Eu tenho lido Cheryl Holt, Jess Michaels ou Kate Pearce e consigo apontar, pelo menos, um livro preferido de cada uma destas autoras mas agora li Sylvia Day e não consigo dizer qual delas é a minha preferida. Tenho efectivamente de juntar "Pecado" aos livros TOP da minha estante. Este é um daqueles que me apetece emprestar a todas as minhas amigas com a simples nota "LÊ! Vais adorar!"
A escrita de Sylvia seduz-nos, amarra-nos e deixa-nos completamente exaustas no final, talvez por ficarmos horas esquecidas a ler enquanto nos embrenhamos mar, alma e coração a dentro com a história de Jessica e Allistair.
Quando os conhecemos, a atingir a maioridade, ela estava prometida a um bom partido e ele, o quatro em linha sucessão do título familiar, já era considerado um pedaço de mau caminho e um homem que aceitava qualquer desafio pela aventura e pelo proveito de ganhar a aposta com os amigos.
Mas embora fizessem os possível por manter distância entre ambos, bastou um único momento para que duas almas se interligassem. O que seria uma cena pecaminosa e chocante tornou-se num despertar, numa tomada de consciência afogueada, uma troca de olhares que marcaram para sempre Jessica e Allistair.
Mas a distância consciente era a melhor decisão que podiam tomar e sete anos passaram desde esse dia, desde a última vez que se viram, desde aquele momento voyeur no bosque.
Jessica, agora viúva, viveu um bom casamento com o Lord Tarley, um pouco devido àquela noite no bosque que lhe despertou os sentidos, que a fez abrir a alma e o coração ao esposo. Mas com a sua súbita morte por doença, da qual Jessica tem feito luto no último ano, vem a herança em terras distantes, na Jamaica, e a qual a nossa heroína pretende gerir localmente.
E como o destino trabalha por sinuosos caminhos, a pessoa encarregue de a levar ao seu destino é nada mais nada menos que Allistair, agora imponente comerciante e detentor do Acheron, o barco que levará Jessica até ao seu futuro.
E é a bordo do Acheron que se traçam as novas linhas da vida de Jessica. O encontro inesperado com Allistair, a percepção do peso que aquele momento teve na sua vida e o quanto está perdida de dor pela morte do marido mas inegavelmente interessada neste homem sedutor que lhe ocupa a cabeça e que a vai acompanhar nesta viagem até ao outro lado do mundo.
O jogo de sedução que se inicia entre os dois é devastador. Seguem-se dias inebriados de desejo e vinho tinto para nos contar o que é, talvez, das histórias mais interessantes que li deste género.
"Que par faremos os dois. A viúva perversa e o libertino reformado"
A história progrediu num doce balanço, ao sabor do mar que serve de caminho à perdição traçada para Jessica e na qual ela vai embarcar completamente rendida, com corpo e mente à mercê de Allistair.
Mas duas vidas tão diferentes, têm um longo caminho a percorrer até que surja o momento certo para se unirem, para quebrarem as convenções sociais e proclamarem em público o que está bem vivo no privado.
À medida que ia lendo as primeiras dezenas de páginas percebi as saudades que tenho de um romance de época carregado de momentos sensuais e personagens de uma era distante mas com os quais nos sentimos tão próximos. Não só de Jessica e Allistair mas igualmente dos personagens em segundo plano. Com a viagem de Jessica para Jamaica, ficam em Londres a irmã e o ex cunhado e o que se passa em terras de Sua Majestade tem a dose ideal de magnífico, trágico e desafiante.
"Eu evito especular sobre as possibilidades do passado. A vida é o que é. Fazer o melhor que se pode toma-nos bastante energia. É inútil desperdiçar-se qualquer esforço a lamentar o que não pode ser alterado"
Duas histórias numa só, muitos passados que nos ensinam que não devemos julgar as pessoas pela aparência. Por detrás de cada decisão que temos hoje estão os anos e os eventos que nos pesam nos ombros. Alguns de nós seguem mais leves, outros mais carregados mas que haja momentos em que a carga nos é aliviada e podemos levitar, mesmo que seja por entre os lençóis, nos braços de um amante, entre suspiros e promessas de prazer.
