tem o dom de me fazer rir com determinadas combinações de palavras e a forma indescritível de como combina certas ideias, é isso que se passa num dos seus mais recentes livro,"Um pai em nascimento", onde se coloca perante uma profunda dúvida - "quando nasce um pai?"

"Em que é que um filho modifica a vida de um homem?"


"Estava preparado para muitas perguntas, mas não para aquela. (...) Modifica, claro. Em primeiro lugar, um filho devolve-nos a inocência perante a vida - as crianças inauguram o mundo em cada dia e ao fazê-lo ensinam-nos a vê-lo, novinho em folha, como se também nós voltássemos a ser recém-nascido."

Em curtas histórias e pequenos relatos, Agualusa relata as suas inquietudes, preocupações e alegrias que partilha com o seu recém-nascido - "(...) a infância é o que conhecemos mais próximo da eternidade."

Dá (quase) vontade de ter um filho!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A nostalgia da ignorância

A Ignorância, Milan Kundera - Opinião

"...a nostalgia aparece como o sofrimento da ignorância. Tu estás longe, e eu não sei o que te acontece. O meu país está longe, e não sei o que se lá passa... a obsessão do regresso...A Odisseia, a epopeia fundadora da nostalgia..."

Relatando a sua preocupação com a nostalgia e a ignorância, é na definição destes dois conceitos que se fundem e complementam que Milan Kundera disserta sobre a dificuldade de regresso à pátria abandonada ou que o abandonou!?

A memória que se tem do nosso país outrora massacrado e derrubado justifica em certos casos a ausência de nostalgia, «o doente sofre de deformação masoquista de memória» e por deformação da memória, os amantes confundem sentimentos e alegram-se com estranhas coincidências - "(...) nunca se sente tão penetrada de beleza como quando a nostalgia do seu primeiro amor se confunde com as surpresas do seu novo amor(...)."

Dilatando as nossas concepções sobre memórias, tempo de vida vivido, histórias armazenadas e outras esquecidas, Milan Kundera leva-nos até ao momento de regresso à nova e restaurada República Checa, onde o amor, um estranho amor lhe impele o desejo de retorno.

"(...) um dia saberemos e compreenderemos muitas coisas, mas será tarde demais...a vida terá sido decidida numa época em que não sabíamos nada!"

A emigração, os filhos, o casamento, a dúvida e os dilemas existenciais da vida, revividos na possibilidade de um regresso que não se sabe se é mais ou menos desejado, face à convivência já pouco justificada para se continuar emigrado!

Tal como as Edições ASA o classificaram, «Pequenos Prazeres da Literatura», Milan Kundera oferece-nos um pequeno prazer, mas uma grande reflexão!

Mais alto do que as palavras... o autismo descrito por Jenny Mccarthy

Este livro faz-se escutar na primeira pessoa, é um relato das experiências de uma mãe com a recente descoberta do autismo do seu filho, Evan de 2 anos.

Jenny é apaixonada pelas descobertas, jeitos, trejeitos, caretas, manias e tantas outras coisas que caracterizam uma criança, mais propriamente o seu pequeno filho,  mas o que Jenny não descodifica é que alguns desses gestos revelam um espectro de autismo, o qual vai ser diagnosticado no seu filho Evan.

Jenny Mccarthy afirma ter nascido para escrever este livro, talvez até possa ter razão! Para mim que li diversos sobre esta temática, no âmbito da licenciatura, sei que se me tivessem dado este livro como material de estudo teria despertado muito mais curiosidade do que grandes livros pretensioso e aborrecidos que fazem da doença, um problema ainda maior do que já é e dão uma visão desapaixonante e sem esperança para quem lida com autismo.

A sentença "o seu filho tem autismo" será por certo uma notícia dramática, quase uma catástrofe natural, daquelas que impossibilita qualquer acção, o choque é demasiado e a sentença é definitiva, não há cura para o autismo! Existem sim saídas e alternativas para uma vida adaptada ao autismo, reduzindo comportamentos específicos e permitindo que os portadores de tal doença não sejam marginalizados e isolados.

O livro fala-nos disso mesmo, de alternativas, de opções, de estudos, de novidades... pesquisas ao alcance de um click, ainda assim o trabalho é longo, árduo, tal como Jenny descreve, porém "a janela" torna-se cada vez maior e cada vez mais aberta e límpida, deixando ver um futuro mais risonho e esperançoso.

Um relato emocionado e emocionante, que nos deixa com vontade de conhecer mais, tendo o próprio livro como uma sebenta de introdução ao tema e percebendo que o autismo pode não ser uma ilha isolada de sentimentos reprimidos, desejos perdidos e comportamentos assustados...