Boas leituras, boas férias, bons pecados!
Uma leitura com o apoio
NOTA: Este livro tem princípio, meio e fim. É um livro único, em mais que uma maneira.No entanto, fiquei curiosa de ler "The Stranger I Married"
Créditos Fotográficos :: Neusa do Vale Photography
Quando os conhecemos, a atingir a maioridade, ela estava prometida a um bom partido e ele, o quatro em linha sucessão do título familiar, já era considerado um pedaço de mau caminho e um homem que aceitava qualquer desafio pela aventura e pelo proveito de ganhar a aposta com os amigos.
Mas embora fizessem os possível por manter distância entre ambos, bastou um único momento para que duas almas se interligassem. O que seria uma cena pecaminosa e chocante tornou-se num despertar, numa tomada de consciência afogueada, uma troca de olhares que marcaram para sempre Jessica e Allistair.
Mas a distância consciente era a melhor decisão que podiam tomar e sete anos passaram desde esse dia, desde a última vez que se viram, desde aquele momento voyeur no bosque.
Jessica, agora viúva, viveu um bom casamento com o Lord Tarley, um pouco devido àquela noite no bosque que lhe despertou os sentidos, que a fez abrir a alma e o coração ao esposo. Mas com a sua súbita morte por doença, da qual Jessica tem feito luto no último ano, vem a herança em terras distantes, na Jamaica, e a qual a nossa heroína pretende gerir localmente.
E como o destino trabalha por sinuosos caminhos, a pessoa encarregue de a levar ao seu destino é nada mais nada menos que Allistair, agora imponente comerciante e detentor do Acheron, o barco que levará Jessica até ao seu futuro.
E é a bordo do Acheron que se traçam as novas linhas da vida de Jessica. O encontro inesperado com Allistair, a percepção do peso que aquele momento teve na sua vida e o quanto está perdida de dor pela morte do marido mas inegavelmente interessada neste homem sedutor que lhe ocupa a cabeça e que a vai acompanhar nesta viagem até ao outro lado do mundo.
O jogo de sedução que se inicia entre os dois é devastador. Seguem-se dias inebriados de desejo e vinho tinto para nos contar o que é, talvez, das histórias mais interessantes que li deste género.
"Que par faremos os dois. A viúva perversa e o libertino reformado"
A história progrediu num doce balanço, ao sabor do mar que serve de caminho à perdição traçada para Jessica e na qual ela vai embarcar completamente rendida, com corpo e mente à mercê de Allistair.
Mas duas vidas tão diferentes, têm um longo caminho a percorrer até que surja o momento certo para se unirem, para quebrarem as convenções sociais e proclamarem em público o que está bem vivo no privado.
À medida que ia lendo as primeiras dezenas de páginas percebi as saudades que tenho de um romance de época carregado de momentos sensuais e personagens de uma era distante mas com os quais nos sentimos tão próximos. Não só de Jessica e Allistair mas igualmente dos personagens em segundo plano. Com a viagem de Jessica para Jamaica, ficam em Londres a irmã e o ex cunhado e o que se passa em terras de Sua Majestade tem a dose ideal de magnífico, trágico e desafiante.
"Eu evito especular sobre as possibilidades do passado. A vida é o que é. Fazer o melhor que se pode toma-nos bastante energia. É inútil desperdiçar-se qualquer esforço a lamentar o que não pode ser alterado"
Duas histórias numa só, muitos passados que nos ensinam que não devemos julgar as pessoas pela aparência. Por detrás de cada decisão que temos hoje estão os anos e os eventos que nos pesam nos ombros. Alguns de nós seguem mais leves, outros mais carregados mas que haja momentos em que a carga nos é aliviada e podemos levitar, mesmo que seja por entre os lençóis, nos braços de um amante, entre suspiros e promessas de prazer.
Boas leituras, boas férias, bons pecados!
Uma leitura com o apoio
NOTA: Este livro tem princípio, meio e fim. É um livro único, em mais que uma maneira.No entanto, fiquei curiosa de ler "The Stranger I Married"
Créditos Fotográficos :: Neusa do Vale Photography