A arte da Pornografia Materna

Possidónio Cachapa é um nome que dificilmente esqueceremos depois de lembrarmos repetidamente algumas das passagens do seu livro Materna Doçura. 
Possidónio encontrou uma fórmula genuína de falar de amor, aquele de sangue, de alma, de dor, de parto, o amor maternal e não só!

Nesta história temos homens que choram e que gostariam de sentir a dor de parto, porque as outras dores, sentem-nas todas. São homens que amam sem fim, com uma dor carnal, sentida e expressa, muito bem expressas numa narrativa viciante.

O amor fala mais alto e tão mais profundo que o prazer carnal e pleno de amor se reduz ao acto de maior amor, o prazer, a união, o fundir-se de duas pessoas na sua intimidade... a pornografia maternal!

Estranho!? Nada mesmo, inquietante e enternecedor.
Recomendo vivamente.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

"Orbias - O Demónio Branco"

 Sinopse 

«As coisas mudaram desde a derradeira separação entre a Terra e Orbias há um ano atrás. Noemi é agora uma estagiária na redacção de uma revista em Grand City. Leva uma vida solitária e mantém pouco contacto com Adam e Lorelei. Mas enquanto se esforça para esquecer todos os trágicos acontecimentos do passado, o inesperado acontece: os seus poderes de Omnisciência regressam e volta a transformar-se em Guerreira. Para piorar a situação, está constantemente a ver o rosto de Sebastian e a sentir o seu perfume.
Será que afinal os mundos não foram definitivamente separados? Será possível o regresso a Orbias, para junto das outras Guerreiras? Na sua loucura obsessiva, Noemi convence-se a si própria de uma coisa: Sebastian está vivo!»


Para mais informações, visitem o Blog Orbias

 

Opinião - "Orbias - As guerreiras da deusa" de Fábio Ventura

Republicação do Post de 20/01/10 no Ouvi dizer

"Ao longo do livro fui sempre pensando em como ia estruturar este post. Tudo o que vai para aqui acaba no Facebook e lá, tenho o Fábio Ventura na lista de amigos. Acima de tudo não quero ser mazinha porque acho que ter a minha idade e um livro espalhado pelas prateleiras das livrarias é um feito espectacular.

Por isso aproveito, primeiro que tudo, para dar os Parabens ao Fábio pela ideia, pela coragem e por continuar a escrever visto que já ouvi falar do segundo volume que está a caminho da Editora.

Eu tenho este livro graças ao Autor :) passatempo da Sic Mulher que ele colocou no Facebook e eu ganhei um livrinho. Portanto...OBRIGADA!


Agora vamos falar do livro.

Adoro a capa :) já vi num blog que existe um livro que tem a mesma imagem na capa mas isso interessa pouco. Cativa imenso pela primeira impressão que temos ao vê-lo nas livrarias.

Gosto da maneira com a história começa, alternada entre a Noemie e a Lorelei mas sinto que a escrita tem ali uns detalhes fracos. Tem coisas que eu nunca colocaria num livro, nomeadamente nas falas, o que me leva a ver as personagens como sendo um pouco infantis. Verdade que ao longo da história elas evoluem mas mesmo em momentos importantes como as batalhas conseguiam ter pensamentos fúteis sobre o aspecto ou rapazes.

Achei interessante toda a ideia das guerreiras, do mundo alternativo e adorei a descrição de Orbias. Confesso que a minha personagem preferida é a Imperatriz :) mas existem algumas falhas mesmo nas personagens. Digamos que vou ficar para vê-las crescer.

Gostei imenso das reviravoltas que a história foi tendo mas....e como se costuma dizer....há sempre um MAS....MAS aquele capitulo do fim, aquelas ultimas duas folhas arruinaram tudo. A ponte entre o dois livros era possível de fazer sem dar aquela chapada no leitor. Era preferível levantar a saia mas mostrar só um pouco da perna :P bastava fazer a reviravolta e deixar o leitor a pensar até ao próximo livro.
Isso é um gosto meu, hábito ganho por uns livros Charlaine Harris consumidos de rajada.

Se vale a pena ler?
Desde que não imaginem as Winx quando estiverem a ler até é uma leitura interessante e que tem momentos que nos prende à vontade de querer chegar à próxima página.
Desculpem a comparação às Winx mas eu vejo muito Canal Panda :) e tem muita coisa que me lembra desenhos animados.
De qualquer maneira é por isso que se chama Fantasia :D

Melhor momento (na história e na escrita)
O momento da explosão nas páginas 317/318 :D
agora vão lá ler ou reler essa parte."

:D



O próximo, "O Demónio Branco", tem um post dedicado já a seguir :)


E já agora, Fábio, continua no bom caminho.
Beijo e boa sorte.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Opinião - "P.S Eu amo-te" de Cecelia Ahern


Sinopse

Holly tinha no marido Gerry a sua alma gémea, o seu amigo, o companheiro e o cúmplice. Podiam discutir sobre as coisas mais superfulas do dia a dia, mas no fim amavam-se e completavam-se. Gerry dizia que a mulher iria precisar de uma lista para não se esquecer de fazer as coisas e que um dia, quando morresse tinha de deixar tudo escrito ou ela não se safava sozinha.
Infelizmente esse dia veio cedo de mais e com apenas 30 anos Holly fica viúva quando Gerry perde uma longa batalha contra uma doença prolongada.
O que acontece quando perdemos a nossa bússola?
Devastada, Holly encontra a esperança e força de vontade nas cartas mensais que Gerry lhe deixou.
Cada carta contém um pedido ou uma tarefa, desde os pedidos mais simples aos mais ousados. Todas as mensagens terminam com um Post-Scriptum “Eu amo-te”.
Um longo período de luto e de luta para Holly.


Eu diria que nunca fui fã de romances para chorar as pedras da calçada, prefiro um qualquer livro fantastico cheio de coisas sobrenaturais a um BOM romance, um "Nicholas Sparks". 

Isto dos amores perfeitos, dos desencontrados, do que morre e o que fica a sofrer, da paixão de verão.....este tipo de livros que nos faz pensar no que temos, no que nos falta, no que nos fará tanta falta um dia quando desaparecer....
estes livros.....fazem-me mal, à cabeça e ao coração.

Eu penso demasiado, como todas as mulheres, sou multitarefas :)
Podemos estar todos sentados à mesa a falar sobre o filme que vimos na semana passada, enquanto fumo um cigarro e vejo uma revista e eu, como toda a certeza, estou a engendrar na minha cabeça planos, filmes e sequelas.
Não preciso de olhar distante, nem de ficar quieta num canto para pensar.....sei faze-lo "em andamento".

Este livro fez-me pensar. Dei por mim a questionar-me:
Como é perder alguém que amamos, alguém que nos é muito próximo?
Como é que arranjamos força para começar tudo de novo?
Porquê nos contentamos com o que temos e não procuramos algo mais? Algo que nos preencha, que "ate as pontas soltas"?

Dei por mim a pensar....não pior....
este livro.....fez-me chorar!
Talvez porque respondi às perguntas que fiz anteriormente e nunca é algo que queiramos ouvir.

Fiquei em dúvida se devia ler este livro após ter visto o filme mas posso admitir que, novamente, o livro supera em larga escala o filme. 
Curioso, eu adorei o filme e por isso vos deixo aqui o trailer.


Livro lido em Junho

Actualização a 5 de Fevereiro 2014
Vejam as capas P.S. Eu Amo-te
 Qual é a vossa?
A do filme, como a nossa, com toda a certeza :D

Opinião - "Comer, Orar e Amar" de Elizabeth Gilbert

Como não tenho uma cópia deste livro, gostaria de agradecer, uma vez mais à minha amiga Sílvia pelo empréstimo. 
Acho que devia ter comprado um para mim, agora estaria cheio de anotações, cantos dobrados, pequenos bilhetinhos e post-its.
Controlei-me ao máximo para não fazer ao livro de outra pessoa o que habitualmente faço aos meus.


SIM, eu sou daquelas.....eu dobro cantos, eu vinco lombadas.....cada livro é uma história, com cada um deles fiz uma jornada, partilhei risos e lágrimas e não acham que eles devam manter um ar intacto como se tivessem saído da livraria.

Eu gosto dos livros usados, gosto de coisas sublinhadas, de comentários, de cantos comidos, de lombadas dobradas, de marcadores com mensagens, TUDO....tudo que mostre que aquele livro já fez parte das nossas vidas e de todas as pessoas que o leram.

Este livro seria o exemplar ideal para isto.
No entanto, este ficou em condições ao regressar à sua "dona".
Agora sobre o que nos fala "Comer, Orar e Amar"

Sinopse:
Aos 34 anos, Elizabeth Gilbert, escritora premiada e destemida jornalista da GQ e da SPIN, descobre que afinal não quer ser mãe nem viver com o marido numa casa formidável nos subúrbios de Nova Iorque e parte sozinha numa viagem de 12 meses com três destinos marcados: o prazer na Itália, o rigor ascético na Índia, o verdadeiro amor na Indonésia. Irreverente, espirituosa, senhora de um coloquialismo exuberante, Elizabeth não abandona um minuto a sua auto-ironia e conta-nos tudo acerca desta fuga desesperada ao sonho americano que começou no momento em que encontrou Deus.

Quando fez 30 anos, Elizabeth Gilbert tinha tudo o que uma mulher americana formada e ambiciosa podia querer: um marido, uma casa, uma carreira de sucesso. Mas em vez de estar feliz e preenchida, sentia-se confusa e assustada. Depois de um divórcio infernal e de uma história de amor fulminante acabada em desgraça, Gilbert tomou uma decisão determinante: abdicar de tudo, despedir-se do emprego e passar um ano a viajar sozinha. "Comer na Itália, Orar na Índia e Amar na Indonésia" é uma micro-autobiografia desse ano.

O projecto de Elizabeth Gilbert era visitar três lugares onde pudesse desenvolver um aspecto particular da sua natureza no contexto de uma cultura que tradicionalmente se destacasse por fazê-lo bem. Em Roma, estudou a arte do prazer, aprendeu a falar Italiano e engordou os 23 kilos mais felizes da sua existência. Reservou a Índia para praticar a arte da devoção. Com a ajuda de um guru nativo e de um cowboy do Texas surpreendentemente sábio, Elizabeth empenhou-se em quatro meses de exploração espiritual ininterrupta. Em Bali, aprendeu a equilibrar o prazer sensual e a transcendência divina. Tornou-se aluna de um feiticeiro nonagenário e apaixonou-se da melhor maneira possível - inesperadamente.


E é assim, começamos com alguém que está completamente danificada e vê nesta viagem a cura de que tanto precisa. 
Na minha opinião, a parte de Itália é a melhor mas eu sou suspeita porque quero ir a Roma!
A India remete mais à espiritualidade, à meditação, yoga....custa a ler mas faz-se bem pelos comentários óptimos de uma das personagens e muitos da própria escritora. O desejo de chegar à última parte, aparece porque sabemos que algo interessante vai acontecer em Bali. Queremos acima de tudo saber com o vai acabar a jornada desta personagem em que muitos nos conseguimos rever. Falo por mim!

A parte de Bali é óptima, e eu dei por mim, durante o livro todo, a pensar....melhor, a visualizar todas as cenas, todas as cores, as caras das personagens e as paisagens.
Este meu "poder de visualização" é ajudado pelo factor de o filme estar a estrear dentro de algumas semanas e de eu já saber que são os actores para cada papel.

Antes de vos mostrar o trailer devo dizer:
Cada um tira a lição que quer e o livro ensina umas quantas.
Acima de tudo, este livro permite introspecção, incentiva-nos a parar e pensar em como estão as coisas na nossa vida.
Digamos, incentiva-nos a uma avaliação, e para mim, isso é sempre uma mais valia.

Estreia em Agosto :)
Espero que seja tão bom como o livro.

Livro lido em Junho/2010

Efeito dos Livros

A leitura é uma viagem por palavras nacionais, estrangeiras, umas cultas, outras menos... umas quem sabe rebuscadas e outras simplificadas, algumas levam-nos às lágrimas, muitas delas às gargalhadas e as melhores, aquelas que nos deixam abismadas, tamanha é a profundeza da ideia, da genuinidade expositiva, onde a simples contemplação daquele texto nos deixa assim, sem palavras!

É este o Efeitos dos Livros!

A leitura tece a nossa imaginação, aclara as nossas ideias, porém tolda-nos o pensamento e embebeda-nos de viagens filosóficas, sobrenaturais, exóticas, apaixonantes, medonhas, eróticas... 

O poder de um livro é uma força da natureza, um fenómeno místico tenebroso, capaz de contornar os cantos mais profundos da nossa psique, capaz de atormentar as almas mais esclarecidas, no entanto um livro é uma fonte de conhecimento, de partilha... um livro tem propriedades curativas.. cura males de esquecimento, ânsias de curiosidade, paixões e sensações... acalma setas de cupido, mas lança chamas ao nosso entendimento, fragmentando as nossas ideias, obrigando-nos a evoluir, a pensar, a sentir.

Um livro torna-nos mais humanos!
Mas como classificar um livro?

Como uma cortina de teatro que espera por um Molière desconhecido que o leia, o desvende!?
Um livro é em tudo igual, são páginas, são palavras, umas letras, uma capa... mas depois tudo diferente, o peso de um nome, de um autor, uma alma autêntica, uma escrita genuína!
Um livro é um nascimento, cada livro vive de uma forma diferente nas mãos de quem o folheia...
Um livro é uma construção, um golpe de loucura, livro após livro se constrói um destino!

Um livro, uma realidade imaginária, um destino mais verdadeiro que qualquer outro.